quinta-feira, junho 29, 2006
Por mim, um adeus à União que me livro de muito Durão
É no mínimo urgente conseguir ir sempre um pouco mais além do trivial.
Adorei conhecê-los a todos: se bem que a uns mais do que a outros.
Mas o melhor de tudo é eu saber que vocês são muito reais e existem!
Até sempre!
Não ao desperdício. Urge cortar nas despesas!
Já se recolheram mais de 580 000 assinaturas, mas é preciso um milhão!
L'article 47 sur la démocratie participative de la Constitution pour l'Union européenne, soutenu par la Commission européenne, encourage les citoyens de l'Union européenne à s'impliquer plus activement et à participer au débat sur les questions européennes. C'est pourquoi, nous lançons une initiative citoyenne afin de recueillir un million de signatures pour mettre fin à ce gaspillage de l'argent des contribuables.
Join 704313 other european citizens in signing the petition!
quarta-feira, junho 28, 2006
O tal pior ainda estará mesmo para vir?
Agora é só ir até aos correios mais próximos e aceder ao correio electrónico pessoal, nada mais fácil. Ah, na sua estação de correio não havia!? Sim, mas dizem que vai haver, ou seja, como já disseram que vai haver é como se já existisse, passa a existir para todos quantos ouviram falar nessa existência e assim passa a ser como se estivesse realmente já funcionando em pleno. Ainda não está mas vai estar...
Às vezes penso que é esse e não outro “o pior ainda está para vir” de que falava o Sócrates, quando tudo “isto” estiver em pleno funcionamento.
Bem, mas o correio electrónico é uma coisa muito boa para pôr à disposição de todos, embora se suspeite à partida que nem todos estarão aptos a usufruir. Será isso que se entende por “choque” tecnológico? Será o choque que as pessoas no geral vão levar quando se virem subitamente geridas através de mensagens electrónicas que recebem de algures e das quais tomam – ou não! – conhecimento?
Como conciliar o roteiro do Portugal profundo dos idosos e dos excluídos, com o roteiro do choque tecnológico que, caso venha a aplicar-se, ainda mais os primeiros afastará?
Havia hoje um ouvinte da TSF que falava de uma qualquer aldeia recôndita do país e dizia que só via gente vestida de preto e que não estava a ver essas pessoas consultando o seu e-mail…
Não devia ser feito um estudo sério? Alguém perguntou a alguém se já tinha alguma vez usado um computador, alguém recebeu algum inquérito perguntando alguma coisa? Sabe-se realmente quantas pessoas que vivem em Portugal vão passar completamente ao lado das novas tecnologias de comunicação? Alguém pensou em formar largamente os portugueses para as receber e usar?
Agora pergunto eu: então e esse sistema vai servir também para intervirmos directamente no sistema democrático, potenciando uma espécie rara de democracia participativa? Será possível as pessoas passarem a ter acesso directo às deliberações? Votarem nas matérias antes de serem tomadas as decisões? Darem a sua opinião, fazerem exposições, reclamarem directamente os seus direitos, exercerem efectivamente a cidadania? Eis um meio rápido de referendar a população, que os usuários esclarecidos que já usam e-mail há muito tempo deviam exigir. Porque senão, a mim, e a si, que já temos e-mail, o choque tecnológico não vai atingir. Passamos talvez a receber todas as contas por correio electrónico. E daí?
terça-feira, junho 27, 2006
A União Europeia está-nos a Tricher e nós a ver!
Que medidas melhorariam a competitividade na Zona Euro e especificamente na Itália e Portugal? O corte dos custos laborais e das despesas correntes?
É importante, não só para a Itália e Portugal, mas para todas as economias da Zona Euro, ter um bom entendimento e um exame muito atento da evolução da própria competitividade, dos custos de trabalho incluindo os progressos ao nível da produtividade, por forma a que se seja capaz de tomar as medidas apropriadas para recuperar a competitividade perdida se houver provas de que esta se está a perder. As reformas estruturais são igualmente essenciais para estimular a competitividade.
De que forma se faz com que os custos unitários de trabalho cresçam a um ritmo que permitam uma recuperação da competitividade perdida?
A produtividade do trabalho é certamente decisiva. Neste domínio, as reformas estruturais tornam possível retirar os benefícios das novas tecnologias e processos. É também importante melhorar os níveis dos custos unitários de trabalho através da moderação nos salários nominais.
...
Vocês já alguma vez ouviram estes senhores dizer que é preciso as empresas moderarem os lucros? Ou reinvestirem os lucros nos países que lhes concederam benefícios fiscais e outros? Ou serem obrigadas a investir na formação dos seus trabalhadores?
Já alguma vez os viram dar o exemplo moderando os seus próprios salários para darem o exemplo aos outros trabalhadores?
A União Europeia não joga a nosso favor, ela faz batota (Fazer batota= Tricher) e por isso ninguém melhor que este senhor Trichet para estar à frente dos destinos do Banco Central Europeu!
Amo Chico, fazer o quê, né?
Ouvi na TSF a apresentação de sua autoria do novo disco Carioca, música a música, com a passagem de um pouco da música para apetecer ouvir mais. Depois na Sic Notícias imagens da feitura do disco: Chico Buarque e os seus músicos gravando.
Chegou hoje às Lojas de Lisboa, dizem.
Não encontrei. Trouxe antes um DVD do Chico, "Estação Derradeira". Ainda bem que não havia a caixa com os seis, senão não tinha podido resistir! E agora, gosto muito de vocês todos mas não resisto e ir ouvê-lo! Boa noite para vocês que a minha está garantida!
sábado, junho 24, 2006
Cuidado com esse sedutor do mundo inteiro e com os seus anjos...
Afinal as fontes de inspiração do São João...
Ap., 8, 10-11
sexta-feira, junho 23, 2006
O momento não é de inspiração, é de REVOLUÇÃO
As pessoas não deixaram as máquinas arrancá-la das suas raízes. Puseram-se numa roda à volta dela e não permitiram que a cortassem.
Pergunto: Será que não resultava com uma fábrica em vias de ser deslocalizada?
Avaliação numérica: Quantos de vós estariam dispostos a defendê-la? De corpo e alma, se é que isso existe.)
Curiosidade: Fiquei a saber uma coisa que não sabia. Talvez vocês também não tenham conhecimento, por isso aqui vai: Em Setúbal existiram 138 fábricas de conserva de peixe.
Adivinha: Adivinhem quantas fábricas dessas existem lá, hoje em dia, a laborar.
quinta-feira, junho 22, 2006
Tanto Mar (2ª. versão, 1978)
Tanto Mar (Chico Buarque)
1978 (segunda versão)
Foi bonita a festa, pá
Fiquei contente
E inda guardo, renitente
Um velho cravo para mim
Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente
Esqueceram uma semente
Nalgum canto do jardim
Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também quanto é preciso, pá
Navegar, navegar
Canta a primavera, pá
Cá estou carente
Manda novamente
Algum cheirinho de alecrim
Formas Exemplares de Fazer a Revolução precisam-se!
Faz por tornar então toda a gente igualmente remediada, por acabar com as gritantes desigualdades; faz-te cientista, faz as pessoas saberem, terem consciência de quantos são ainda os recursos reais do mundo de que podemos dispor, encontra gente honesta para estudar esses recursos, para aconselhar os dirigentes a tomar medidas numa base científica e não económica. A Economia está a levar o mundo ao descalabro, à auto-combustão, ao desespero predador do último barril de petróleo. E é assim com tudo: o capitalismo neo-liberal autoconsome-se deseperadamente por já ter pouco para consumir. Come não o fruto mas a própria semente, já não tem onde lucrar mais e não sabe parar. Dizem-no nómada mas ele é predador e autofágico – uma comedor de si próprio que não pára nunca de crescer, mesmo consciente de que está a esgotar cada vez mais avidamente os recursos mundiais. Vai em breve estoirar. Por que esperar para ver ele estoirar nas mãos dos nossos filhos desempregados? Que estoire já ou se cale para sempre!
Um blog a menos prá vida...
«Muito mais vivo que morto.»*
quarta-feira, junho 21, 2006
Se estás mal, ajuda a mudar!
Trabalhadores da Marinha Grande apelam para um
ENCONTRO
EM DEFESA DE UMA POLÍTICA SOCIALISTA
PARA RETOMAR O 25 DE ABRIL
PARA A RETIRADA DAS MEDIDAS DE SÓCRATES / UNIÃO EUROPEIA
Somos trabalhadores da Marinha Grande, muito preocupados com o espectro de falências e do desemprego que ameaça a população desta região.
O que acaba de acontecer a 100 trabalhadores – com a declaração de falência da empresa Marividros – não faz senão confirmar esta situação dramática.
O Governo e o Grupo Parlamentar do PS têm conhecimento desta situação. Há mais de um mês foi entregue a este Grupo Parlamentar um documento assinado por mais de duzentos trabalhadores de algumas empresas desta cidade, ligados aos sindicatos da UGT e da CGTP, no qual é exposta a situação destas empresas, em consequência do rolo compressor das políticas decididas em Bruxelas que deixam todo o campo às multinacionais, através das deslocalizações, do aumento do preço da energia e dos juros da Banca, bem como da subida do euro face ao dólar, dificultando assim grandemente as exportações, nomeadamente nos sectores dos moldes e da cristalaria.
Esta concorrência desenfreada leva à pauperização das empresas, a começar pelas mais pequenas, as quais têm mais dificuldade em fazer face aos encargos com os juros da Banca, com os impostos e os descontos para a Segurança Social. As consequências são: a baixa dos salários (e mesmo não os pagar), as penhoras, as falências e os despedimentos.
O documento entregue na Assembleia da República (A.R.) exigia a tomada de medidas para salvar o sector industrial, para permitir o seu desenvolvimento (tal como é necessário fazer em relação ao sector agrícola), medidas que põem na ordem do dia a renacionalização dos sectores estratégicos da economia, nomeadamente os do gás, da EDP, da Petrogal e da Banca – para que o Estado Português possa ter os meios de controlar os lucros da Banca, os preços da energia e, assim, apoiar e ajudar o aparelho produtivo nacional.
Após a audiência na A.R., realizámos uma reunião na Marinha Grande, onde a delegação que lá se deslocou deu conta do diálogo com os deputados.
Os vinte e dois trabalhadores presentes reafirmámos não restar – à população da Marinha Grande como do resto país – outra alternativa senão a mobilização nacional com os nossos sindicatos, para impor uma orientação que permita salvar os postos de trabalho. Neste sentido decidimos:
- Propor a realização de um Encontro em defesa da política iniciada com o 25 de Abril e anulada pelas directivas da União Europeia;
- Constituir-nos em Comissão de organização para a realização deste Encontro;
- Enviar estas conclusões às direcções da UGT e da CGTP, às comissões de Trabalhadores da EDP, da Petrogal, da Transgás e da Banca, bem como à Coordenadora nacional das CTs.
Pela nossa parte não vemos outro caminho. Comecemos a juntar-nos para o concretizar
Professores e educadores
respondemos ao apelo da Marinha Grande
Somos docentes que nunca desligámos a defesa dos nossos direitos – enquanto trabalhadores do ensino – da defesa de uma Escola Pública de qualidade para todas as crianças e jovens.
Sempre temos lutado para que seja realizada a unidade de todos os professores e educadores com os nossos sindicatos, exigindo a revogação de todas as outras medidas que desmantelam o ensino.
Neste sentido, dirigimo-nos à Ministra da Educação, que nunca nos respondeu, fomos recebidos pelo Presidente do Conselho Nacional de Educação, por uma deputada do PS da Comissão de Educação da A.R. e por um representante do Presidente da Câmara Municipal de Oeiras.
As direcções dos nossos sindicatos não quiseram acompanhar-nos com excepção de um dirigente sindical socialista do SINDEP, tal como recusaram as propostas assinadas por dezenas de colegas nossos, de várias escolas, para que organizassem a mobilização nacional em direcção à A.R., a fim de levar a maioria eleita pelo PS a aprovar um Orçamento de Estado socialista, e não o Orçamento actual cujas consequências são o encerramento de milhares de escolas, de muitas unidades de saúde e de muitos serviços públicos, com os correspondentes milhares de despedimentos.
Com a mesma preocupação de expressar esta política de unidade em defesa da Escola pública apresentámos uma lista à direcção do SPGL, na Zona de Cascais / Oeiras, subscrita por cento e setenta docentes.
Estamos de acordo com o Apelo feito por trabalhadores da Marinha Grande. Ele torna-se ainda mais urgente perante a brutalidade das medidas anunciadas pelo Governo de destruição do Estatuto da carreira docente e de desautorização dos professores, bem como das medidas contra os trabalhadores da Função Pública, com a aplicação do chamado “Plano da mobilidade” / despedimento.
Face a estas medidas não resta aos professores, como a todos os outros trabalhadores do ensino e da Função Pública, senão unirem-se à escala nacional para impor uma viragem nesta situação.
Por isso, decidimos também reforçar o apelo a este Encontro em defesa de uma política socialista e para retomar o 25 de Abril.
Jovens trabalhadores e estudantes
estaremos nesse Encontro
Os jovens – tanto os mais como os menos qualificados – estão todos confrontados com o desemprego e a precariedade, situação que não pára de se agravar com a aplicação do novo Código de Trabalho, de Durão Barroso.
Os estudantes não aceitam as consequências da aplicação das reformas da União Europeia / Declaração de Bolonha. Com esta aplicação a nossa formação passará a ser, em grande medida, individualizada e sem aulas, ao mesmo tempo que o Estado só irá responsabilizar-se pelos primeiros três anos dos cursos superiores, onde já pagamos propinas bem altas. Os outros dois anos – o chamado “mestrado” – iremos pagá-los aos preços do ensino privado.
É por isso que temos os olhos postos na luta dos estudantes de França, que apoiámos através de uma mensagem de solidariedade ao Encontro europeu em defesa de diplomas do ensino superior reconhecidos a nível nacional, contra Bolonha e contra o CPE, realizado em Paris no passado dia 27 de Maio.
Também nós estaremos neste Encontro em defesa de uma política socialista.
Deputados Constituintes, em defesa da Constituição de Abril,
apelamos à realização deste Encontro
A democracia é o respeito pela soberania do povo. A soberania do povo é exercida através da Assembleia da República, onde estão os deputados eleitos e que – para honrarem o mandato que o povo lhes conferiu – não podem deixar o Governo aplicar as directivas da Comissão Europeia, pondo em causa tudo o que foi conseguido pela mobilização dos trabalhadores e das populações, e que em grande parte a Constituição de Abril consignou.
Como aceitar que, depois de terem tirado da Constituição o princípio da irreversibilidade das nacionalizações, para a “adaptar” à União Europeia – cujas consequências estamos a ver na destruição do tecido industrial da Marinha Grande – seja transposta agora para a legislação nacional uma directiva da União Europeia que obriga a que as empresas nacionais, públicas ou privadas, tenham que aceitar ser “compradas” pela oferta do país com a legislação mais favorável? É o assalto ao que resta dos sectores estratégicos nacionais.
O que está a ser feito com a política imposta por Bruxelas é a destruição da democracia.
É o fecho de uma saída democrática para a sociedade portuguesa e para o resto da Europa.
Para defendermos a democracia, para defendermos a Constituição de Abril, juntemo-nos neste Encontro.
É preciso parar Sócrates, na aplicação
das directivas da União Europeia que destroem o país
Unidade para a revogação
e retirada das medidas de Sócrates / União Europeia
É preciso que os dirigentes das Centrais sindicais assumam as suas responsabilidades, organizando a acção unida para exigir a revogação e a retirada das medidas aplicadas por Sócrates que destroem o nosso país, nomadamente:
- As directivas que permitem e fomentam a venda e privatização das empresas públicas;
- A “reforma” da Segurança Social;
- As medidas de destruição da Administração Pública, nomadamente o PRACE, o SIADAP e a Lei da “mobilidade”;
- As medidas que atacam o ensino público e os seus trabalhadores;
- A aplicação do processo de Bolonha;
- A destruição do Serviço Nacional de Saúde;
- O fecho das escolas, das maternidades e dos serviços médicos de urgência.
Por toda a parte, os trabalhadores e as populações dizem que não foi para fazer esta política que puseram em maioria absoluta o PS na Assembleia da República.
A responsabilidade dos deputados dessa maioria é assumirem o mandato que lhes foi conferido pelo povo, assegurando assim o respeito pela democracia e pela soberania nacional. A sua responsabilidade é não permitirem que o Governo continue a fazer esta política.
Para que esta linha de orientação ganhe força no seio dos trabalhadores e das populações – a linha da unidade e da democracia social e política – é preciso um movimento organizado que lhe dê corpo.
A realização deste Encontro visa ajudar contribuir para a organização deste movimento.
O mesmo movimento que se desenvolve nos outros países da Europa, na perspectiva de uma União livre de nações soberanas – incompatível com o colete de forças das instituições da União Europeia, estranguladoras da democracia e da produção de riqueza necessária ao bem-estar de todos os povos, de todas as populações.
OS PRIMEIROS SUBSCRITORES:
Marinha Grande - Trabalhadores da CANIVIDRO: José Simões, Pedro Alves, Aurélio de Sousa Marques, António Ascenso dos Santos / - Trabalhadores da SANTOS BAROSA: Adélia Gatoeiro, João Silva, Antero Almeida Rodrigues / - Trabalhador da RICARDO GALLO: Luís Alves / - Trabalhador da DÂMASO: Fernando Rolo / - Trabalhadores da IBEROALPLA: Daniel Gatoeiro, Nelson Matos, Cátia de Sousa, Celso Martins, José António Jorge / - Maria João Gomes (tradutora), José Caiado Galego (trabalhador independente em moldes).
Professores e educadores Luísa Maria Cintrão – prof. da EB Sofia de Carvalho; Maria Adélia Gomes – prof. da EB Sofia de Carvalho; Maria Manuela Oliveira – prof. da EB1, nº 4 de Paço de Arcos; Maria da Luz Oliveira - prof. da EB nº 5 de Oeiras; Ana Paula Amaral – prof. Esc Secund Casquilhos do Barreiro.
Jovens Margarida Pagarete – estud. Fac. Psic. e Ciências Lisboa; Sara Sousa – estud. da Fac. Ciências Lisboa; José Miguel – operário fabril; Joana Rodrigues – estud. (Marinha Grande).
Deputados à Assembleia Constituinte Aires Rodrigues, Carmelinda Pereira- Prof. da EB Sofia de Carvalho
LISBOA Santana Henriques – CT do Círculo Leitores; Jorge Torres – CT da UNOR; António Serra – trabalhador da IN-CM; Ana Paula Torres – operadora; Carlos Araújo Melo – bancário; Helena Carvalho – func pública.
ENCONTRO
Sábado, 24 de Junho de 2006 às 16 horas
na Biblioteca-Museu República e Resistência
R. Alberto Sousa, nº 10 A, Zona B do Rego – Lisboa
EM DEFESA DE UMA POLÍTICA SOCIALISTA
PARA RETOMAR O 25 DE ABRIL
PARA A RETIRADA
DAS MEDIDAS DE SÓCRATES / UNIÃO EUROPEIA
Para qualquer contacto: Rua de Santo António da Glória, nº 52 B, cave C, 1250 – 217 Lisboa –fax: 21 325 78 11
Pode alguém ser quem não é?
Sinceramente quando começarem a exigir que os bloggers sejam identificados o artista conhecido por X, deixa de ser o artista conhecido por X e desaparece da blogosfera.Os blogs servem para aqueles que tendo talento (nem todos)mostrarem o seu talento, os blogs são a amostra máxima da utopia artistica, aqui não precisamos de viver num mundo pseudo artistico, não precisamos de lamber as botas a nenhum editor e não precisamos de implorar por subsídios, aqui escrevemos e publicamos.Por outro lado muitos blogs servem para denunciar situações, cuja denuncia identificada poderia trazer problemas para o denunciante. Isto não se passou com um blogger, mas sim com uma jornalista, mas quanto tempo as violações da Casa Pia foram encobertas por pessoas de bem, que não denunciavam o que se passava com medo de represálias? Os blogs podem ser uma arma contra o poder, uma forma de passarmos ideias e ideiais que no mundo real (por oposição ao virtual) tem que passar por uma selecção e triagem de partidos politicos , confrarias e irmandades. Pensando bem (e agora que escrevi estas palavras) quando exigirem a identificação dos bloggers mandarei esses senhores (quem quer que eles sejam) pró caralho e continuarei a procurar escrever de forma anónima.O anonimato (infelizmente) é a arma auxiliar da liberdade de expressão e não podemos que nos privem dela.
Espírito liberal...
“Sou polícia, polícia à paisana
Prendo e torturo quem me dá na gana
Quem me dá na gana
Ai já me chamaram de todos os nomes:
Ai de cabrão, filho da puta, de fascista
Cabrão, vá lá, filho da puta ainda vá
Mas fascista eu que sou um liberal!
Um liberal…
Um liberal. Eu sou um espírito liberal, dizia hoje o Portas fascista, para não se confundir com o outro Portas.
[Disse ele quanto à fábrica da Opel na Azambuja]: fechar uma fábrica é uma coisa muito triste mas mais importante de o que vai fechar é o que vai abrir depois. O capitalismo não é sedentário, o capitalismo é nómada, nos Estados Unidos é assim…
…como se os Estados Unidos fossem exemplo para alguém mentalmente asseado!
Dedico ao Paulo Portas esta versão memorável do Canto Livre do Sérgio Godinho, assenta-lhe bem e é muito, muito liberal, como ele gosta!
segunda-feira, junho 19, 2006
Beware the Jabberwock, my son!
Lewis Carroll
(from Through the Looking-Glass and What Alice Found There, 1872)
http://www.jabberwocky.com
`Twas brillig, and the slithy toves
Did gyre and gimble in the wabe:
All mimsy were the borogoves,
And the mome raths outgrabe.
"Beware the Jabberwock, my son!
The jaws that bite, the claws that catch!
Beware the Jubjub bird, and shun
The frumious Bandersnatch!"
He took his vorpal sword in hand:
Long time the manxome foe he sought --
So rested he by the Tumtum tree,
And stood awhile in thought.
And, as in uffish thought he stood,
The Jabberwock, with eyes of flame,
Came whiffling through the tulgey wood,
And burbled as it came!
One, two! One, two! And through and through
The vorpal blade went snicker-snack!
He left it dead, and with its head
He went galumphing back.
"And, has thou slain the Jabberwock?
Come to my arms, my beamish boy!
O frabjous day! Callooh! Callay!'
He chortled in his joy.
`Twas brillig, and the slithy toves
Did gyre and gimble in the wabe;
All mimsy were the borogoves,
And the mome raths outgrabe.
Ausência
domingo, junho 18, 2006
Golo histórico bavelios
Aguardo a arrastada abertura da página interminável busca
Vago vaguear vagueando por vagas sem vagar vagarosamente
Eis que encontro encanto em êxtases de espanto encantatório
Líquidos links libertam libidinosas relíquias repelíveis ligações
Imagens indicam intenções interessadas e interesseiras ímpias
O golo histórico retórico e ilógico é aleatório golo alegórico
Surge sentido saqueado sôfrego sem sequer significado ser
sábado, junho 17, 2006
sexta-feira, junho 16, 2006
Bandeiras de Portugal se e só se...
- Portugal deixar de ser o país da Europa com maior indice de abandono escolar analfabetismo e corrupção
- Em Portugal, ninguém que trabalhe ou queira trabalhar ou tenha trabalhado toda a vida, ou que não possa trabalhar, passe fome
- O desemprego não for um designio nacional
- A classe política deixar de ser maioritáriamente composta por incompetentes patéticos
- Se construirem menos Centros Comerciais maiores da Europa do que Centrpos de Saúde, Hospitais, Escolas e Infantários
- Na ESBAL, os alunos não tenham que ir para as aulas com um balde, para apanhar a água que escorre dos tectos
- Não se tiver que retirar os pianos de uma sala de uma Escola Superior de Música, porque o chão ameaça ruir
- Os morangos com açúcar sejam exclusivamente uma sobremesa
- Acabar a pouca vergonha do Estado(com o dinheiro dos cidadãos) gastar 3..500.000€ com transportes dos Deputados e milhares de cidadãos não terem dinheiro nem para comprar o passe
- As crianças e os velhos forem tratados com dignidade, pelos pais, filhos, professores, educadores, instituições e políticos
- Os papás ensinarem as crianças que os Professores devem ser respeitados
- Todos os professores forem competentes
- A polícia deixar de fingir que não vê as lutas de pit-bull nas diversas Trafarias do País, bem como as corridas a 250 Km/h em várias Pontes Vasco da Gama do País, às 6ªs feiras à noite
- As televisões entenderem que, ao transformar os Incêndios em grandes espectáculos de variedades, estão a transformar os incendiários em realizadores e produtores de grandes programas de televisão, o que os enche de vaidade e é altamente motivador
- Se investigar como é que aquele senhor arranjou dinheiro para comprar o Ferrari
- A violência doméstica, a pedofilia,a violação e todos os crimes cometidos contra crianças, forem punidos com 50 anos de cadeia
- Os novos submarinos forem trocados por equipamento para apetrechar condignamente todos os hospitais e escolas do país, e com o que sobra, se comprar tractores e traineiras.
- Os Portugueses perceberem que as figuras do CONTRA-INFORMAÇÃO, não são caricaturas, mas o retrato fiel das pessoas retratadas.
- Os bébés das mães portuguesas, deixarem de ir nascer a Badajoz
- A selvajaria anual de Barrancos, acabar por falta de espectadores
- Os jornais, revistas, programas de rádio e de televisão, chamados de desportivos souberem que além do futebol, se praticam mais 347 outros desportos e que mesmo no futebol, há outros Clubes além do Sporting, do Benfica e do Porto
- Não houver 19 causas nº 1 de morte em portugal, conforme o idiota que estiver na altura a ser entrevistado na televisão ou na rádio
- O Joel Costa, que faz crónicas na Antena 2, for condecorado no Dia de Portugal, em vez do Mourinho
- Não houver ninguém a afirmar que há 700.000 portugueses com reumatismo, 1 milhão com asma, 500.000 impotentes, 350.000 c/ osteoporose, 800.000 c/ transaminase pélvica, 430.000 c/ tuberculose, 685.000 c/ deficiência renal, 6.780.000 c/hipertensão, 2 milhões c/sinusite claustrofóbica, 843.000 c/ panaríceos isquémicos galopantes, 2.400.000 c/ problemas auditivos, 300.000 com hérnias discais, 210.000 c/ béri-béri abdominal, 780.000 c/ diversos tipos de cancro 600.000 c/ hipersíase traqueovisceral crónica, para preocupar as pessoas com a prevençao e os médicos cobrarem 80 € por consulta
-Não houver nenhum 1º Ministro que tenha a lata de de abandonar o País à má fila, em plena crise, para ir sôfregamente atrás de um qualquer tacho mais aliciante
- A gripe das aves não tiver direito a mais do que 1 minuto de tempo de antena, por mês, incluindo a informação de que morreram 1 indonésio e 2 chineses, quando nos 5 segundos que demorou a noticia, moreram mais de 700.000 pessoas com outras 250 doenças e 300.000 crianças morreram de fome, de malária e de cólera em África
- Nenhum governante tiver o desplante de dizer que “abriu a época oficial de incêndios”
- O nº de óbitos motivados por incompetência ou negligência médica for zero
- A TVI encerrar por total falta de audiência
- O Estado, e os homens do espectáculo, pedirem desculpas públicas , póstumas, ao José Viana
- A população não eleger para Presidentes de Câmara indivíduos fugidos à justiça
- A maioria dos Jornalistas souber falar e escrever português, e deixar de fazer constantemente perguntas idiotas aos entrevistados
- Houver, no estrangeiro, tantas pessoas que conheçam o Eusébio, o Figo,o Cristiano Ronaldo e o Mourinho, como o Camões, o Prof. Agostinho da Silva, o Maestro Vitorino de Almeida, o Prof. Vitorino Nemésio, o Fernando Pessoa e muitos, muitos outros que nunca deram um pontapé numa bola
- Houver tantos Portugueses que sabem quem são, a Maria João Pires e a Helena Vieira da Silva como os que sabem quem são o Pinto da Costa, o Valentim Loureiro, o Luis Filipe Vieira, o Manuel Goucha, a Cátia Vanessa, o Abrunhosa, a Júlia Pinheiro, a Quicas Vanzeler, e o Mantorras
- As Helenas Vieira da Silva não tiverem que emigrar para fazer carreira em países civilizados
-O peixe não chegar às mesas de quem o pode comprar 10 vezes mais caro do que foi vendido nas lotas, para que mais pessoas o possam comer e menos intermediários se possam encher
-Os caçadores deixarem de, sistemáticamente, abandonar os cães, no fim da época da caça ou, forem presos se o fizerem
- Os autores dos programas infantis de televisão, perceberem que uma criança não é um atrasado mental
- Os pequenos e médios Empresários Portugueses não comprarem o 2º Mercedes e a casinha no Algarve, antes de pagarem os ordenados que devem aos Trabalhadores, as Facturas que devem aos Fornecedores, e as contribuições que devem à Segurança Social e ao Fisco
- Os projectos Aeroporto da Ota e TGV, tiverem sido unicamente brincadeiras de mau gosto
- O Estado e as Câmaras Municipais pagarem os milhões que devem aos Fornecedores e outras Entidades credoras
-Se o Estado for condenado a pagar indemnizações, devidas a erros cometidos pelos Governantes individualmente, elas sejam pagas do bolso desses governantes responsáveis e não pelo Estado, pois o dinheiro do Estado é de nós todos e não fomos nós que fizemos a asneira
- Os alunos dos diversos graus de ensino, passarem de ano por terem tido notas para isso e não porque os papás apresentaram recursos idiotas e os Professores e os membros dos Conselhos Directivos tenham medo de perder o Emprego
- Nenhum ministro, nenhum professor, nenhum jornalista disser tênhamos ou póssamos
- Não for possível ouvir no noticiário de uma rádio uma “jornalista” dizer frases como esta: “A Câmara de Lisboa tem um projecto para a construção de um viaduto sobre o bairro da Graça, para facilitar o tráfico no local”, ou outros 500 dizerem que “Um batalhão da GNR vai para Timor, sobre o comando do Major Lopes da Silva” ou outros 1500 dizerem : “O Ministro Lopes da Silva foi um dos primeiros que chegou ao local do incêndio”
- Não for possível assistir ao espectáculo degradante, porque hipócrita, de ver candidatos a eleições, nos Mercados a dar beijinhos às peixeiras, (óbviamente, na maioria dos casos, completamente enojados)
- Não for possível assistir ao espectáculo deprimente, com direito a transmissão em directo pela televisão, de um 1º Ministro ir a Troia, com toda a comitiva, para a varanda de um apartamento alugado e pago com o dinheiro dos nossos impostos, carregar num detonador faz-de-conta (de cartão e esferovite), para teatralizar a implosão de um prédio abandonado, como se se tratasse do lançamento de uma nave para a lua, com 3 astronautas portugueses a bordo
- As obras públicas, que são pagas com o nosso dinheiro, deixarem de custar sistemáticamente mais do dobro do que foi orçamentado e adjudicado e que a palavra “derrapagem” seja substituída pela palavra “roubo”
-Nas greves, deixe de ser possível,sistemáticamente, o Governo ou as Administrações das Empresas dizerem que houve uma adesão de 15% e os Sindicatos dizerem que a adesão foi de 95% (um deles, ou os dois, estão a fazer de nós, palhaços)
- Os Polícias não tiverem medo dos Ladrões, os ladrões tiverem medo dos polícias e os cidadãos normais não tiverem medo dos polícias
- Figuras ridículas do tipo Zés Castelo Branco, Cinhas e outros Jardins, Hermans Josés (pós 1995) Lilis Caneças e mais 5.000 figuras destas que aparecem na televisão e nas Revistas, bem como os Editores das mesmas, estiverem internadas em Unidades de Saúde Mental
- O sr. Marques Mendes não tiver a lata de criticar o sr. Sócrates por ter aumentado o IVA de 19% para 21%, e de vender património, quando no Governo anterior, da cor dele, a primeira medida que foi tomada, foi aumentar o IVA de 17% para 19%.e ao longo do mandato, só não se ter vendido a Torre de Belém, os Jerónimos e o Convento de Mafra porque não apareceu nenhum dos grandes Empresários da nossa praça, interessado, já que nenhum destes edificios dá para transformar em Centro Comercial
- Os médicos , fizerem greve para obrigar os Governos a dar condições de assistência digna aos cidadãos, em vez de as fazerem exclusivamente por motivos de dinheiro
-Os professores fizerem greve para obrigar os Governos a transformar o ensino numa actividade digna para eles e para os alunos e não só por motivos de dinheiro e outros interesses pessoais
- Os Trabalhadores e os Médicos que validam baixas fraudulentas, forem presos
- As Empresas deixarem de adulterar as Contas, para fugir ao Fisco
- Os Professores Fernandos Páduas e outros, derem uma trégua às campanhas histéricas anti-tabaco e começarem uma campanha anti-alcool, que é incomparavelmente mais prejudicial à Sociedade do que o tabaco (mesmo que eles bebam que nem esponjas)
- As áreas de serviço das auto-estradas deixarem de ter clientes, por as pessoas não gostarem de ser escandalosamente exploradas
- Não houver mais telemóveis topo de gama do que cidadãos
- Todos os comentadores da bola que debitam verdadeiros tratados de futebol na televisão e na rádio e escrevem nos pasquins, forem contratados para treinadores dos maiores clubes, pois só assim esses clubes podem ser todos campeões
- Os médicos deixarem de se pavonear nos corredores e nos bares dos hospitais, com o estetoscópio pendurado ao pescoço, pelo mesmo motivo porque os informáticos não andam com o rato, as costureiras não andam com a fita métrica, os boxeurs não andam com as luvas de boxe, os jogadores de snooker não andam com os tacos e os bombeiros não andam com as mangueiras
- Os milhentos dirigentes das milhentas Fundações, fizerem alguma coisa útil, além de receber o ordenado
- Não for verdade que os Deputados faltaram em massa ao trabalho para irem passar um fim de semana prolongado, ao Algarve e isso ser a coisa mais natural da vida
- Nenhum médico operar o pé esquerdo, são, de um doente que tinha um problema grave no pé direito e, no fim, justificar-se com: “até foi bom, porque assim, já não vai ter o problema no pé esquerdo” sem ser imediatamente expulso da Ordem dos Médicos
- Só houver palhaços, nos circos
- A Publicidade enganosa levar os anunciantes, à prisão
- Os projectos de construção forem efectuados por Arquitectos e Engenheiros, e os construtores civis só tratarem da construção
- Se souber o resultado de UM SÓ dos inquéritos que se diz terem sido levantados a diversas figuras públicas e Entidades oficiais, pela presunção de diversos crimes
- Nas clínicas privadas a grande maioria dos partos deixar de ser feita por cesariana com data marcada, porque uma cesariana factura muito mais e dá muito mais honorários ao médico, do que um parto natural
- As jóias, os Rolls, os Ferrari, os Maserati, os Porshe, os Veleiros, os Rolex ,os telemóveis topo de gama, as lagostas, o caviar, os visons, etc, forem taxados a 500% de IVA , os automóveis de 1000cc, a 5% e as batatas, o arroz, o azeite, o leite, o açúcar, a fruta, as couves, o pão, os ovos, os frangos, e os transportes públicos, a zero
- Encontrar num restaurante ou num café em Portugal, mais empregados portugueses do que brasileiros
- Os fumadores, que querem deixar de fumar, perceberem que os medicamentos e produtos anti-tabaco que apareceram, de repentente, no mercado, como barabuntas e que custam balúrdios, são óptimos para enganar os papalvos e encher os Laboratórios ainda com mais lucros
- O futebol voltar a ser um desporto
- Os nossos deficientes que vão aos Jogos Paralímpicos, não precisem de andar previamente a fazer peditórios públicos para arranjarem dinheiro para as despesas de deslocação aos mesmos e tenham direito a ser falados em caixa alta, nos jornais, nas rádios e nas televisões, quando estão a competir e quando regressam, carregados de medalhas (ou não)
- No dia da partida para o Rali LISBOA-DAKAR, a 1ª página d’A BOLA (que tem a lata de se chamar de jornal desportivo), não seja totalmente preenchida com uma fotografia gigante do Nuno Gomes e o título “O HOMEM DO ANO”
- As ementas dos restaurantes no Algarve estiverem escritas em português
- Entre os indivíduos que têm poder para instalar sinais de trânsito, não haja nenhum pateta
- Ninguém for ao aeroporto, à chegada da selecção nacional, eliminada do campeonato do mundo, só para ofender selváticamente o seleccionador nacional
- Nas escolas de condução se ensinar as pessoas a conduzir, em vez de ensinar a fazer inversão de marcha, a arrumar o carro e a não deixar o motor ir a baixo
- Os Joões Pintos, os Sabrosas, os Decos, que proliferam no futebol português. apanharem 20 jogos de suspensão, cada vez que simulam um penalty, da mesma forma que quem rouba uma carteira vai preso
- Os meus filhos e todos os outros Portugueses da sua geração, puderem planear a vida a mais de 3 meses e os meus netos e os dos outros Portugueses, tiverem alguma perspectiva de viver um futuro com dignidade
- E por fim, quando conseguir uma consulta de Oftalmologia no Hospital Egas Moniz, que pedi há mais de um ano
No dia em que tudo isto, ou quase tudo isto, acontecer, juro que ponho Bandeiras de Portugal bem grandes em todas as janelas da minha casa (se ainda tiver casa, se a casa ainda tiver janelas e se Portugal ainda existir) mesmo que a selecçãol NÃO SEJA apurada para o Mundial de Futebol ! Até lá, fico recolhido em casa com as janelas bem fechadas, cobertas com cortinados bem opacos profundamente envergonhado.
Hoje não consigo Blinkar!
Esta blinkadeira não me está a agradar nada.
Só por preguiça não o apaguei, mas se continuar assim abardinado
vou mesmo fazer o
BLINKAR DELETE.
Pode ser que fique bom, uma vez com uma funcionária do centro médico aconteceu!
quarta-feira, junho 14, 2006
terça-feira, junho 13, 2006
Fernando Pessoa Net
A ARANHA do meu destino
Faz teias de eu não pensar.
Não soube o que era em menino,
Sou adulto sem o achar.
É que a teia, de espalhada
Apanhou-me o querer ir...
Sou uma vida baloiçada
Na consciência de existir.
A aranha da minha sorte
Faz teia de muro a muro...
Sou presa do meu suporte.
Fernando Pessoa
Sermão de Santo António I
Pregado em S. Luís do Maranhão, três dias antes de se embarcar ocultamente para o Reino
Vos estis sal terrae. S. Mateus, V, l3.
I
Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem receber. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores dizem uma cousa e fazem outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores se pregam a si e não a Cristo; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não é tudo isto verdade? Ainda mal!
Suposto, pois, que ou o sal não salgue ou a terra se não deixe salgar; que se há-de fazer a este sal e que se há-de fazer a esta terra? O que se há-de fazer ao sal que não salga, Cristo o disse logo: Quod si sal evanuerit, in quo salietur? Ad nihilum valet ultra, nisi ut mittatur foras et conculcetur ab hominibus. «Se o sal perder a substância e a virtude, e o pregador faltar à doutrina e ao exemplo, o que se lhe há-de fazer, é lançá-lo fora como inútil para que seja pisado de todos.» Quem se atrevera a dizer tal cousa, se o mesmo Cristo a não pronunciara? Assim como não há quem seja mais digno de reverência e de ser posto sobre a cabeça que o pregador que ensina e faz o que deve, assim é merecedor de todo o desprezo e de ser metido debaixo dos pés, o que com a palavra ou com a vida prega o contrário.
Isto é o que se deve fazer ao sal que não salga. E à terra que se não deixa salgar, que se lhe há-de fazer? Este ponto não resolveu Cristo, Senhor nosso, no Evangelho; mas temos sobre ele a resolução do nosso grande português Santo António, que hoje celebramos, e a mais galharda e gloriosa resolução que nenhum santo tomou.
Pregava Santo António em Itália na cidade de Arimino, contra os hereges, que nela eram muitos; e como erros de entendimento são dificultosos de arrancar, não só não fazia fruto o santo, mas chegou o povo a se levantar contra ele e faltou pouco para que lhe não tirassem a vida. Que faria neste caso o ânimo generoso do grande António? Sacudiria o pó dos sapatos, como Cristo aconselha em outro lugar? Mas António com os pés descalços não podia fazer esta protestação; e uns pés a que se não pegou nada da terra não tinham que sacudir. Que faria logo? Retirar-se-ia? Calar-se-ia? Dissimularia? Daria tempo ao tempo? Isso ensinaria porventura a prudência ou a covardia humana; mas o zelo da glória divina, que ardia naquele peito, não se rendeu a semelhantes partidos. Pois que fez? Mudou somente o púlpito e o auditório, mas não desistiu da doutrina. Deixa as praças, vai-se às praias; deixa a terra, vai-se ao mar, e começa a dizer a altas vozes: Já que me não querem ouvir os homens, ouçam-me os peixes. Oh maravilhas do Altíssimo! Oh poderes do que criou o mar e a terra! Começam a ferver as ondas, começam a concorrer os peixes, os grandes, os maiores, os pequenos, e postos todos por sua ordem com as cabeças de fora da água, António pregava e eles ouviam.
Se a Igreja quer que preguemos de Santo António sobre o Evangelho, dê-nos outro. Vos estis sal terrae: É muito bom texto para os outros santos doutores; mas para Santo António vem-lhe muito curto. Os outros santos doutores da Igreja foram sal da terra; Santo António foi sal da terra e foi sal do mar. Este é o assunto que eu tinha para tomar hoje. Mas há muitos dias que tenho metido no pensamento que, nas festas dos santos, é melhor pregar como eles, que pregar deles. Quanto mais que o são da minha doutrina, qualquer que ele seja tem tido nesta terra uma fortuna tão parecida à de Santo António em Arimino, que é força segui-la em tudo. Muitas vezes vos tenho pregado nesta igreja, e noutras, de manhã e de tarde, de dia e de noite, sempre com doutrina muito clara, muito sólida, muito verdadeira, e a que mais necessária e importante é a esta terra para emenda e reforma dos vícios que a corrompem. O fruto que tenho colhido desta doutrina, e se a terra tem tomado o sal, ou se tem tomado dele, vós o sabeis e eu por vós o sinto.
Isto suposto, quero hoje, à imitação de Santo António, voltar-me da terra ao mar, e já que os homens se não aproveitam, pregar aos peixes. O mar está tão perto que bem me ouvirão. Os demais podem deixar o sermão, pois não é para eles. Maria, quer dizer, Domina maris: «Senhora do mar»; e posto que o assunto seja tão desusado, espero que me não falte com a costumada graça. Ave Maria.
segunda-feira, junho 12, 2006
domingo, junho 11, 2006
Bom de Bola
Bola à Campeão
Já Arquimedes só pensava em bola
Bola quadrada -- Última invenção dos japoneses
sábado, junho 10, 2006
quinta-feira, junho 08, 2006
Clássicas Verdades
Mauzaisse 1784-1844 Le Temps, Ruines (Louvre)
quarta-feira, junho 07, 2006
O que deve um artista galardoado fazer em caso de atribuição de prémio?
- Ou não aceita o prémio e diz que não quer e que nem para isso está, como o Luandino Vieira fez e corre o risco de dizerem que estar vivo é o contrário de estar morto;
- Ou faz como o Luís Miguel Cintra e aceita o prémio ainda que isso não o faça sentir distinto dos outros mas, pelo contrário, para o partilhar com todos que trabalharam ao seu lado e que em conjunto o fizeram ganhar este prémio. Até aqui, belas palavras, belos sentimentos para dizer -- e reafirmar -- que o prémio não contempla um indivíduo, mas um colectivo; mas também para aproveitar a cerimónia e o protocolo para a leitura pública de um belo discurso escrito, pleno de intencionalidade discursiva que Luís Miguel Cintra escreveu para se orgulhar da sua profissão de actor, da sua possibilidade enquanto tal de continuar pela vida, tal como a criança, a brincar e a fazer do Teatro uma arte séria, que deve ser levada a sério. Cintra disse algo como: muito mal está um Estado que precisa de um prémio privado para se lembrar do Teatro, atirando assim a sua bofetada sem luva na tromba dos cortadores de subsídios ao teatro.
Procurei o belo discurso de Luís Miguel Cintra na Net. Apenas encontrei frases isoladas que mostram o lado cor-de-rosa da aceitação do prémio Pessoa. É o que querem que fique dele. Mas continuo a recordar as imagens rápidas do telejornal, a atitude sóbria do actor lendo o seu discurso frente aos senhores do poder: as caras enfiadas de Cavaco Silva e de Pinto Balsemão obrigados ali a ouvir frente a frente o que ele lhes quis dizer: quem manda agora é o dinheiro mesmo que mate a criação! -- assim, sem floreados, sem subserviências, com dignidade. E a terem que lhe bater palmas no fim. Serão estes os que vão aparecer na Caras?
terça-feira, junho 06, 2006
segunda-feira, junho 05, 2006
Dia Mundial do Ambiente
SENHOR MARQUÊS
Senhor Marquês
do bairro da lata
está'gente farta
Senhor Marquês
e o nosso fim do mês
Passe pra cá'carteira
da sua algibeira
carteira em couro
relógio d'ouro
não lhe faz falta
e faz-nos jeito à malta
Ó da guarda, ladrões
plos meus brasões
ai meu Deus socorro
Jesus qu'eu morro
grita o Marquês
ninguém vem desta vez
Venha por aqui ver isto
Senhor Ministro
que estes bandidos
uns mal-nascidos
'inda sem dentes
e já delinquentes
Meta aqui o nariz
Senhor Juiz
nós somos bandidos
ou mal-nascidos?
Senhor Ministro
perdoe s'insisto
Se nós somos ladrões
temos razões
que não são as suas
são minhas, tuas
e d'outros mais
de muitos, muitos mais
(Olhe pr'áqui...)
Passe pra cá'carteira
da sua algibeira
carteira em couro
relógio d'ouro
não lhe faz falta
e faz-nos jeito à malta
pr'ó nosso fim do mês
(Sérgio Godinho)
domingo, junho 04, 2006
Um Conselho de um Amigo
Viva o Dia do Cão Raivoso!
Mais vale ser um cão raivoso
do que um carneiro
a dizer que sim ao pastor
o dia inteiro
e a dar-lhe de lã e da carne e da vida
e do traseiro
mais vale ser diferente do carneiro
um cão raivoso que sabe onde ferra
olhos atentos e patas na terra.
(Chorus):
Viva o cão raivoso
tem o pelo eriçado
seu dente é guloso
e o seu faro ajustado
Cão raivoso, cão raivoso, cuidado.
Mais vale ser um cão raivoso
que um caranguejo
que avança e recua e depois
solta um bocejo
e que quando fala só se houve a garganta
no gargarejo
mais vale não ser como o caranguejo
um cão raivoso que sabe onde ferra
olhos atentos e patas na terra.
(Chorus)
Mais vale ser um cão raivoso que uma sardinha
metida, entalada na lata
educadinha
pronta a ser comida, engolida, digerida
e cagadinha
Mais vale ser diferente da sardinha
um cão raivoso que sabe onde ferra
ferra fascistas e chama-lhe um figo
olhos atentos e patas na terra.
(Chorus)
Mais vale ser um cão raivoso
dentes à mostra
estar sempre pronto a morder
e a dar resposta
a toda e qualquer podridão escondida
dentro da crosta
dentro da crosta das belas ideias
gato escondido de rabo de fora
dentro da crosta das belas ideias
gato escondido de rabo de fora.
sábado, junho 03, 2006
Porcos (Três Tipos Diferentes) -- Roger Waters
Pigs (Three Different Ones)
(Waters)
Big man, pig man, ha ha charade you are.
You well heeled big wheel, ha ha charade you are.
And when your hand is on your heart,
You're nearly a good laugh,
Almost a joker,
With your head down in the pig bin,
Saying "Keep on digging."
Pig stain on your fat chin.
What do you hope to find.
When you're down in the pig mine.
You're nearly a laugh,
You're nearly a laugh
But you're really a cry.
Bus stop rat bag, ha ha charade you are.
You fucked up old hag, ha ha charade you are.
You radiate cold shafts of broken glass.
You're nearly a good laugh,
Almost worth a quick grin.
You like the feel of steel,
You're hot stuff with a hatpin,
And good fun with a hand gun.
You're nearly a laugh,
You're nearly a laugh
But you're really a cry.
Hey you, Whitehouse,
Ha ha charade you are.
You house proud town mouse,
Ha ha charade you are
You're trying to keep our feelings off the street.
You're nearly a real treat,
All tight lips and cold feet
And do you feel abused?
.....! .....! .....! .....!
You gotta stem the evil tide,
And keep it all on the inside.
Mary you're nearly a treat,
Mary you're nearly a treat
But you're really a cry.
quinta-feira, junho 01, 2006
Uma oferta para o Dia Mundial da Criança
Esta é a burboleta da Sara. Um dia ela voou para o écran do computador da mãe e lá ficou durante dias a fio. A mãe, apesar de ter gostado muito dela, claro, deu logo pelo erro. Diz que se escreve borboleta, com o e não com u, como eu escrevi. Já estou habituada. Mas mesmo assim fiquei contente porque cada vez que se abria o computador da mãe ela lá estava com as suas asas abertas a mostrar os seus grandes corações vermelhos. Mas a minha burboleta nem sempre foi assim. Ela era antes uma simpática lagartinha verde como mostra o seu corpo. Nessa altura ainda ela não tinha ganho as asas para voar. Arrastava-se pelas folhinhas devagar e confundia a sua cor com algumas delas. Um dia a lagartinha desapareceu para dentro de um casulo e lá ficou o tempo que foi preciso se transformar nesta linda burboleta que agora é. Um dia fiquei a saber que a esta transformação se chama “metamorfose”. E como gostei da palavra nunca a escrevi mal. Só tenho muita pena das meninas como eu não poderem também passar por essa tal de metamorfose. Como eu gostaria de poder ter umas lindas asas como ela e voar por cima das flores. A natureza faz tudo muito bem feito porque se antes ela era verdinha para se confundir com as folhas, agora ela é toda colorida para se esconder entre as flores e os caçadores de borboletas – vou passar a escrever a palavra sem erros para a mãe ficar contente comigo –, para os caçadores de borboletas não a poderem apanhar tão facilmente. Se eu pudesse ter umas asas assim maravilhosas eu saía por aí a borboletar por todo o lado e nunca mais ninguém me apanhava. Ó Sara vem comer – e eu a esvoaçar para longe, nem precisava de fingir que não ouvia porque parece que as borboletas não têm orelhas. A minha vida de borboleta seria só voar, voar, voar por cima de todas as coisas belas e nem sequer teria que fazer os trabalhos de casa.
Ouro de Tolo
R.Seixas
Copyright Warner/Chappell Music Br
Eu devia estar contente
Porque tenho um emprego
Sou o dito cidadão respeitável
E ganho quatro mil cruzeiros por mês
Eu devia agradecer ao Senhor
Por ter tido sucesso na vida como artista
Eu devia estar feliz porque consegui comprar
Um corcel 73
Eu devia estar alegre e satisfeito
Por morar em Ipanema
Depois de ter passado fome por dois anos
Aqui na cidade maravilhosa
Eu devia estar sorrindo e orgulhoso
Por ter finalmente vencido na vida
Mas eu acho isto uma grande piada
E um tanto perigosa
Eu devia estar contente
Por ter conseguido tudo que eu quis
Mas confesso abestalhado
Que eu estou decepcionado
Porque foi tão fácil conseguir
E agora eu me pergunto, e daí?
E tenho uma porção de coisas grandes
Prá conquistar, eu não posso ficar aí parado
Eu devia estar feliz pelo Senhor
Ter me concedido o Domingo
Prá ir com a família ao jardim zoológico
Dar pipoca aos macacos
Ah, mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado
Macaco, praia, carro, jornal, tobogã
Eu acho tudo isso um saco
É você se olhar no espelho
Se sentir um grandessíssimo idiota
Saber que é humano, ridículo
limitado, e que só usa dez por cento
de sua cabeça animal
E você ainda acredita que é um doutor
Padre ou policial
e que está contribuindo com sua parte
para o nosso belo quadro social
Eu é que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dente, esperando a morte chegar
Porque longe das cercas embandeiradas
Que separam quintais
No cume calmo do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora
Dum disco voador...