«Alguns posavam diante da máquina fotográfica, outros começavam a pôr a palma da mão em frente da objectiva, uma menina deu um passo de baile tão profissional que lhe pedi que o repetisse para tirar a fotografia com um fundo mais adequado; depois, várias crianças se sentaram ao meu lado e disseram-me:
-- Tire uma fotografia com o futuro do país.»
Este é o livro que o meu pai estava a ler e que não chegou a acabar. Hoje passei pela sua marca e avancei mais umas páginas para a frente. Embrenho-me no livro progredindo pelos pequenos degraus dos curtos capítulos sentindo-me clandestina no meu país. Encontro uma realidade bem diferente daquela com que num dia de Abril sonhámos. E estranho não o ter aqui para lhe contar a parte que não leu.
Quanto a ti, Renda, dedico-te este livro; e aos professores lanço-lhes o desafio lançado pela criança: Tirem uma fotografia com o futuro do país! E por favor ofereçam às nossas crianças, aos vossos alunos, uma imagem tirada com a nítida consciência de que é a partir do presente que se constrói o futuro. Eu não gostaria que a fotografia ficasse tão negra que todo o cinzentismo parecesse uma linda cor. Não podemos deixar obscurecer mais a flor de esperança que Abril pintou.
2 comentários:
Com tanto trabalho, em particular, reuniões sem fim, nem tenho tido tempo nem disposição para andar pela net. Hoje, já mais descansada, ando a "passear" devagarinho e dou-me com este post . Dás sempre o teu toque especial a cada momento da tua vida e um simples folhear de um livro transforma-se numa História dos teus sentimentos e dos teus pensamentos - saudade e visão ... Bem tentamos - quero crer que a maioria - pôr as cabecinhas juvenis a pensar pelas suas próprias cabeças, mas o momento não nos é favorável. É muito mais prático e fácil que alguém pense por nós, pensam essas cabecitas - e assim fica o caminho livre para serem programfdas... ou Serei eu que estou pessimista com o cair da noite...
Bom fim de semana. Beijos.
programadas, queria eu dizer.. isto com a pressa ...
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