Tu de saias. As coisas que já se faziam às crianças no teu tempo. Nunca te conheci assim e sempre te conheci assim, pelas fotografias que atravessaram o tempo. Quem te vê assim pode julgar que eras uma menina, mas não eras, vieste a ser o meu pai. Se fosses vivo fazias hoje 76 anos. Estás sempre presente na minha memória. Nunca gostei de colher flores mas depois que partiste tenho sacrificado muitas, tenho-as ali todas secas menos a última rosa que havia no jardim. Colhi-a para ti e parece que ganhou mais vida junto do teu retrato. Naquele retrato estás a achar graça aos teus netos e essa é uma das maiores penas que eu tenho, que não os possas ver crescer e que eles não possam já usufruir da tua pessoa. Por muita que seja a memória, a morte torna sempre a ausência irremediável. O atordoamento dos que ficam vai passando com os dias mas a consciência vai-se agudizando. É o teu segundo aniversário em que não te posso abraçar e no entanto ainda te sinto tão próximo, sempre presente em mim. Parabéns para sempre.
Poeminhas ecológicos
Há 1 hora
6 comentários:
"Por muita que seja a memória, a morte torna sempre a ausência irremediável.", Kaotica, não é bem assim...
Eu sei que este assunto é sempre complicado. Lembra-te, ganhaste um Amparador. Não te estou a dar palavras doces, apenas a realidade.
Muitas vezes a visita ao cemitério incomoda. Não tem nada de mal.
Estamos somente em diferentes manifestações energéticas.
Mesmo que não acredites, podes ter a certeza, que ele vai continuar a acompanhar a vida intrafísica da filha e dos netos.
Aquela energia quente, quando abre o Sol e, nos sentimos acolhidos e protegidos.
Beijos,
Zorze
P.S.: Muito bom o teu post, abres a alma de uma forma ...
Saudações sentidas, apenas, do Marreta.
Lindo e sentido. Parabéns pelo texto.
Preservar a memória dos nossos amigos (sejam pais, irmãos, filhos, outros familiares e restantes amigos) é a forma de estarem sempre presentes.
BJS
És uma bela filha, uma bela amiga. E a forma como te expressas é encantadora. Lembrei-me de ti e do teu Pai dia 12 mas só hoje vim à blogosfera.
Contigo,
M.
Ôi, também quero deixar os meus parabens para sempre ao El Comandante.
Bjs à LA Comandante.
Olá...
eu concordo com a ausencia irremediável...como já havia dito...aquele espaço na mesa...a fotografia que vai desbotando...o cotidiano todo refeito e já sem aquela parte...
Também tenho pena dos meus filhos não poderem aproveitar a sabedoria dele...mas a maior pena que eu tenho é que o conheci um bocado tarde e apesar de ter aproveitado o máximo que pude sei que ainda havia muito para aprender...Maior sorte tiveste tú...que é um pedacinho dele aqui por perto...
Um beijo para vc
da sua cunhada
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