sexta-feira, novembro 24, 2006

Homenagem a Rómulo de Carvalho, o poeta António Gedeão

Furtada na Net


No centenário do seu nascimento presto aqui homenagem a um homem que, por ser grande, soube amar a Ciência e as Letras.

Impressão Digital [António Gedeão]

Os meus olhos são uns olhos,
e é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos,
onde outros, com outros olhos,
não vêem escolhos nenhuns.

Quem diz escolhos, diz flores!
De tudo o mesmo se diz!
Onde uns vêem luto e dores,
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.

Pelas ruas e estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros gnomos e fadas
num halo resplandecente!!

Inútil seguir vizinhos,
querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos!
Onde Sancho vê moinhos,
D.Quixote vê gigantes.

Vê moinhos? São moinhos!
Vê gigantes? São gigantes!

in "Movimento Perpétuo", 1956

5 comentários:

Kaotica disse...

Ontem não consegui pôr imagens e andei aqui a bater com a cabeça nas paredes e a perder tempo, mas a homenagem justifica-se e por isso se mantém.

Anónimo disse...

Não vale a pena castigar as paredes, apesar de ficar a ferver quando isso me acontece! A pessoa vai-se habituando aos tiques das máquinas! :)

Uma bonita homenagem, que também li no JL.

Bom domingo!

Rui Martins disse...

o outsider também já homenageou Gedeão... Estranho Homem Normal preso entre a Arte a Ciência, excelente casamento de uma dualidade oposta e conjugada que vive dentro de todo o Homem: Razão e Coração...

Kaotica disse...

Sa Morais

Sabes que isto das homenagens pega-se, principalmente quando das duas três:
- ou se está com falta de imaginação para postar;
- ou se anda informado dessas efeméries;
- ou se gosta mesmo da pessoa a homenagear, o que é o caso!

Abraço!

Kaotica disse...

Rui Martins

Os melhores são quase sempre os que conseguem abraçar os opostos e parir a síntese.

Abraço!

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