domingo, setembro 20, 2009

Talvez daqui a dois anos a esquerda se entenda...


Caros

O Facebook de repente tornou-se inacessível. De rápido passou a lento, de tal forma que agora parece que os blogues estão muito mais rápidos a abrir do que antes. Sem dúvida ando aqui com problemas técnicos, que me fazem andar como uma enguia à procura de um meio de estar ligada à netoesfera.

Hoje, pela primeira vez de há anos para cá não fui a uma manifestação de professores. Nunca fui de acordo que os movimentos de professores pegassem numa bandeira de "Sou professor, não voto PS". Sempre achei que a Escola Pública se defende por dentro, nas escolas, com os professores a ter uma palavra sobre o Ensino.
Por isso desta vez não pude alinhar, não porque não ache que este governo PS causou muitos danos à escola pública, mas porque apelar a não votar PS, infelizmente significa admitir a vitória do PSD, sendo este o partido de direita mais forte, único capaz de conseguir ser eleito. O PS está neste momento colocado à frente nas sondagens. Se voltar a ganhar vai apertar o cerco aos professores, à escola pública, a todos os trabalhadores. Mas o mesmo irá acontecer se o PSD ganhar e pior ainda com o peso da postura de cariz salazarento, tenebroso, bolorento e bafiento. Não espero nada destas eleições. Apenas desejo que os partidos que se dizem de esquerda tenham juntos uma larga maioria. Tendo a concordar com o professor Marcelo quando diz que o próximo governo não durará mais do que dois anos. Nessa altura é preciso que a esquerda esteja organizada no sentido da governação do país. E não pode ser este ou aquele partido de esquerda. É preciso que entre toda a esquerda se estabeleça uma plataforma de entendimento capaz de propor uma alternativa séria ao sistema capitalista. E isso passa inevitavelmente pela capacidade de diálogo... e olhem que não me refiro aos dirigentes dos partidos que se reclamam de esquerda. Refiro-me às bases, ou, por outras palavras, à intervenção directa e ao envolvimento das pessoas nas questões políticas que as afectam. As decisões têm que ser tomadas por um colectivo consciente e interveniente.

6 comentários:

Safira disse...

Olá!

Pois eu fui à manifestação. Porque antes de tudo SOU PROFESSORA...
De facto estranhei não te ver lá, mas tb como não estive na reunião convocada pela CDEP (por razões de trabalho) não sei o que foi decidido.

Um abraço,

Safira

Ferroadas disse...

Com estes líderes não vislumbro a tal união das esquerdas, se a "coisa" começar pelas bases como dizes, com estas a pressionar as chefias (palavra feia) para o objectivo, ainda acredito que se possa "arranjar" alguma coisa.

BJS

Marreta disse...

Isso é para outras calendas.

Saudações do Marreta.

Anónimo disse...

A «esquerda» não é homogénea. O que é a «esquerda»?
Penso que existe aqui um equívoco: se o anti-capitalismo e anti-autoritarismo são valores que têm sido transportados pela esquerda libertária, nos vários países «de capitalismo não-periférico», já o mesmo não se poderá dizer aqui - em Portugal -das componentes pseudo-revolucionárias, prontas sempre a cair nos maiores oportunismos, porque são na sua essência reformistas. Mas, como o escondem, envergando a «camisola» de revolucionários, mas só a camisola, não dão saída nenhuma.

Porém, essa saída existe; ela é apontada pelas práticas de democracia de base (ou directa) e de acção directa (ou não mediada).

Em Portugal há um atraso de vinte anos, pelo menos. Mesmo que haja uma rápida cópia de modas intelectuais vindas de países capitalistas «do centro», não há uma prática alternativa.

Mas um dia, haverá forças capazes de ser alternativa anti-capitalista e anti-autoritária ao status quo. Hoje em dia, nenhuma das forças eleitorais, quer seja pequena ou grande, tem essa característica.
MB

o escriba disse...

Sem alternativas e sem outras escolhas, vou votar amanhã com o coração apertado!

Bom fim de semana
bjs
Esperança

Kaotica disse...

Também eu, Esperança, também eu!

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