sábado, março 31, 2007

Because The Night

Marc Chagall, Lovers

(Bruce Springsteen/Patti Smith)

take me now baby here as I am
pull me close, try and understand
desire is hunger is the fire I breathe
love is a banquet on which we feed

come on now try and understand
the way I feel when I'm in your hands
take my hand come undercover
they can't hurt you now,
can't hurt you now, can't hurt you now
because the night belongs to lovers
because the night belongs to lust
because the night belongs to lovers
because the night belongs to us

have I doubt when I'm alone
love is a ring, the telephone
love is an angel disguised as lust
here in our bed until the morning comes
come on now try and understand
the way I feel under your command
take my hand as the sun descends
they can't touch you now,
can't touch you now, can't touch you now
because the night belongs to lovers ...

with love we sleep
with doubt the vicious circle
turn and burns
without you I cannot live
forgive, the yearning burning
I believe it's time, too real to feel
so touch me now, touch me now, touch me now
because the night belongs to lovers ...

because tonight there are two lovers
if we believe in the night we trust
because tonight there are two lovers ...

sexta-feira, março 30, 2007

Lenine? Que Lenine?



Ontem bem que eu própria me senti meio-pafuncia no concerto do Lenine
Só "meio" porquê? - perguntam vocês, sempre tão sedentos de respostas concretas. Pois reparem que eu estava ali vendo e ouvindo aquela música toda sentada. Normal, não acham? Mas eu não acho! Eu digo "meio" porque eu me sent(e)i ali paraplégica sambando só da cintura para cima. Isto de assistir a concertos destes civilizadamente (!) dá-me volta ao estômago e ao miolo. Tudo ali se contendo, a excitação do som se alastrando e cada macaco no seu galho, a segurar-se. Os músicos ali dando o seu melhor que bom e tudo ali discreto e ordenado. Pareciamos mesmo o tal povinho dos brandos costumes em ressaca de mais uma vitória salazarenta, pegajosa. A mim não se me pegou, que eu não deixei. Às tantas disparei para o escuro da lateral, mas cadê a união? Onde pára a alegria da festa (Foi bonita a festa, pá)? Mas que gente esta, tão pafúncia, tão pafúncia... Um encore ou dois, palminhas olaré e vamos mas é colocar a pantufa no pé que se faz tarde e amanhã é dia de trabalhinho porreirinho da silva. O medo. O medo isto, o medo aquilo, a canção que eu não conhecia do Lenine. Tão apropriada para atirar a um povo que tem medo de sentir a alegria que dá estar vivo. VIVA LENINE.

Dantes era preciso ir à Rússia para ver o Lenine, comentou o meu pai, no dia seguinte. Que Lenine esse, que nada. Este está vivo, VIVO!, ouviram? O que terá o próprio pensado desta coisa da globalização que já o fez ver chineses amarelos em pé a curtir a dança para a qual aquela música convida e portugueses moreno-amarelentos de fim de Inverno sentados e trauteantes, como se assistissem a um faduncho deprimente? Puta globalização!

Parece que já não há bichas a visitarem o Lenine no túmulo da Praça Vermelha. Felizmente alguém pôs cá este outro em substituição. Talvez, quem sabe, um dia possamos voltar a vê-lo de pé, ó vítimas da fome de alegria e de libertação do corpo e do espírito. Estava cheio o Teatro. Cheio de bolor e de caruncho, um dia o tecto ainda cai e o Tivoli vai abaixo com tamanho aplauso. Felizmente ainda que não foi desta. Mas ao mesmo tempo, pena que não veio abaixo. Um dia ou vai ou racha! Porque ela fere rente!


Lenine - A Balada Do Cachorro Louco
(Lenine, Lula Queiroga e Chico Neves)
eu não alimento nada duvidoso
eu não dou de comer a cachorro raivoso
eu não morro de raiva
eu não mordo no nervo dormente

eu posso até não achar o seu coração
e talvez esquecer o porquê da missão
que me faz nessa hora aqui presente
e se a minha balada na hora H
atirar para o alvo cegamente
ela é pontiaguda
ela tem direção
ela fere rente
ela é surda, ela é muda
a minha bala, ela fere rente

eu não alimento nenhuma ilusão
eu não sou como o meu semelhante
eu não quero entender
não preciso entender sua mente
sou somente uma alma em tentação
em rota de colisão
deslocada, estranha e aqui presente

e se a minha balada na hora então
errar o alvo na minha frente
ela é cega, ela é burra
ela é explosão
ela fere rente
ela vai, ela fica
a minha bala ela fere rente

Parabéns, Ó Pafúncio!

O Pafúncio faz hoje um ano. Não teve bolo porque ele já está gordo demais com tanto post. Mas se tivesse tido a maior fatia seria para o querido amigo Outsider, campeão da persistência de vir aqui deixar abraços. Tudo de bom para ele! E também muito obrigada a todos os que por cá têm passado. Sei que este Pafúncio não merece grande homenagem. Como todos os pafúncios ele é pouco esforçado, nada consistente, às vezes supérfluo e até um pouco fútil. Como há-de ele querer ter mais visitas se as mais das vezes se fecha em si próprio, é egoísta e misantropo? Se bem que lá no fundo, lá bem no osso por debaixo daquela pança de burguês, ele é um sonhador inveterado. Produto das circunstâncias, foi isso o que o dinheiro rápido fez dele, ele não se consegue livrar do seu ego que tudo ocupa. Vaidoso, cheio de defeitos, senhor do seu umbigo, mulherengo, burguês egocentrista. Por mim, hei-de sempre kaoticamente reagir contra ele, contra todas as formas de pafúncios que se conformem em sê-lo. Mas afinal quantos de nós não ocultarão em si mesmos qualquer coisa de pafúncio? É que afinal este blog não pretende fazer mais do que exorcizar os demónios pafúncios que toda a classe burguesa ainda guarda em si. Fora com o Pafúncio. Eu lhe desejo que o novo ano lhe traga uma renovada consciência de que é preciso deixar de ser Pafúncio para que o mundo possa ainda vir a ser um lugar bem melhor do que este que aqui temos!

quarta-feira, março 28, 2007

Mande o telemarketing dar uma curva

São de Andy Rooney, da CBS,estas preciosas dicas

sobre como lidar com as agressões de telemarketing,

que constituem para todos nós uma praga quase diária.


(1) Um método que realmente funciona:

Ao receber uma chamada de telemarketing a oferecer um produto ou um serviço, diga apenas, com toda a cortesia: "Por favor, aguarde um momento...". Dito isto, deixe o telefone sobre a mesa e vá fazer outras tarefas (em vez de simplesmente desligar o telefone de imediato). Isso vai fazer com que cada chamada de telemarketing para o seu telefone tenha uma duração longuíssima, ultrapassando em muito os limites impostos ao indivíduo que lhe ligou.

De vez em quando, verifique se o sujeitinho ou menina ainda está em linha. Reponha o telefone na posição de repouso apenas quando tiver a certeza de que desligaram. Não tenha dúvida de que esta é uma lição de custo elevado para os intrusos.

(2) Já alguma vez lhe sucedeu atender o telefone e parecer que não há ninguém do outro lado?

Se sim, fique a saber que esta é uma técnica de telemarketing executada por um sistema computorizado, o qual estabelece a ligação e regista a hora em que a pessoa atendeu o telefone. Esta técnica é utilizada por alguns serviços de marketing para determinar a melhor hora do dia em que uma pessoa dos serviços poderá ligar-lhe, evitando assim que o "precioso" tempo de ligação deles venha a ser desperdiçado, se não encontrar ninguém em casa.

Neste caso, ao receber este tipo de ligação, não desligue. Ao invés, pressione imediatamente a tecla "#" do aparelho, seis ou sete vezes seguidas e em sequência rápida. Normalmente, este procedimento confunde o computador que discou o seu número, fazendo-o registar que o número é inválido, eliminando-o assim da base de dados.

(3) Publicidade inserida nas contas recebidas pelo correio:

Todos os meses recebemos publicidade indesejada inserida nas contas de telefone, luz, água, cartões de crédito, etc. Muitas vezes essa propaganda vem acompanhada de um envelope-resposta, que "não precisa selar; o selo será pago por..."

Insira nesses envelopes pré-pagos a publicidade recebida e coloque-a no correio, endereçado de volta o a essas companhias. Caso queira preservar a sua privacidade, antes de inserir a publicidade no envelope remova todo e qualquer item que possa identificá-lo.

Este é um método que funciona excelentemente para ofertas de cartões, empréstimos, e outro material não solicitado. Portanto, não atire fora esses envelopes pré-pagos! Ao devolvê-los com a propaganda recebida, está a fazer com que as referidas empresas paguem duas vezes pela publicidade enviada. Se quiser adicionar uma pitada de malvadez, aproveite para inserir anúncios da pizzaria do seu bairro, da lavandaria, do dentista, de canalizadores, fabricantes de marquises de alumínio, ou qualquer outro item importuno que esteja à mão.

Há já várias pessoas a usarem estes métodos de devolver a lixarada publicitária. Está na altura de mandarmos o nosso recado às empresas. É preciso, no entanto, que existam números expressivos de pessoas a aplicar estas técnicas eficazes de protesto. Talvez não seja má ideia passar este mail aos seus amigos.

terça-feira, março 27, 2007

Dia Mundial do Teatro: Homenagem a Bertold Brecht

Esse Desemprego

Meus senhores, é mesmo um problema

Esse desemprego!

Com satisfação acolhemos

Toda oportunidade

De discutir a questão.

Quando queiram os senhores! A todo momento!

Pois o desemprego é para o povo

Um enfraquecimento.

Para nós é inexplicável

Tanto desemprego.

Algo realmente lamentável

Que só traz desassossego.

Mas não se deve na verdade

Dizer que é inexplicável

Pois pode ser fatal

Dificilmente nos pode trazer

A confiança das massas

Para nós imprescindível.

É preciso que nos deixem valer

Pois seria mais que temível

Permitir ao caos vencer

Num tempo tão pouco esclarecido!

Algo assim não se pode conceber

Com esse desemprego!

Ou qual a sua opinião?

Só nos pode convir

Esta opinião: o problema

Assim como veio, deve sumir.

Mas a questão é: nosso desemprego

Não será solucionado

Enquanto os senhores não

Ficarem desempregados!

(Bertold Brecht)

Matéria Poética I: Cancioneiro Joco-Marcelino de Natália Correia V


Marcelo até de Almeida
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Da cartola ofícios piedosos
tira Marcelo que em humilde mística,
do papagaio os bicos dolorosos
para carregar o lixo, mortifica.
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Vencendo o asco que ao menino bem
da vil lixeira o tremedal provoca,
vomita, mas a estrela de Belém
para à Câmara o guiar Marcelo invoca.
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Chorando pérolas amargas no chiqueiro
num andar aos papéis que não tem fim,
a Santo António da Lisboa milagreiro
Marcelo oferece o derreado rim.
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E em pungente epopeia camarária
do martírio fazendo nova Eneida,
proclama em santidade proletária:
não me chamem Marcelo, eu sou Almeida.

Eles andarem aí ...

"Os meninos nazis", ZECA AFONSO

O país vai de carrinho

Vai de carrinho o país

Os falcões das avenidas

São os meninos nazis


Blusão de cabedal preto

Sapato de bico ou bota

Barulho de escape aberto

Lá vai o menino-mota


Gosta de passeio em grupo

No mercedes que o papá

Trouxe da Europa connosco

Até à Europa de cá


Despreza a ralé inteira

Como qualquer plutocrata

Às vezes sai para a rua

De corrente e de matraca


Se o Adolfo pudesse

Ressuscitar em Abril

Dançava a dança macabra

Com os meninos nazis


Depois mandava-os a todos

Com treze anos ou menos

Entrar na ordem teutónica

Combater os sarracenos


Os pretos, os comunistas

Os Índios, os turcomanos

Morram todos os hirsutos!

Fiquem só os arianos !


Chame-se o Bufallo Bill

Chegue aqui o Jaime Neves

Para recordar Wiriamu,

Mocumbura e Marracuene


Que a cruz gamada reclama

e novo o Grão-Capitão

Só os meninos nazis

Podem levar o pendão


Mas não se esqueçam do tacho

Que o papá vos garantiu

Ao fazer voto perpétuo

De ir prà puta que o pariu

domingo, março 25, 2007

Prémio "O tamanho conta"

"O tamanho conta no Mundo de hoje",
sublinhou o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso,
apelando para um espírito de colaboração na União Europeia (UE),
por ocasião do 50º aniversário do Tratado de Roma.
in Jornal de Notícias

Para nós também!
Por isso aqui vai um grande
para um grande

Gentileza oleiros das Caldas e Wehavekaosinthegarden

sexta-feira, março 23, 2007

Blog em Defesa da Escola Pública - PARTICIPE... antes que seja tarde demais!

A Comissão para a Defesa da Escola Pública criou um blog que tem como primeiro objectivo recolher testemunhos de todos aqueles que estão de alguma forma envolvidos no processo educativo e se empenham a defender um ensino democrático de qualidade.

escola-publica.blogspot.com

Este blog serve de apoio a uma iniciativa organizada por esta Comissão: realizar no dia 14 de Abril em Algés, no Teatro Amélia Rey Colaço, com início às 15:00h, um Encontro em Defesa da Escola Pública, aberto ao público.

Convidamos todos os cidadãos conscientes quer sejam professores, educadores, pais, alunos, auxiliares do processo educativo ou apenas cidadãos interessados em defender o direito a um ensino de qualidade que dê a todos as mesmas oportunidades a visitá-lo e a deixar nele os comentários que desejar.

Caso desejem contribuir com a vossa experiência educativa, prestar o vosso testemunho ou sugerir algum assunto a ser debatido no Encontro, podem mandar as vossas sugestões, textos ou notícias de interesse para este contacto. Caso não possam comparecer no Encontro pessoalmente, poderemos fazer chegar a sua voz a todos os participantes do Encontro e/ou aos visitantes do blog.

Toda a defesa é exercida em resposta a um ataque. Os serviços públicos estão a ser alvo de um ataque por parte do governo. Esta manobra não é original nem exclusiva do nosso governo. Por todos os países da União Europeia os mesmos ataques são feitos por meio de directivas que são para se aplicar na generalidade e para se fazer cumprir. As suas repercussões práticas são o fecho de maternidades e urgências médicas, o encerramento das escolas, a passagem subreptícia dos serviços públicos para empresas privadas, entre outras. O governo de Sócrates tem se mostrado competente a aplicá-las sem as pôr em causa, não atendendo às especificidades de um país cada vez mais empurrado para a cauda da Europa. Talvez seja o momento de repensarmos em conjunto até que ponto as políticas da União Europeia nos servem ou destroem. Todos os dias perdemos direitos conquistados. É chegada a altura de travar essa destruição. Só unidos num mesmo objectivo teremos a força suficiente para defender o que ainda resta do país de Abril.

quinta-feira, março 22, 2007

Última hora

A gata que estava com o cio no Natal acabou há pouco de parir o quarto gatinho. Isto é o que eu chamo uma verdadeira dádiva da Primavera! Devem ser parecidos com os anteriores, os que estão na imagem. Desta vez foi mais recatada e parece que são todos filhos do mesmo pai. Claro que fez tudo o que tinha a fazer, sozinha, dentro de um caixote de cartão. Só espero que o ministro da saúde nem sonhe uma coisa destas, senão adeus confortáveis ambulâncias à beira de rápidas auto-estradas a caminho de inacessíveis hospitais. Toma lá um caixote e depois não te esqueças de o reciclar, senão os teus filhos jamais te considerarão uma super-mulher. No final vais parar ao "Velhão" que te lixas! Para quando um "Ministrão"? Isso sim, seria uma medida verdadeiramente amiga do ambiente!

quarta-feira, março 21, 2007

Dia Mundial da Poesia

Homenagem a Ary dos Santos, poeta da revolução deliberadamente esquecido
Poeta castrado não! (José Carlos Ary dos Santos)


Serei tudo o que disserem

por inveja ou negação:

cabeçudo dromedário

fogueira de exibição

teorema corolário

poema de mão em mão

lãzudo publicitário

malabarista cabrão.

Serei tudo o que disserem:

Poeta castrado não!


Os que entendem como eu

as linhas com que me escrevo

reconhecem o que é meu

em tudo quanto lhes devo:

ternura como já disse

sempre que faço um poema;

saudade que se partisse

me alagaria de pena;

e também uma alegria

uma coragem serena

em renegar a poesia

quando ela nos envenena.


Os que entendem como eu

a força que tem um verso

reconhecem o que é seu

quando lhes mostro o reverso:


Da fome já não se fala

- é tão vulgar que nos cansa -

mas que dizer de uma bala

num esqueleto de criança?


Do frio não reza a história

- a morte é branda e letal -

mas que dizer da memória

de uma bomba de napalm?


E o resto que pode ser

o poema dia a dia?

- Um bisturi a crescer

nas coxas de uma judia;

um filho que vai nascer

parido por asfixia?!

- Ah não me venham dizer

que é fonética a poesia!


Serei tudo o que disserem

por temor ou negação:

Demagogo mau profeta

falso médico ladrão

prostituta proxeneta

espoleta televisão.

Serei tudo o que disserem:

Poeta castrado não!

Primavera, mãe de toda a renovação

Giuseppe ARCIMBOLDO, Primavera

terça-feira, março 20, 2007

segunda-feira, março 19, 2007

Mesma raça...

"As long as the book remains the privilege of a small, elite class and does not find reception by the people, one will not be able to speak of real benefits to the nation through the book." Goebbels

Pesadelo de Leitão

Allarve


Manuel Pinho, ministro de Portugal e dos Allarves D'Aquém e D'Além mar faz saber a todos os portugueses que o Algarve deixou de existir: pelo andar da carruagem à velocidade dos TGV's dentro em breve a allimária deve preparar-se para vender também o Allentejo, Allgés e Allguidares de Baixo. Grande morcão! Vamos aproveitar as marés vivas que aí vêm e deitá-lo do penhasco a baixo! Acorda povo! que a nação está a ser descaradamente destruída debaixo do teu nariz e tu não vês.

domingo, março 18, 2007

Matéria Poética I: Cancioneiro Joco-Marcelino de Natália Correia IV


Marcelo é Bom Bailarino

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É entrar, venham ver a maravilha

Das variedades na feira marcelina!

E entre atracções à escolha a que mais brilha

É de Marcelo a fúria bailarina.

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Do tango ao rock do chá-chá-chá ao samba,

Dançando a valsa como quem flores pisa,

Baila Marcelo até na corda bamba

E os alunos de Apolo inferioriza.

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Topa, enfim, de cavaco o mafarrico

No dernier cri da dança uma golpada:

Rebolar-se no novo sassarico

Para no partido acabar tudo à lambada.

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sexta-feira, março 16, 2007

Frase da madrugada

Disobedience, in the eyes of anyone who has read history, is man's original virtue. It is through disobedience and rebellion that progress has been made. - Oscar Wilde

terça-feira, março 13, 2007

Tomada de decisões...

...em pleno acto
quanto mais não vale um calcanhar de Aquiles!

Uma flor para José Sócrates...


Es cruel
Meteste a tua filha num bordel
Enforcaste o caniche com cordel
Es cruel
Es tarado
Pintaste o sexo cor de rebuçado
No circo tu serias um achado
Es tarado
Es um porco imundo
Quando queres vais até ao fundo
Nao sei onde vais parar
Es ignóbil
Não sei qual é que é o teu movil
Es um reciclado de Chernobil
Es ignóbil
Es vaidoso
Meteste uma pompom na tua franja
Sabes que ainda o dia e uma criança
Es vaidoso
Es um porco imundo
Quando queres vais até ao fundo
Não sei onde vais parar
(Solo)
Es obtuso
Lavas a tua tromba com água do Luso
O teu nariz é como um parafuso
Es tarado
Es obsceno
Os teus olhos destilam veneno
Encharcas-te com vinho do Reno
Es cruel
Es um porco imundo
Quando queres vais até ao fundo
Não sei onde vais parar
(Solo de guitarra)
Es um porco imundo
Quando queres vais até ao fundo
Não sei onde vais parar
Não sei onde vais parar

(Ena Pá 2000)

segunda-feira, março 12, 2007

Dois desgovernados anos a gorvernarem-se...

... e ninguém diz que o rei vai nu?
Reveja as imagens
que marcaram estes dois anos
e diga o que pensa do Governo

Isso mesmo, aceitemos o desafio da Visão
Vamos lá dizer-lhes o que pensamos do governo?


sexta-feira, março 09, 2007

Um ano de mediocridade...

... no país do triste fado!

Go home!

Bush - o desejado

La Nación (in Portugal Digital)

A perspectiva da chegada de Bush transformou São Paulo “em um cenário digno de Hollywood” na quarta-feira, segundo reportagem do diário argentino La Nación.

“Tropas do Exército nas ruas, uma frota de helicópteros de guarda, esquadrões de choque e de patrulhagem e franco-atiradores armados com fuzis preparados para acertar uma pessoa a um quilômetro de distância foram parte da nova ‘decoração’ da cidade”, relata o jornal.

A reportagem observa que o esquema de segurança mobiliza 4 mil homens das forças norte-americana e brasileira e que teve até mesmo um sentido ‘estético’, com a derrubada de um barraco que abrigava três famílias a poucos metros do hotel Hilton na zona sul de São Paulo, onde se hospedará Bush.

O jornal diz que a operação de segurança converteria muitas cidades menores em “verdadeiras cidades sitiadas” e que “plantará o caos” em São Paulo, apesar de “se diluir entre os seus 18 milhões de habitantes”.

“Durante mais de 20 horas, os motoristas terão que encontrar vias alternativas para seus trajetos diante do bloqueio de ruas que, para preservar os planos de segurança, não serão divulgados”, observa a reportagem, afirmando que o segredo sobre o itinerário e os horários da visita de Bush visa evitar a possibilidade de um ataque contra ele.

Agora pergunto eu: como é que um dirigente mundial de um país tão bem intencionado em fazer chegar a todo o mundo a Democracia precisa assim de toda esta segurança? Como pode um ser tão religioso, tão cristão, tão guiado por Deus como ele ter assim tanto medo de morrer, de ir pelos ares, alcançando assim mais merecidamente o reino dos céus? Por que precisa de se proteger tanto uma criatura assim tão desejada pelo mundo fora?

quinta-feira, março 08, 2007

8 de Março - Um pouco de história...

As raízes proletárias e revolucionárias do dia internacional da mulher

Anaí Caproni

Festejado hoje pelas organizações imperialistas, como a ONU, o 8 de Março surgiu como dia de luta da mulher operária contra o imperialismo

Apesar de ser celebrado, hoje, oficialmente no mundo todo, sendo inclusive data oficial reconhecida pela ONU e por inúmeros países do globo, são raríssimas as informações a respeito da origem da luta das mulheres pelo 8 de Março, não existindo nenhuma história organizada sobre os factos e discussões que levaram ao estabelecimento desta data como o dia internacional de luta na consciência das mulheres.

O silêncio sobre a história de um dia tão comemorado e instrumento de campanhas supostamente em defesa da mulher pelo mundo todo, chama a atenção dos espíritos mais críticos e daqueles que lutam para resgatar a história do movimento operário, das suas lutas e das suas grandes realizações. O 8 de Março é justamente mais uma destas grandes iniciativas da classe operária mundial que, com a Revolução Russa de 1917, se firmou como um instrumento de defesa internacional das mulheres. Posteriormente o imperialismo adaptou-se a esta conquista operária, procurando apagar suas origens revolucionárias, transformando o 8 de Março em mais um instrumento da democrática política do imperialismo de ataque às mulheres, encoberta com os discursos e campanhas demagógicas sobre os “direitos da mulher”.

O 8 de Março

A data do 8 de Março está ligada à luta das operárias têxteis de Nova Iorque. Foi uma das primeiras greves destas operárias têxteis novaiorquinas, no ano de 1857 que deu origem à data. Nesta greve as operárias permaneceram paradas durante semanas, sendo brutalmente reprimidas pela polícia e perseguidas pelos patrões numa grande manifestação exactamente nesta data transformando-se num símbolo de luta para as trabalhadoras e as socialistas norte-aemericanas. Esta greve é comumente confundida com o trágico incêndio da fábrica de vestimentas novaiorquina Triangle em 1911 – em decorrência das péssimas condições de trabalho - que matou mais de 100 operárias, acontecimento que ganhou tamanha notoriedade, pela denúncia feita pelos socialistas, quando estas começaram a realizar as primeiras manifestações para marcar o dia de luta das mulheres, que se apresenta, para muitos, como a explicação para a extraordinária repercussão trazida pela paralisação de 1857. Na realidade a greve das operárias têxteis, no século XIX, foi a primeira faísca da luta feminina que se transformaria no início deste século num movimento internacional com manifestações de centenas de milhares de mulheres reivindicando o fim da discriminação.

A importância da greve das operárias em 1857 refere-se ao fato de que o movimento foi pioneiro ao levantar as reivindicações femininas em um momento em que da entrada das mulheres no mercado de trabalho era ainda mais a excepção do que a regra.

No início do século, em 1907, no dia 8 de Março, uma comemoração desta greve vai iniciar, nos EUA, um ciclo de mobilizações de massas de mulheres, expressando o fenómeno mais geral da integração em massa das mulheres no mercado de trabalho e a superexploração da sua mão-de-obra pelo capitalismo. Neste ano as operárias e os socialistas de Nova Iorque vão convocar no dia 8 de Março, para lembrar a greve de 1857, uma grande “Marcha da Fome”, para reivindicar a diminuição da jornada de trabalho para 10 horas, melhores salários e condições de trabalho sendo brutalmente reprimidas pela polícia de Nova Iorque. Em 1908, novamente no 8 de Março, as mulheres vão sair às ruas para comemorar as mobilizações de1857 e de 1907. Neste momento, também, o Partido Socialista Norte-americano vai criar o comité de mulheres pelo voto levantando além das reivindicações económicas como salários iguais para trabalhos iguais e o fim do trabalho infantil, uma campanha política pelo sufrágio feminino.

Em 1909, novamente por iniciativa dos socialistas, o trabalho entre as mulheres será ampliado com o importante êxito obtido com a realização do primeiro dia Nacional das Mulheres, realizando manifestações em todo o país no último domingo de Fevereiro, repetindo estas comemorações todos os anos até 1913, quando os movimentos adquirem o carácter de protesto contra a guerra que já se apresentava como uma terrível ameaça. Já em 1910 com o crescimento do movimento de mulheres, Lena Lewis, uma das principais representantes do movimento feminista norte-americano vai declarar que não era uma época para celebrar nada, mas um dia para antecipar as lutas que viriam quando “poderemos eventualmente e para sempre erradicar o último vestígio do egotismo masculino e seu desejo de dominar as mulheres”.

O Dia Internacional da Mulher

A criação do dia internacional de luta da mulher é obra do II Congresso Internacional das Mulheres Socialistas, realizado em 1910 na Dinamarca, por iniciativa das militantes revolucionária da II Internacional. Nesta conferência foi aprovada a proposta feita por Clara Zetkin, responsável pela organização do trabalho de mulheres da social democracia alemã e editora do jornal de mulheres do partido, Igualdade. Segundo ela era necessário estabelecer um dia como referência mundial de luta para as mulheres na medida em que tanto na Europa como nos EUA os partidos socialistas já vinham realizando manifestações com este carácter, reunindo milhares de mulheres para lutar por reivindicações fundamentais como a redução da jornada, o voto feminino, etc.

A proposta do partido alemão era de que as comemorações realizassem-se no domingo, seguindo analogamente a política defendida por este partido em relação às comemorações do 1º de Maio algumas décadas antes, ou seja, fazer manifestações após o expediente, no caso da mulher, no domingo, para evitar um confronto aberto com a burguesia numa situação onde consideravam que não havia condições para impor uma derrota ao governo, particularmente na Alemanha.

Participaram da conferência cerca de 100 mulheres representanto 17 países, incluindo as três primeiras mulheres socialistas eleitas para o parlamento finlandês. Como plataforma para a organização das manifestações do dia internacional da mulher foi aprovada a luta pelo direito de voto feminino, o sufrágio universal e o seguro-maternidade para todas as mulheres casadas com filhos, em oposição a uma proposta de que o benefício fosse concedido independentemente do estado civil da mãe, proposta defendida pelos russos representados por Alexandra Kollontai.

Mobilizações de massa

Em 1911 a 1ª. comemoração do dia internacional da mulher, organizada pelo Secretariado Feminino da II Internacional, ocorreu no dia 19 de Março na Alemanha, Dinamarca, Austria, Suiça, EUA e vários outros países europeus, sendo realizado nesta data em homenagem à revolução de 1848 na Alemanha, onde foi conseguido o direito de voto feminino, revogado posteriormente pela derrota da revolução. Segundo a revolucionária russa Alexandra Collontai este primeiro “dia internacional das mulher excedeu todas as expectativas. (... ) “A Alemanha e a Áustria eram um mar ondulante de mulheres. Reuniões eram organizadas em todos os lugares. (...) “Nas pequenas cidades, até mesmo nas aldeias, os salões estavam tão cheios que havia pedidos para os trabalhadores homens cederem seus lugares para as mulheres. Os homens ficaram em casa com as crianças para variar, e suas esposas, as escravizadas donas-de-casa, foram às reuniões. Durante as maiores manifestações de rua, nas quais tomavam parte 30 mil pessoas, a polícia decidiu remover as faixas dos manifestantes: as trabalhadoras se opuseram. Na luta que se seguiu, o derramamento de sangue foi evitado apenas com a ajuda dos deputados socialistas no parlamento”.

A manifestação reuniu 1 milhão de mulheres em todo o mundo, caracterizando-se como a erupção de uma gigantesco movimento de massas, reivindicando o direito de voto, o de ocupar cargos públicos, direito ao trabalho, treinamento profissional, fim da discriminação nos locais de trabalho etc.

Uma semana depois da manifestação, no dia 25 de Março, o já mencionado incêndio na empresa Triangle, em Nova Iorque, matou 140 operárias têxteis, em função das péssimas condições de trabalho que vigorava em todas as fábricas, causando uma grande comoção entre um movimento de mulheres massivo e radicalizado com a terrível confirmação das denúncias feitas dias anteriores.

Esta tragédia marcou de forma indelével o dia internacional da mulher como um símbolo da situação de exploração das mulheres e do acerto das denúncias e reivindicações feitas pelas mulheres socialistas dos principais países do mundo.

Uma conquista da Revolução Russa

O dia Internacional da Mulher vai se estabelecer definitivamente no 8 de Março com a vitória da revolução na Rússia. Não por coincidência, foi a manifestação convocada pelas operárias ligadas ao socialismo russo, o estopim da Revolução de Fevereiro de 1917, ao se transformar em um greve geral na enorme concentração operária do bairro Viborg em S. Petersburgo, principal cidade industrial do país.

Com a vitória da ditadura do proletariado, o governo soviético transformou a data em feriado comunista, procurando impulsionar a luta internacional das mulheres, não apenas por que foram elas as iniciadoras da revolução mas porque são a camada mais explorada da classe operária consituindo potencialmente um vasto movimento revolucionário e, segundo Lenin, sem elas “não haveríamos vencido, ou haveríamos vencido a duras penas”.

A revolução que começou no dia 8 de Março através do protesto das mulheres, diante das filas de racionamento de pão provocadas miséria vinda com a I Guerra Mundial, a partir daí o movimento se estendeu para as fábricas e quartéis derrubando a monarquia secular que governava a Rússia, viria a ser também a maior conquista que as mulheres de todo o mundo jamais obtiveram em toda a história da humanidade na luta pela sua libertação .

A vitória da revolução trará uma série de mudanças fundamentais na situação da mulher soviética, lutando contra a estrutura de total submetimento representada pela cultura semi-asiática do país e pelo atraso económico representado pela maioria camponesa e pelo subdesenvolvimento urbano. As primeiras medidas adoptadas pelo governo revolucionário foram o direito integral ao divórcio a partir do pedido de qualquer dos cônjuges, superando no início do século as legislações vigentes em todo o mundo ainda hoje, as quais forçam o convívio entre pessoas apesar do laço afectivo e consentimento mútuo não existir mais. (…)

No caso do aborto o governo revolucionário garantiu o direito integral à sua realização, inclusive através da rede pública de saúde, gratuitamente, em todo o país, atendendo uma das reivindicações mais importantes para as mulheres: o fim da gravidez indesejada, uma violência contra a mulher, uma vez que o Estado intervém repressivamente na vida íntima das mulheres obrigando-as a tomarem uma decisão contra a sua vontade, e que no caso da maior parte das mulheres significa o abandono do trabalho, do estudo, e o reforço da exploração e embrutecimento proveniente do trabalho doméstico e da dependência do marido. Em 1917, o governo de Lenin e Trostki já derrubava totalmente a distinção entre os filhos nascidos de uma união legal e os filhos “ilegítimos”.

Outra das grandes conquistas trazidas pela revolução foi a total igualdade jurídica entre os homens e mulheres, com o direitos políticos integrais, o incentivo à sua elevação cultural, a proibição da discriminação sexual, numa época em que as mulheres eram consideradas juridicamente incapazes, como no Brasil, onde o código civil até poucas décadas atrás considerava o homem como chefe de família, e, somente na sua ausência, a mulher poderia tomar decisões de forma independente.

A política do governo bolchevique em defesa da mulher, igualando-a juridicamente ao homem e atendendo reivindicações fundamentais, ganhou adeptas no mundo todo estimulando o movimento de mulheres de uma forma nunca vista antes, uma vez que era a expressão do interesse de milhares de mulheres que entravam em massa no mercado de trabalho, tornando-se politicamente a referência mundial de luta pelos direitos da mulher.

Posteriormente, com a vitória da burocracia stalinista contra-revolucionária na União Soviética a legislação a favor da mulher vai ser paulatinamente revogada, retirando-se o direito ao aborto, impondo restrições ao divórcio, retirando conquistas da mulher e comprovando a idéia de que a opressão da mulher nada mais é um aspecto da política contra-revolucionária da burguesia mundial, da qual a burocracia stalinista foi nada mais e nada menos que um agente no interior do Estado operário.

Uma adaptação do imperialismo

Os EUA até o final dos anos 60 se opunham, a que fosse comemorado o dia internacional da mulher, pelo seu carácter revolucionário o que se acentuou no marco da política de luta mortal contra a revolução mundial da Guerra Fria.

Será o ascenso revolucionário que percorreu o mundo em 68 que vai trazer novamente as comemorações do 8 de Março para o terreno das manifestações de massa fazendo surgir no mundo inteiro amplos movimentos de libertação da mulher, bem como teorias feministas de carácter pequeno-burguês que evoluíam no vazio deixado pela crise de direcção histórica da classe operária.

Com o mundo convulsionado pelas mobilizações políticas do final dos anos 60 e na década de 70 o imperialismo vai mudar de política, adoptando a democracia como política de controle e estrangulamento das tendências revolucionárias presentes na situação política mundial, política esta simbolizada pela política de “direitos humanos” do presidente norte-americano Jimmy Carter.

A decretação pela ONU, do ano de 1975, como Ano Internacional da Mulher vai corresponder a esta mudança de política, a qual significa que o imperialismo apoiará demagogicamente – uma vez que nada é feito de facto - algumas reivindicações populares, para romper o isolamento em que as mobilizações colocaram a direita anti-comunista, promovendo uma nova roupagem para a mesma política de ataque às mulheres e aos explorados. Esta política será possível, também, devido ao declínio dos movimentos de mulheres da década de 60 e 70, agora dominados pelas personalidades burguesas, pela cooptação governamental e pela política democratizante do imperialismo.

A década de 1975 a 1985 será considerada pela ONU a década da mulher e será organizada a 1ª. Conferência Mundial da Mulher no México.

Em 1977 a Unesco declarará oficialmente o 8 de Março como o dia internacional da mulher e nos anos de 1980, 1985 e 1995 serão organizadas respectivamente as conferências mundiais da Mulher em Copenhague, Nairóbi e Pequim.

Estas iniciativas serviram para tentar apagar a história dos verdadeiros movimentos de defesa da mulher, os socialistas e a Revolução Russa, ao mesmo tempo em que reciclou a imagem repressiva e reaccionária da burguesia imperialista para conseguir submeter a mulher a uma situação de exploração, com a revogação das conquistas sociais, e submetimento aos homens, à legislação reaccionária, à ideologia da mulher como instrumento nunca vista antes neste século.

quarta-feira, março 07, 2007

Televisão em Portugal...

... 50 anos a fazer-nos a cabeça!

Matéria Poética I: Cancioneiro Joco-Marcelino de Natália Correia III


O Fado do Coveiro
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Das artes mágicas campeão audaz
Tira Marcelo da manga outra faceta:
Por su dama Lisboa, o Galaaz
Faz-se à viela e ginga à lisboeta.
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Calça à boca de sino e cachené
Ao marialva senil metendo inveja,
Fidalgo edil que canta para a ralé
O faduncho finório gargareja.
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Estremece Aníbal com o pardal fadista
Que aquilo é treino para o último regalo:
Escaqueirar o reinado cavaquista
E sobre a tumba, por fim, cantar de galo.
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segunda-feira, março 05, 2007

Mitologias

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

Luís de Camões

sexta-feira, março 02, 2007

Eu participo...


... e vocês?

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