quinta-feira, outubro 25, 2007

Imagens subliminarmente enganadoras...


"O PÚBLICO"

Informação enganadora

(Kaos)

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Este que se segue foi o comentário que fiz na edição de papel do dia 19 de Outubro no Público Online depois de me ter devidamente registado para o efeito. Fui agora verificar se tinha sido publicado. Não foi. Não existe nenhum comentário feito, quem comentar será o primeiro. Isto apesar de na altura ter tido uma confirmação do envio do comentário. E de ser possível saber no site que alguém comentou a notícia. O meu não deve ter sido aprovado. Querem vocês experimentar?

A fotografia que o Público publicou na edição de 19 de Outubro acompanhando a notícia da Manifestação de 18/Outubro não pode estar desprovida de uma intencionalidade alarmante. É difícil supor que um fotógrafo profissional não tivesse tido uma intenção bem marcada ao fazer um enquadramento que falseia inteiramente as intenções dos cartazes e da própria manifestação. Além dele, são igualmente responsáveis por este branqueamento da verdadeira mensagem da manifestação de 200 mil pessoas ocorrida no dia do acordo do chamado “Tratado de Lisboa” todos os responsáveis pela escolha da fotografia e os responsáveis pela edição do jornal, cujo responsável-mor é o próprio director do jornal Público.

Não pode ter sido mera incompetência, nem tão-pouco distracção. Os profissionais da informação não se distraem, o seu objectivo é buscar a mensagem final. Esta fotografia é deturpadora da realidade de o que ali se passou naquele dia em que 200 mil pessoas vieram para as ruas, em representação de muitos outros trabalhadores, reclamar-se “Contra a Flexigurança” (e não “Com a Flexigurança”), contra as políticas europeias que a querem impor (e não “Europa Si…”). Esta imagem é perigosa por estar colocada num jornal que um dia servirá de documento histórico ainda que deliberadamente construa falsas pistas. Um dia, se o que restar de testemunho da manifestação de 18/Outubro/2007 for uma velha imagem de jornal, e essa imagem for esta, haverá quem a use para legitimar e reforçar o apoio popular desses 200 mil representantes dos trabalhadores ao projecto europeu contra o qual lutavam. Chama-se a isto o poder de construir a História. Jornalismo de mentira.

Este não é um caso inocente e nem um caso isolado. Também o Jornal de Notícias usou os mesmos sinistros métodos -- e não com a mesma imagem, mas com outra carregada das mesmas perigosas intenções.

Esta é a minha opinião. Provem-me que estou errada. Venho lançar um convite a todos os responsáveis do jornal “O Público” para se retratarem neste grave equívoco, justificando as suas motivações, revelando ao público que poder os moveu.


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