A vocês todos que me visitam quero desejar um 2008 excelente, construído à medida dos vossos desejos, com a força necessária para concretizar as vossas melhores utopias. E não se deixem desanimar nem mesmo no amargo dia da ressaca. Vai ser preciso unirmos todas as nossas forças contra a corja. Não lhe podemos dar descanso.
segunda-feira, dezembro 31, 2007
Que pretendo fazer na passagem do ano?
A vocês todos que me visitam quero desejar um 2008 excelente, construído à medida dos vossos desejos, com a força necessária para concretizar as vossas melhores utopias. E não se deixem desanimar nem mesmo no amargo dia da ressaca. Vai ser preciso unirmos todas as nossas forças contra a corja. Não lhe podemos dar descanso.
domingo, dezembro 30, 2007
Fumícios à porta das escolas!
«E o que parece não querer dizer nada sempre quer dizer qualquer coisa...»
http://www.paula-rosa.com/mixed2007/1.jpg
A passagem das horas
Sentir tudo de todas as maneiras,
Ter todas as opiniões,
Ser sincero contradizendo-se a cada minuto,
Desagradar a si-próprio pela plena liberalidade de espírito,
E amar as coisas como Deus.
Eu, que sou mais irmão de uma árvore que de um operário,
Eu, que sinto mais a dor suposta do mar ao bater na praia
Que a dor real das crianças em quem batem
(Ah, como isto deve ser falso, pobres crianças em quem batem -
E porque é que as minhas sensações se revezam tão depressa?)
Eu, enfim, que sou um diálogo contínuo
Um falar-alto incompreensível, alta-noite na torre,
Quando os sinos oscilam vagamente sem que mão lhes toque
E faz pena saber que há vida que viver amanhã.
Eu, enfim, literalmente eu,
E eu metaforicamente também,
Eu, o poeta sensacionista, enviado do Acaso
Às leis irrepreensíveis da Vida,
Eu, o fumador de cigarros por profissão adequada,
O indivíduo que fuma ópio, que toma absinto, mas que, enfim,
Prefere pensar em fumar ópio a fumá-lo
E acha mais seu olhar para o absinto a beber que bebê-lo...
Eu, este degenerado superior sem arquivos na alma,
Sem personalidade com valor declarado,
Eu, o investigador solene das coisas fúteis,
Era capaz de ir viver na Sibéria só por embirrar com isso
E que acho que não faz mal não ligar importância à pátria
Porque não tenho raiz, como uma árvore, e portanto não tenho raiz...
Eu, que tantas vezes me sinto tão real como uma metáfora,
Como uma frase escrita por um doente no livro da rapariga que encontrou no terraço,
Ou uma partida de xadrez no convés dum transatlântico,
Eu, a ama que empurra os perambulators em todos os jardins públicos,
Eu, o polícia que a olha, parado para trás na álea,
Eu, a criança no carro, que acena à sua inconsciência lúcida com um colar com guizos,
Eu, a paisagem por detrás disto tudo, a paz citadina
Coada através das árvores do jardim público,
Eu, o que os espera a todos em casa,
Eu, o que eles encontram na rua
Eu, o que eles não sabem de si-próprios,
Eu, aquela coisa em que estás pensando e te marca esse sorriso,
Eu, o contraditório, o fictício, o aranzel, a espuma,
O cartaz posto agora, as ancas da francesa, o olhar do padre,
O lugar onde se encontram as duas ruas e os chauffeurs dormem contra os carros,
A cicatriz do sargento mal-encarado,
O sebo na gola do explicador doente que volta para casa,
A chávena que era por onde o pequenito que morreu bebia sempre,
E tem uma falha na asa (e tudo isto cabe num coração de mãe e enche-o)...
Eu, o ditado de francês da pequenita que mexe nas ligas,
Eu, os pés que se tocam por baixo do bridge sob o lustre,
Eu, a carta escondida, o calor do lenço, a sacada com a janela entreaberta,
O portão de serviço onde a criada fala com os desejos do primo,
O sacana do José que prometeu vir e não veio
E a gente tinha uma partida para lhe fazer...
Eu, tudo isto, e além disto o resto do mundo...
Tanta coisa, as portas que se abrem, e a razão porque elas se abrem,
E as coisas que já fizeram as mãos que abrem as portas...
Eu, a infelicidade-nata de todas as expressões,
A impossibilidade de exprimir todos os sentimentos,
Sem que haja uma lápide no cemitério para o irmão de tudo isto,
E o que parece não querer dizer nada sempre quer dizer qualquer coisa...
Sim, eu, o engenheiro naval que sou supersticioso como uma camponesa madrinha,
E uso o monóculo para não parecer igual à ideia real que faço de mim,
Que levo às vezes três horas a vestir-me e nem por isso acho isso natural,
Mas acho-o metafísico e se me batem à porta zango-me,
Não tanto por me interromperem a gravata como por ficar sabendo que há a vida...
Sim, enfim, eu o destinatário das cartas lacradas,
O baú das iniciais gastas,
A intonação das vozes que nunca ouviremos mais -
Deus guarda isso tudo no Mistério, e às vezes sentimo-lo
E a vida pesa de repente e faz muito frio mais perto que o corpo.
A Brígida prima da minha tia,
O general em que elas falavam - general quando elas eram pequenas,
E a vida era guerra civil a todas as esquinas...
Vive le mélodrame où Margot a pleuré!
Caem folhas secas no chão irregularmente,
Mas o facto é que sempre é outono no outono,
E o inverno vem depois fatalmente,
E há só um caminho para a vida, que é a vida...
Esse velho insigniflcante, mas que ainda conheceu os românticos
Esse opúsculo político do tempo das revoluções constitucionais,
E a dor que tudo isso deixa, sem que se saiba a razão
Nem haja para chorar tudo mais razão que senti-lo.
Todos os amantes beijaram-se na minha alma,
Todos os vadios dormiram um momento em cima de mim
Todos os desprezados encostaram-se um momento ao meu ombro,
Atravessaram a rua, ao meu braço todos os velhos e os doentes,
E houve um segredo que me disseram todos os assassinos.
(Aquela cujo sorriso sugere a paz que eu não tenho,
Em cujo baixar-de-olhos há uma paisagem da Holanda,
Com as cabeças femininas coiffées de lin
E todo o esforço quotidiano de um povo pacífico e limpo...
Aquela que é o anel deixado em cima da cómoda,
E a fita entalada com o fechar da gaveta,
Fita cor-de-rosa, não gosto da cor mas da fita entalada,
Assim como não gosto da vida, mas gosto de senti-la...
Dormir como um cão corrido no caminho, ao sol,
Definitivamente para todo o resto do Universo,
E que os carros me passem por cima)
Fui para a cama com todos os sentimentos,
Fui souteneur de todas as emoções,
Pagaram-me bebidas todos os acasos das sensações,
Troquei olhares com todos os motivos de agir,
Estive mão em mão com todos os impulsos para partir,
Febre imensa das horas!
Angústia da forja das emoções!
Raiva, espuma, a imensidão que não cabe no meu lenço,
A cadela a uivar de noite,
O tanque da quinta a passear à roda da minha insónia
O bosque como foi à tarde, quando lá passeamos, a rosa,
A madeixa indiferente, o musgo, os pinheiros,
Toda a raiva de não conter isto tudo, de não deter isto tudo,
Ó fome abstracta das coisas, cio impotente dos momentos,
Orgia intelectual de sentir a vida!
Obter tudo por suficiência divina -
As vésperas, os consentimentos, os avisos,
As coisas belas da vida -
O talento, a virtude, a impunidade,
A tendência para acompanhar os outros a casa,
A situação de passageiro,
A conveniência em embarcar lá para ter lugar,
E falta sempre uma coisa, um copo, uma brisa, uma frase,
E a vida dói quanto mais se goza e quanto mais se inventa.
Poder rir, rir, rir despejadamente,
Rir como um copo entornado,
Absolutamente doido só por sentir,
Absolutamente roto por me roçar contra as coisas,
Ferido na boca por morder coisas,
Com as unhas em sangue por me agarrar a coisas,
E depois dêem-me a cela que quiserem que eu me lembrarei da vida.
Álvaro de Campos
sábado, dezembro 29, 2007
sexta-feira, dezembro 28, 2007
Nós é que somos os lixados com um "f" muito grande!
«[Engenheiro Sócrates, vamos vê-lo, um dia, primeiro-ministro?]
DNA, Set.2000
Não há dinheiro que pague tamanho sacrifício pela Nação!
Agora são os pais que têm as costas largas?
No A Sinistra Ministra recomenda-se a leitura do texto completo (site do SPGL) e transcreve-se uma parte deixada como apelo a pais e Encarregados de Educação, que passo a transcrever:
«Violência é não saberem viver em comunidade, é o safanão, o pontapé e a bofetada como resposta habitual, o palavrão (dos pesados…) como linguagem única, a ameaça constante, o nenhum interesse pelo que se passa dentro da sala, a provocação gratuita ("bata-me, vá lá, não me diga que não é capaz de me bater? Ai que medinho que eu tenho de si…", isto ouvi eu de um aluno quando a pobre da professora apenas lhe perguntou por que tinha chegado tarde…)
Violência é a demissão dos pais do seu papel de educadores - e depois queixam-se nas reuniões de que "os professores não ensinam nada".
(...)
Cada vez os pais têm menos tempo para os filhos e, por isso, cada vez mais os filhos são educados pelos colegas e pela televisão (pelos jogos, pelos filmes, etc.). Não têm regras, não conhecem limites, simples palavras como "obrigada", "desculpe", "se faz favor" são-lhes mais estranhas do que um discurso em Chinês - e há quem chame a isto liberdade.
Mas a isto chama-se violência. Aquela que não conta para os estudos "científicos", mas aquela da qual um dia, de repente, rompe a violência a sério.» (Alice Vieira)
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O meu comentário ao excerto da Alice Vieira, como educadora, como mãe e ex-professora provisória só pode ser este:
Tudo isto é a pura das verdades, mas não devem ser os pais indicados como os únicos culpados desta situação: eles próprios estão enredados num sistema que não lhes deixa tempo para educar os filhos. Cada vez mais os horários de trabalho exigem-se flexíveis e pais e professores estão pouco seguros nos empregos. As escolas e os ATL's acolhem as crianças durante muitas horas, impondo-lhes regras sucessivas para os conter e no final do dia todos estão cansados de regras, cansados até para conversar e brincar. Os nossos filhos protegem-se à sua maneira deste modus vivendi, fogem da realidade, alheiam-se, isolam-se e tentam compensar a atenção que não lhes prestam. Dão largas à sua imaginação nas imagens da televisão e nas dos jogos electrónicos. Na escola encontram sinais de violência e se são diferentes são marginalizados do grupo. O espírito do grupo é ser o maior, e não o melhor. O importante é ser “melhor” que os outros, no pior dos sentidos e dominar exibindo-se para “ser popular”, nem que seja pela má-criação. “Ser popular” é tudo o que desejam. Cada criança tenta sobreviver aos próprios grupos, temendo-os. Imaginem uma criança normal, bem-educada, chegar a um trabalho de grupo e um colega dizer-lhe sem mais nem menos: "sai daqui que cheiras a cú", como pode esta criança cooperar com gente assim? A culpa é dos pais? Mas os pais não estão ali para se dar conta, aquilo passa-se na sala de aula, na escola. Os professores também são educadores e medidores, ou se não são, deviam ser. Relegar todas as culpas para os pais é uma atitude tão atroz como a da ministra quando lançou todas as culpas nos professores. Pais e professores só têm a perder estar de costas voltadas.
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quinta-feira, dezembro 27, 2007
Rússia: Festa rija dos filhos de Putin!
quarta-feira, dezembro 26, 2007
Le diable (Ça va)
Paroles et Musique: Jacques Brel 1953
pour surveiller ses intérêts, il a tout vu le Diable, il a tout entendu
et après avoir tout vu, après avoir tout entendu, il est retourné chez
lui, là-bas.
Et là-bas on avait fait un grand banquet, à la fin du banquet, il s'est
levé le Diable, il a prononcé un discours et en substance il a dit ceci,
il a dit:
Il y a toujours un peu partout
Des feux illuminant la terre ça va
Les hommes s'amusent comme des fous
Aux dangereux jeux de la guerre ça va
Les trains déraillent avec fracas
Parce que des gars pleins d'idéal
Mettent des bombes sur les voies
Ça fait des morts originales
Ça fait des morts sans confession
Des confessions sans rémission ça va
Rien ne se vend mais tout s'achète
L'honneur et même la sainteté ça va
Les États se muent en cachette
En anonymes sociétés ça va
Les grands s'arrachent les dollars
Venus du pays des enfants
L'Europe répète l'Avare
Dans un décor de mil neuf cent
Ça fait des morts d'inanition
Et l'inanition des nations ça va
Les hommes ils en ont tant vu
Que leurs yeux sont devenus gris ça va
Et l'on ne chante même plus
Dans toutes les rues de Paris ça va
On traite les braves de fous
Et les poètes de nigauds
Mais dans les journaux de partout
Tous les salauds ont leur photo
Ça fait mal aux honnêtes gens
Et rire les malhonnêtes gens.
Ça va ça va ça va ça va
SeBento XVI e a cínica encenação da sua benção "Urbi et Orbi"
Este ano a benção papal “Urbi et Orbi” fez uma espécie de levantamento de todos os males que vão pelo mundo (ver aqui). Falou do Dafur e do Afeganistão e do Iraque, das catástrofes humanitárias e bélicas e ainda do perigo que corre o equilíbrio ecológico terrestre devido à “exploração imprudente dos recursos naturais”. Aguardei mais um pouco para ver se depois de referir os males apontava o dedo às causas, mas de capitalismo desenfreado e de globalização nem uma palavra. Na sequência daquele discurso social e humanitário seria de esperar que se apresentassem as soluções, o modo como a humanidade devia proceder: a condenação do consumismo e do lucro desmedido das multinacionais, a acusação aos senhores do mundo cujas políticas económicas exploram desmedidamente os recursos naturais, dos governantes que são causadores das guerras e dos conflitos, de uma globalização que não faz senão gerar maiores desigualdades. Mas não. Cinicamente este Papa, também ele afinal um desses senhores do mundo, vem no final dizer ao rebanho que a solução para tudo isto pode ser divina e que os fiéis devem… orar, pois a salvação do mundo só se poderá obter pela oração! Ou seja, a salvação do mundo não está para a igreja católica na capacidade humana de inverter o sentido de uma marcha acelerada para a destruição da própria humanidade. Essa responsabilidade continua ad eternum a ser relegada para o plano divino enquanto cá na Terra progride o pecado capital. E, como sempre, aos pecadores prescreve-se que rezem mais, que quanto mais pecadora for a humanidade mais orações deverá fazer. Por isso quanto mais crentes formos nessa suposta solução divina menos devemos agir e mais fervorosamente devemos rezar, depositando assim os destinos do mundo na mão de Deus. Na mão de Deus que, dizem, é todo espírito e luz? Que me perdoem os crentes, pois não há maior falsidade que a religião católica!
terça-feira, dezembro 25, 2007
Hoje é dia de Natal
Natal
Hoje é dia de Natal.
O jornal fala dos pobres
em letras grandes e pretas,
traz versos e historietas
e desenhos bonitinhos,
e traz retratos também
dos bodos, bodos e bodos,
em casa de gente bem.
Hoje é dia de Natal.
- Mas quando será de todos?
Sidónio Muralha
Obras Completas do Poeta
Lisboa, Universitária Editora, 2002
domingo, dezembro 23, 2007
sábado, dezembro 22, 2007
Boas Festas aos Amigos e Visitantes do Pafúncio
Produção caseira: Sara, 11 anos
Recolha de Mensagens de Natal de alunos de uma escola do Concelho de Oeiras (Natal de 2007)
Neste Natal eu desejo que todo o mundo tenha paz e amor.
Neste Natal eu desejo que os adultos ensinem as crianças com amor e carinho para que sejam bons cidadãos no futuro. (Joana, 3º. Ano)
Neste Natal eu desejo que todas as pessoas tenham paz e liberdade. (Valério, 3º. Ano)
Neste Natal eu desejo que o Duarte tenha a letra mais bonita. (Bernardo, 3º. Ano)
Neste Natal eu desejo paz para toda a gente. (João 3º. Ano)
(Neusa, 5º. Ano)
Neste Natal eu desejo que todas as crianças tenham paz e liberdade e aprendam o que é a responsabilidade. (Henrique, 3º. Ano)
Neste Natal eu desejo que: todas as pessoas tenham fé, respeito, liberdade, amor, alegria e tolerância uns pelos outros. (José, 3º. Ano)
Só com paz e alegria
Assim se torna especial
E não mais que um dia
(Francisco Xavier, 5º. Ano)
Neste Natal eu desejo que as pessoas passem um bom Natal, com alegria, amor e partilha uns com os outros. (Daniel, 3º. Ano)
E eu sou a Andreia e gosto do que fiz. (Andreia, 5º. Ano)
quinta-feira, dezembro 20, 2007
Extinguir para reinar
Aproveitem o Natal para meditar um pouco em tudo isto e depois façam o que a vossa consciência vos ditar.
Boas festas a todos e desejos de um Feliz Ano Novo.
Um abraço
quarta-feira, dezembro 19, 2007
Cimeira do Pai Natal
Telejornalês, a novilíngua
terça-feira, dezembro 18, 2007
Razões do não à ratificação do tratado por via parlamentar
Os engravatados que defendem a ratificação por via parlamentar, não querem obviamente que a questão seja debatida em praça pública. O problema, é que o parlamento não tem legitimidade para ratificar o tratado, porque o parlamento foi eleito com base num programa eleitoral que previa a consulta popular (referendo) sobre o tratado. Meus amigos, é legítimo afirmar que o povo votou no Partido Socialista porque queria referendar o tratado. Porreiro pá!
Um abraço
Blueminerva
Milton Friedman era um deles
Milton Friedman (um dos teóricos do neoliberalismo) afirma que se há desemprego então deverão reduzir-se os salários. Se esta diminuição dos salários não é capaz de gerar emprego, então é preciso continuar a baixar os salários. Para que os salários possam baixar, devem desaparecer os Sindicatos, já que estes não permitem que haja uma “livre” contratação da mão-de-obra, impedindo que o valor da força de trabalho se fixe pelas leis de mercado. Se os Sindicatos fazem subir o salário, isto leva a reduzir o nível de emprego. Retirado daqui (Ler A cartilha neoliberal)
-- E a prova dos nove:
Já havia filhos de puta
muito antes da assinatura do Tratado de Lisboa!
Noves fora, nada.http://classepolitica.blogspot.com/2007/12/blog-post.html
segunda-feira, dezembro 17, 2007
sábado, dezembro 15, 2007
Tratado mais triste que Maastricht
Sinto um grande asco por esses senhores do mundo que nos governam cada vez mais de cima. Tenho-lhes horror. São os tratantes que em secretismo e socretinismo aprovam os tratados que o povo não aprova, e que vêm depois mostrar aos olhos do povo as suas cerimónias assinando tratados cuja finalidade o povo desconhece por não poder ser por ele compreendida. Imaginem se o povo pudesse compreender que determinado tratado em nada o favorece, antes pelo contrário. Ousarem chamar a um tratado desses "Tratado de Lisboa" seria já uma afronta, motivo para uma movimentação popular. Um tratado que não se pode compreender porque, se fosse realmente compreendido, o povo saía logo para as ruas a dizer que não o queria. A sua aprovação sem o referendo dos povos europeus, será o derradeiro atentado dos chefes dos estados à democracia, em nome de Lisboa.
Que tramas se podem albergar num texto de 10 kg., intragável? Terá Sócrates alguma vez lido o texto do tratado? E se ele nos disser que leu e que é bom para nós, alguém mais vai acreditar em mais essa peta?
quarta-feira, dezembro 12, 2007
O Texto do Tratado
segunda-feira, dezembro 10, 2007
Cimeira UE-África: Extra Ordinária
Desta vez tendemos a concordar: aquilo foi mesmo extra ordinário; e isto porque tinha gente ordinária dos dois lados (UE/África) e porque os acordos comerciais firmados também foram uma negociata verdadeiramente extra ordinária.
Que conclusões tirar?
Fica provada a teoria de que alguns negros são mais inteligentes do que alguns brancos (nós, por exemplo que aceitamos tudo que vem da UE como se fosse uma coisa boa; eles não, alguns viram logo que aqueles negócios não os iam beneficiar em nada, antes pelo contrário).
Comprova-se o facto de que corruptos tantos os há aqui na europa (e portugueses, para nossa vergonha!) como em África (bués!).
domingo, dezembro 09, 2007
Concílio de Tratantes
Este ano não há presépio...
Lamentamos mas:
- Os Reis Magos lançaram uma OPA sobre a manjedoura e esta foi retirada do estábulo até decisão governamental ;
- Os camelos estão no governo e não no deserto da margem-sul;
- Os cordeirinhos estão tão magros e tão feios que não podem ser exibidos, julgam-se avestruzes e enfiaram a cabeça na areia, não é nada comigo! ;
- A vaca está louca, não se segura nas patas e julga-se ministra da educação (quas, quas quas quas, quas!!!!!);
- O burro está na Escola Básica a dar aulas de substituição, coitado do burro, é sempre o burro quem paga;
- Nossa Senhora e São José foram chamados à Escola Básica para avaliar o burro, coitado do burro outra vez!;
- A estrelinha de Belém perdeu o brilho porque o Menino Jesus do presépio da Maria fez um xixi de repuxo quando viu o presidente chegar comendo bolo-rei ;
- O Menino Jesus está no Politeama em actividades de enriquecimento curricular e o tribunal de Coimbra ordenou a sua entrega imediata ao pai biológico, mas que pai biológico, que porra é essa?!; antes disso passará um tempo na Casa Pia para se testar se há efectivamente pedofilia por lá e se não estará melhor com o pai biológico (terá acompanhamento médico de um dos arguidos do Processo Casa Pia, por estar mais dentro do assunto e em liberdade);
- A ASAE fechou temporariamente o estábulo pela falta da manjedoura e, sobretudo, até serem corrigidas as péssimas condições higiénicas do estábulo, de acordo com as normas da EU, que faz tudo pelo nosso bem, Amen.
sexta-feira, dezembro 07, 2007
Três episódios de apropriação para o bom entendedor
Havia um teatro que era de todos. O teatro deixou de ser de todos e passou a ser propriedade de uma empresa privada. Agora, se as pessoas precisam de usar aquele espaço para organizar um evento, têm que lhe pagar. Havia uma comissão que queria organizar um encontro e um presidente que acedeu em pagar o aluguer do teatro para que o encontro lá se realizasse. Eternamente grata a comissão fez o encontro mas sempre fica alguém pensando se terá havido quem pagasse tal flor. Duas palmadas nas costas foi o mais que lhe terá custado. Porque uma empresa privada há-de sempre ficar grata a quem lhe entregou em mãos o tal teatro. Que par de luvas receberá este Natal para repartir com os pobres e com as instituições sem fins lucrativos. Até quando podemos contar com tais beneméritos?
Havia uma biblioteca que recebeu apoios para fazer um lindo projecto de sonho e de magia. Mas o tempo passou e ninguém se resolvia a pegar no projecto. O tempo urgia porque os subsídios que vêm de fora trazem consigo prazos de cumprimento. Coisa estanha por aqui, essa do cumprimento! Mas eis que de repente alguém se lança na aventura voluntário. Mas vinha mesmo a calhar, como caído do céu e sem custos. O projecto ganhou pernas para andar e fez-se com muito trabalho, muitas noites de pouco dormir e de muito dar ao dedo. No fim estava pronto. Passados tempos, o voluntário deu noutra coisa na vida, era chegada a sua vez de organizar a festa e lembrou-se que a cooperação sempre foi a melhor das ideias. Quis trazer aquela gente para fazer a festa, por momento julgou que vivia no mundo das parcerias e das trocas culturais. Mas tudo custava afinal algum dinheiro e ninguém fazia a festa pelos bonitos olhos das crianças, muito menos dentro desse município. Havia que rentabilizar a formação dada e arregaçada por lufadas frescas de dinheiros vindos do exterior. E, cada um por si, nenhum por todos, agora não havia quem não tivesse o seu preço. Acordou-se no negócio e uns pagaram para os outros. Mas no final não foi isso que ficou a doer mas só aquele esquecimento de ninguém ter reconhecido as voluntárias horas extraordinárias. Nem mesmo quem esteve no barco e que o viu ser posto no mar, passar a tormenta e navegar, trazendo riquezas de páginas vindas da boca de memórias longe. Esse apagamento, e os louros aos que nada fizeram, fazem deste episódio mais uma triste história para contar e desencantar...
quinta-feira, dezembro 06, 2007
Razões do NÃO
FRANÇA
Conférence ouvrière européenne “Non au nouveau traité européen”
La proposition de tenir en février prochain une conférence ouvrière européenne a été lancée fin septembre par les initiateurs de l’appel « Non au nouveau traité européen ». Il s’agit de réunir, sur la base d’une enquête menée dans tous les pays sur les conséquences de la politique de l’Union européenne, des militants ouvriers de toutes tendances qui combattent dans leur pays contre la tentative d’imposer aux peuples un « nouveau » traité européen reprenant et aggravant le projet de « Constitution » européenne rejeté il y a deux ans par les travailleurs et les peuples. Cet appel a d’ores et déjà été signé par 252 militants ouvriers de 16 pays : Allemagne, Belgique, Danemark, Espagne, France, Grande- Bretagne, Hongrie, Italie, Moldavie, Portugal, République tchèque, Roumanie, Serbie, Suède, Suisse et Turquie. La conférence ouvrière européenne se tiendra à Paris les 2 et 3 février 2008. Un bulletin est publié chaque mois sous la forme d’un numéro spécial de notre publication : Informations internationales. Quatre numéros spéciaux sont déjà parus. On peut se les procurer en s’adressant à notre bulletin ou en prenant contact (voir pages 1 et 8 de ce numéro: INFORMATIONS INTERNATIONALES 4 décembre 2007 N° 264)
Dinamarca
Les 18 et 19 octobre 2007, les gouvernements de l’Union européenne ont adopté à
A mon avis, c’est une grande escroquerie. Déjà, avec la prétendue Constitution européenne, on voulait nous berner. Cette « Constitution » était dirigée contre les travailleurs et les peuples. C’est pourquoi les peuples français et hollandais l’ont nettement rejetée par référendum. Au Danemark, le gouvernement avait paniqué à l’époque et il avait annulé le référendum prévu pour le 5 octobre 2005. Ils avaient peur d’un nouveau désaveu, car ici, au Danemark, nous avons une grande tradition de vote non à l’Union européenne, ses traités et directives.
On nous dit aujourd’hui que ce traité de Lisbonne est « nouveau » ? Mais en réalité, il reprend point par point la
« Constitution » européenne pourtant désavouée. C’est toujours la même chose, dans la pure tradition de tous les traités européens.
Au Danemark, nous avons vu ce que l’Union européenne entendait par démocratie. Les députés danois, tous les partis votent les lois au Parlement. Certes, certes, mais environ 80 % des lois danoises sont directement dictées par l’Union européenne. Les députés se contentent d’acquiescer sans discussion et d’apposer leur signature. Où est la démocratie, où est la souveraineté du peuple danois ? C’est pour cela que nous exigeons un référendum et que nous menons campagne sur l’orientation votée par notre conférence nationale : « Nous voulons voter — et nous voulons voter non ! »
La pression est énorme, et cela va de plus en plus mal pour les syndicats au Danemark.
Même le président de la confédération LO, qui — à mon goût —, dans le passé, n’avait pourtant pas toujours pris les distances nécessaires avec l’Union européenne menace maintenant de tout reconsidérer si l’on touche aux syndicats. On verra bien… J’ai l’impression que la situation est semblable ailleurs. Le problème central, ce sont les directives européennes. Par exemple, au nom de la « liberté de circulation de la main-d’œuvre » dans l’Union européenne, on veut casser nos acquis et nos conventions collectives. Nous ne sommes pas contre la venue des travailleurs d’autres pays, mais il faut appliquer strictement les conventions collectives et les salaires négociés ici, au Danemark. Et il faut strictement contrôler cela. Ce ne sont ni le gouvernement ni les patrons qui vont le faire, au contraire. C’est aux syndicats, qui organisent près de 90 % de travailleurs dans notre pays, qu’il revient d’imposer un contrôle usine par usine, chantier par chantier.
Le Mouvement populaire contre l’Union européenne mène donc campagne pour un référendum contre le « nouveau traité ». Peux-tu nous parler de vos activités ?
Au Danemark nous avons voté six fois contre l’Union européenne. Et dans les entreprises, dans les quartiers, cette volonté est intacte. C’est pour cela que notre conférence nationale, qui se tenait les 27 et 28 octobre à Copenhague, a voté une motion intitulée « Nous voulons voter — et nous voulons voter non ! ». Avec d’autres, nous avons recueilli plus de 100 000 signatures pour exiger un référendum. Lors des élections législatives, le 13 novembre, nous nous sommes adressés aux candidats pour leur dire : « Prononcez-vous pour un référendum, prononcez-vous pour le non ! » Plus de 25 candidats ont répondu positivement. Nous rencontrons un écho très positif dans les stands que nous organisons partout.
Quelles sont vos motivations ?
Pour nous, c’est clair : nous avons besoin d’un échange entre syndicalistes dans toute l’Europe, et d’ailleurs pas seulement dans l’Union européenne. L’Europe, ce n’est pas l’Union européenne. Nous devons discuter ensemble : comment construire l’unité pour combattre l’Union européenne et le « nouveau traité » ? A mon avis, il faut se débarrasser de l’Union européenne. Il faut reconquérir la souveraineté et la liberté pour tous les peuples d’Europe. Libérés de l’Union européenne, les peuples d’Europe peuvent organiser une collaboration fraternelle. L’Union européenne, c’est un carcan des peuples, antidémocratique, antipopulaire, anti-ouvrier. Contrairement à ce que disent certains, on ne peut pas remodeler ou réformer l’Union européenne.
Nous serons à la conférence à Paris parce que nous considérons que le mouvement ouvrier doit jouer un rôle central dans cette bataille pour la démocratie et pour la souveraineté des peuples.
Correspondant.