quinta-feira, abril 16, 2009

Como vamos de outra forma exigir a proibição dos despedimentos?

Imagem daqui

Alguém me pode explicar por que é que na rua as pessoas assinam este apelo (http://www.petitiononline.com/Ndespede/) sem hesitação e aqui na Net tão poucos a assinaram?

Esteve (e está!) em vários blogues, foi amplamente divulgado por mail, com o link para assinar online (ou seja, não é uma questão de dificuldade ou de preguiça); por que será que as pessoas não o assinam online?

Será por os apelos e as petições online terem pecado por excesso e as pessoas estarem fartas ou não acreditarem na sua eficácia? Não deve ser pois ainda há bem pouco apareceu uma petição altamente discutível, que exigia a responsabilização das famílias pela violência permitida nas escolas e aquilo em pouco tempo ficou com centenas de assinaturas. Outra, que foi nitidamente feita na brincadeira mas que até eu mesma assinei, propondo o voluntariado na política, essa então foi um ver se te avias, tem reunidas imensas assinaturas com BI e tudo nos conformes.

Mas esta petição, que simplesmente toca no problema mais grave que enfrentamos neste momento: os despedimentos em massa - esta não passa disto. Será por as pessoas não quererem saber dos despedimentos dos outros? Será por que acham que os despedimentos e prosseguir com o desmantelamento do sector produtivo irão resolver o problema da crise?

Há dias encontrei um artigo bastante interessante sobre a eficácia/ineficácia da luta via Net. Referia precisamente o caso de uma petição que obteve imensas assinaturas num determinado lugar onde as pessoas usaram o sistema de assinaturas cara a cara; enquanto que, contra todas as expectativas, não conseguiu obter um número relevante de assinaturas via Net.

Faz parte da consciência de cada um assinar ou não. Mas desde já vos digo: os governos vão continuar a permitir os despedimentos em massa, ao abrigo da crise e ninguém estará livre de lhe acontecer, por muito qualificado que seja.

(Já agora veja no video as "razões" para a não proibição apontadas pelo senhor inginheiro: «o paradigma das políticas que seguimos»)


1 comentário:

Anónimo disse...

As petições só servem se, e somente se, tiverem como objectivo primordial auto-organizar as pessoas, através de um contacto pode-se estabelecer uma ponte, para tentar a auto-organizaçao de uma luta.
É ilusão reformista pensar-se que petições ao parlamento, ao governo ou outro órgão do poder tenham qualquer efeito na mudança da correlação de forças. Esta só muda quando as pessoas decidem se auto-organizar para combater algo e para promover a solução vinda de baixo que consideram mais apropriada para uma dada situação.

Solidariedade,
MB

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