sexta-feira, abril 04, 2008

Hoje estive aqui


Não sei se alguém se apercebeu mas ontem era impossível colocar imagens no meu blogue. De vez em quando lá surgem estas macacoas informáticas e não há nada a fazer senão esperar que tudo volte à normalidade. Hoje não estive por cá. Fui até Setúbal, a uma Assembleia pela Escola Pública. Os oradores eram uma sindicalista do SPGL, um sindicalista da FNE, a Cecília Honório do Movimento Escola Pública (organizador) e o António Castela da Ferlap (Federação Regional de Lisboa das Associações de Pais), que nada tem a ver com "o pai dos pais", que esse é o senhor Albino Almeida que deve ter passado o dia mais ocupado a lamber as botas do PGR, outro tarado que se passou e que desatou hoje por aí a dizer que nas escolas há crianças de seis anos que levam armas para a escola a conselho dos papás. Ao que chegou a campanha para denegrir a Escola Pública. Cá em Portugal, como o povo é crédulo e emprenha pelos ouvidos bastará ouvir essas enormidades para dizer "Jesu, Jesu, ao que isto chegou, a Escola Pública está pejadinha de criminosos!" e então será fácil convencê-los a aceitar de bom grado o chequezinho que lhes permitirá com mais alguns sacrifícios, pôr o petiz na escola privada ou, caso ainda assim não tenham posses, a aceitar que a escola dos filhos seja vigiada, policiada e cadastrada, a bem do mesmo Deus, da mesma Pátria e da Nova Autoridade.
Hoje já é tarde para contar mais em pormenor o que por lá se disse na reunião, mas foi positivo ouvir a voz dos professores que falaram a partir do público. Saber que dentro das escolas ainda há muito quem resista e que fora delas os professores encontraram nos meios tecnológicos ao dispor, novos modos de estarem em contacto, o que lhes tem permitido uma certa rapidez de resposta às ofensivas e principalmente que os tem ajudado a se organizarem sem precisarem de ficar à espera que os sindicatos lhes dêem as respostas atempadas para reagirem nas escolas. Quanto à sindicalista, ainda me ri a bom rir, pois para o final só lhe vinham à ideia imagens do diabo. Compreende-se, visto que estas políticas parecem obra do demo, mas para mim que não acredito nem em Deus nem no Diabo a não ser enquanto criações da imaginação do ser humano, atribuo-as a causas mais terrenas: as políticas educativas que estão a destruir as bases da Escola Pública (e não só) são da responsabilidade da União Europeia e das políticas económicas do capitalismo global. Este governo, esta ministra, este ministério são apenas uns paus mandados. Outros que lá estivessem haveriam de obedecer às mesmas ordens. Mas isto nunca se ouve ninguém a dizer. Ou quase ninguém.

2 comentários:

Pata Negra disse...

Kaótica, sempre a trabalhar. Também estou muito preocupado com este levantar de telemóveis, armas e outras ameaças: pouco pelos factos, um pouco pela ampliação das notícias mas, sobretudo, preocupado pelas intenções que poderão estar por trás desta campanha - fazer temer a escola pública!
Como ouvi alguém dizer hoje, as escolas são dos sítios mais seguros onde se pode estar!
Estou exaltado mas com esperança, eles têm os meios, nós somos as pessoas!
Acabo de sujar o ecran a carregar no tomate que está na barra lateral do Pafúncio.
Um abraço da minha escola

Anónimo disse...

Cuidado quando fala de país, é que há os país e os padrastos

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