"Music was my first love and it will be my last..."
Eric Carmen
Eric Carmen
Tenho muita pena que os meus pais nunca me tivessem levado a ter aulas de música. Verdade seja dita que na família não há ninguém que toque um instrumento. Mas felizmente em minha casa sempre se ouviu música. Música de todos os géneros, mas boa música. Lembro-me de ser uma criança muito pequena no dia em que me refugiei debaixo da enorme secretária do meu pai para que se esquecessem de me mandar para a cama. E ali fiquei noite dentro ouvindo uns certos discos que vinham de França camuflados dentro de outros discos que um amigo do meu pai trouxera. Foi aí que ouvi pela primeira vez a música do José Mário Branco: "Um e dois e três, era uma vez um soldadinho/de chumbo não era porque era um soldadinho/(...)/ os senhores da terra o mandam pra guerra morrer ou matar/(...). Parecia uma música para embalar crianças mas a mim tirou-me o sono. Ainda hoje a oiço.
Mais tarde, na fase adolescente mais exacerbada, corria para a sala e punha no gira-discos (grande cota!) os discos do Chico Buarque, aquelas canções de amor de vir às lágrimas, e dava início à minha catarse chorando copiosamente as mais das vezes não tendo nenhuma paixão frustrada. Aquilo fazia-me mal e fazia-me tanto bem! Saía dali com a alma lavada.
E lá em casa por sorte ouvia-se música francesa: Brel, Jean Ferrat, Leo Ferrè, George Brassens, Piaf, etc. etc. E há muito tempo atrás, a minha mãe chegava e punha ritmos latinos e dançava comigo na sala -- foi há tanto tempo!
Finalmente tive a sorte de ter um irmão que ouvia música todo o tempo. Foi a fase psicadélica. Ele mais velho que eu sete anos deu-me a conhecer tudo o que de bom se fazia nos anos 70 e depois 80. Tínhamos uma cave onde era o quarto dele onde se podia ouvir música bem alto, com luzes psicadélicas como numa discoteca.
Depois vieram as paixões: uma delas um músico; nunca conseguiu me ensinar, embora não tenhamos feito muitas tentativas nesse sentido. Dizia que eu não desafinava a cantar mas que a assobiar era de fugir. Sempre houve um qualquer senão para eu não me sentir à vontade para aprender. Por exemplo: eu que nunca toquei e não sou canhota em nada, sempre peguei espontaneamente numa viola ao contrário (terei sido uma Joan Baez noutra encarnação e não sei).
Oiço música todos os dias, em todas as salas da minha casa há sempre pelo menos uma música a tocar e este ano a minha filha foi aprender viola clássica. Temos um trato de ela me ensinar. Será que vamos conseguir?
Música até os bichinhos gostam!
Mais tarde, na fase adolescente mais exacerbada, corria para a sala e punha no gira-discos (grande cota!) os discos do Chico Buarque, aquelas canções de amor de vir às lágrimas, e dava início à minha catarse chorando copiosamente as mais das vezes não tendo nenhuma paixão frustrada. Aquilo fazia-me mal e fazia-me tanto bem! Saía dali com a alma lavada.
E lá em casa por sorte ouvia-se música francesa: Brel, Jean Ferrat, Leo Ferrè, George Brassens, Piaf, etc. etc. E há muito tempo atrás, a minha mãe chegava e punha ritmos latinos e dançava comigo na sala -- foi há tanto tempo!
Finalmente tive a sorte de ter um irmão que ouvia música todo o tempo. Foi a fase psicadélica. Ele mais velho que eu sete anos deu-me a conhecer tudo o que de bom se fazia nos anos 70 e depois 80. Tínhamos uma cave onde era o quarto dele onde se podia ouvir música bem alto, com luzes psicadélicas como numa discoteca.
Depois vieram as paixões: uma delas um músico; nunca conseguiu me ensinar, embora não tenhamos feito muitas tentativas nesse sentido. Dizia que eu não desafinava a cantar mas que a assobiar era de fugir. Sempre houve um qualquer senão para eu não me sentir à vontade para aprender. Por exemplo: eu que nunca toquei e não sou canhota em nada, sempre peguei espontaneamente numa viola ao contrário (terei sido uma Joan Baez noutra encarnação e não sei).
Oiço música todos os dias, em todas as salas da minha casa há sempre pelo menos uma música a tocar e este ano a minha filha foi aprender viola clássica. Temos um trato de ela me ensinar. Será que vamos conseguir?
Música até os bichinhos gostam!
1 comentário:
Parece que viveste e vives imersa em música! E da boa (minha perspectiva). e não temos todos que aprender (até para bem dos ouvidos dos vizinhos e das famílias). No entanto, quem sabe não vai surgir uma Kaos Band? ;)
Boa sorte para a tua filha :)
Bj
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