O primeiro foi o relato mais vivo, o de Jorge Fazenda Lourenço, que nos contou que andou a mexer na papelada e trouxe para nos ler uma declaração pública feita pelo Jorge de Sena na Guarda. Textos A.
Os outros: António Mega Ferreira e Vítor Aguiar e Silva falaram no homem e na obra, na sua faceta camoniana, na relação com a pátria e evocaram textos e homens, lendo textos escritos a propósito deste regresso. Textos B.
Quanto ao ministro disse que ajudava no que pudesse, e que viesse o homem e o espólio que por cá se havia de arranjar os meios. Ainda bem que o senhor ministro é alto, imagino que em certas fotos poderá ficar como que a comer as flores.
O Saramago também não ficou contente privado de ver as pessoas na plateia por causa das mesmas flores. Esteve para tirá-las dali para fora mas não passou de um impulso contido que depois nos contou, como se todos nós tívessemos as nossas fraquezas e pudéssemos compreender. Mas eu também acho que é difícil a tarefa de desmanchar o que outros construíram. Por isso se conteve no seu gesto, afirmando-o como uma não-afirmação. Já não sei quem disse que não pode regressar quem já cá está, mas talvez tenha sido Saramago, patrono do evento, a propósito de Jorge de Sena. Abandonou o palco levando consigo um outro ramo de flores. Para Pilar.
Às vezes temos que ficar calados e quietos e ouvir o que outros têm para dizer. E ficar a aprender o que outros ganharam com as suas experiências, o que aprenderam de tanto procurar. Chama-se isso transmissão de cultura. Pega-se é contagioso, mas não é uma doença, é um apetite. Como uma sala de ópera começar de repente a cheirar a terra molhada.
1 comentário:
é 12 de Julho.
abraço,
M.
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