quarta-feira, dezembro 31, 2008

10 DESEJOS PARA 2009


AQUI NO PAFÚNCIO DESEJA-SE PARA 2009...

... QUE O NOVO ANO NÃO SEJA TÃO MAU COMO PARECE...
... QUE A ESCOLA PÚBLICA PORTUGUESA E AS UNIVERSIDADES DEIXEM DE FAZER PARTE DOS PLANOS DA EUROPEAN ROUND TABLE, DA EDUCATION ROUND TABLE, DA ESTRATÉGIA DE LISBOA, DO CLUBE BILDERBERG E DO RAIO QUE OS PARTA A TODOS...
... QUE A POPULAÇÃO PORTUGUESA QUEIRA TOMAR PLENA CONSCIÊNCIA DO QUE SE ESTÁ A PASSAR À SUA VOLTA, NO MUNDO, NO PLANETA, NO SEU EMPREGO E NO SEU DESEMPREGO...
... QUE OS MEUS AMIGOS, OS MEUS CONHECIDOS, OS AMIGOS E OS CONHECIDOS DELES TODOS E ASSIM SUCESSIVAMENTE NÃO VÃO ESTE ANO VOTAR NEM PS NEM PSD...
... QUE DEIXEM DE HAVER TANTAS COISAS DE QUE DIZER MAL PASSANDO A HAVER MUITAS MAIS PARA SE DIZER BEM...
... QUE OS INCOMPETENTES SEJAM RETIRADOS DOS GOVERNOS, DOS LUGARES DE CHEFIA, DOS CARGOS DE RESPONSABILIDADE, DOS CENTROS DE DECISÃO E QUE AS PESSOAS ACREDITEM MAIS EM SI PRÓPRIAS PARA NÃO VOLTAREM A CUMPRIR ORDENS ABSURDAS VINDAS DE GENTE DESSA...
... QUE SEJAM OS RICOS A PAGAR A CRISE QUE ELES PRÓPRIOS GERARAM...
... QUE AS PESSOAS COMECEM A REIVINDICAR NOS SEUS TRABALHOS MAIS TEMPO PARA EDUCAR E ESTAR COM OS SEUS FILHOS...
... QUE A MINISTRA DA EDUCAÇÃO VOLTE A FAZER O QUE MAIS A SATISFEZ PROFISSIONALMENTE: COLAR ESTAMPILHAS NO JORNAL A BATALHA (HOJE O PAFÚNCIO ESTÁ MUITO POLITICAMENTE CORRECTO SENÃO MANDAVA A MINISTRA PARA OUTRO LUGAR!)...
... QUE A CONSCIÊNCIA POLÍTICA DE CADA UM SE FAÇA OUVIR CADA VEZ MAIS ALTO NAS RUAS, NOS BLOGUES, NOS CAFÉS, NAS ESCOLAS, NOS TRANSPORTES PÚBLICOS: VAMOS PÔR A BOCA NO TROMBONE E DENUNCIAR AS TRAPAÇAS DESSE SISTEMA CAPITALISTA!...

A TODOS OS VISITANTES DO PAFÚNCIO DESEJO UM EXCELENTE ANO 2009

sábado, dezembro 27, 2008

The job

The job
Vídeo enviado por trescourt

Grand Prix 2008 du 10e Festival des Très Courts


La crise est bien là, mais le futur ressemblera t il pour autant à ça ?
Une vision qui ne déplairait pas à Ken Loach.

sábado, dezembro 20, 2008

Antes fosse uma paranóia colectiva como O Segredo

http://www.europa-america.pt/product_info.php?products_id=5600

"O Clube Bilderberg"
________________________________________
O livro "Toda a Verdade Sobre o Clube Bilderberg" de Daniel Estulin foi lançado no passado dia 27 de Novembro pela editora Europa-América, numa edição actualizada, mais completa e muito diferente da anterior, com referências ao Caso Casa Pia e a políticos portugueses ligados ao Bilderberg. Para mais detalhes visite: http://www.europa-america.pt/product...oducts_id=5600 [Ler Mais]
l
Re: Livro "O Clube Bilderberg"
________________________________________
Eu li que em 2008 a reunião de Bilderberg contou com participação de Rui Rio e António Costa presidentes da câmara do Porto e de Lisboa respectivamente e ambos membros de partidos do centrão que se revezam no poder.

Provavelmente vamos vê-los como líderes do PS e do PSD envolvidos em vôos mais altos estejam atentos ao seu percurso político.

quinta-feira, dezembro 18, 2008

Esta luta não é só dos professores, é de todos nós!

(A frase mais revolucionária jamais proferida por Albino Almeida no Prós & Prós:
«não se pode suspender o que já não existe»)


Pais e E.E. das escolas de Chaves estão com os professores na luta contra o modelo burocrático de avaliação
As associações de pais das escolas de Chaves vão reunir, no dia 18/12/08, para aprovar a seguinte moção:

"As Associações de Pais/Encarregados de Educação do Agrupamento Vertical da Escola EB2/3 Dr. Francisco Gonçalves Carneiro, da Escola Secundária com 3.º Ciclo Fernão de Magalhães, da Escola Secundária com 3.º Ciclo Dr. António Granjo, da Escola Secundária com 3.º Ciclo Dr. Júlio Martins, do Agrupamento Vertical da Escola EB2/3 Nadir Afonso e do Agrupamento Vertical da Escola EB2/3 de Vidago, reunidas em 18 de Dezembro de 2008 para analisar os efeitos do novo modelo de avaliação de desempenho da actividade docente no quotidiano das escolas vêm por este meio comunicar o seguinte:

• Perante a cega teimosia do Governo em querer manter um modelo de avaliação de desempenho da actividade docente já completamente desacreditado e que trará consequências muito negativas às Escolas Públicas do nosso país e, por isso, aos nossos filhos/educandos, as Associações de Pais/Encarregados de Educação das Escolas e Agrupamentos de Escolas acima referidas decidiram por unanimidade declarar todo o seu apoio aos professores na contestação deste modelo de avaliação, estando dispostas a participar nas manifestações de rua e noutras iniciativas com a adopção de medidas ainda mais drásticas até que o Governo consiga ouvir a voz do bom senso e suspenda o referido modelo de avaliação de desempenho. Neste momento, a luta dos Pais/Encarregados de Educação é ao lado dos Professores, na defesa de uma Escola Pública de qualidade, tranquila, onde ensinar e colaborar na formação integral das novas gerações seja prioridade assumida, onde a colaboração e a solidariedade sejam exemplificadas pela actuação dos Professores, onde o aluno seja, efectivamente, o centro das preocupações das Escolas e dos Professores. Estamos, também, de luto e em luta, contra a prepotência e arrogância que este Governo tem mostrado nesta matéria. A maioria absoluta não pode servir de pretexto para desrespeitar a vontade dos cidadãos deste país. Esta vontade já foi suficientemente expressa e terá de ser aceite para o bem de Portugal e das novas gerações de Portugueses."

Fonte: Associaçãodepaisdechaves

Publicada por Ramiro Marques em 17:23
aqui http://www.profblog.org/2008/12/pais-e-ee-das-escolas-de-chaves-esto.html

sábado, dezembro 13, 2008

Aqui como em toda a parte: «é preciso salvar os trabalhadores, não os especuladores!»


Communiqué du 28 novembre 2008

« Ce sont les travailleurs et non les spéculateurs qu’il faut sauver »



Tous les rapports sur la situation économique et sociale en France confirment l’avance de la catastrophe :
- Les « défaillances d’entreprises » ont progressé au 2ème trimestre 2008 de 6,8% par rapport à 2007
- Les « difficultés de trésorerie » touchent des centaines d’entreprises parmi lesquelles PSA, Renault, Faurecia, Toyota, Ford, Arcelor-Mittal, Michelin,. Condamnant au chômage partiel ou total des dizaines de milliers de salariés.
- Une perte de 45 000 emplois dans la construction est prévue pour 2009,
- Depuis août 2008, 40 000 travailleurs supplémentaires rejoignent chaque mois les 2 millions qui sont actuellement inscrits à l ‘ANPE, soit 8,2 % de la population active.

Les aides publiques directes aux entreprises et les nationalisations sont interdites par le Traité de Maastricht car elles entravent « la concurrence libre et non faussée » au sein de l’Union européenne.

Le plan dit de « relance » de l’Union Européenne et sa déclinaison en France ne pourra donc passer que par la diminution de la TVA pour les entreprises en difficulté, la diminution ou exonération de la taxe professionnelle, la dispense de cotisations sociales, la compensation accrue par l’Etat de l’indemnisation du chômage partiel galopant, autrement dit la ruine des fonds publics et sociaux.
Laurent Wauquier, secrétaire d’Etat à l’Emploi a ajouté qu’il fallait agir encore plus vite que prévu pour faire les réformes: plus de contrats d’accompagnement, plus d’emplois dits « plus verts », plus de services à la personne ». Nicolas Sarkozy a annoncé une extension du Contrat de Transition Professionnelle à 25 bassins d’emploi en difficulté contre 7 actuellement.

Autrement dit, plus de dérèglementation encore, plus de précarité.

C’est au contraire par l’augmentation générale des salaires, l’interdiction des licenciements, la nationalisation du crédit et des principaux secteurs de l’industrie qu’il peut y avoir une véritable « relance de l’économie ».
Il est clair que cette relance-là exige la libération du carcan de l’Union Européenne qui entraine les peuples d’Europe à la ruine.

C’est le sens de la campagne menée actuellement par le POI qui recueille des milliers de signatures sur un appel intitulé « Ce sont les travailleurs et non les spéculateurs qu’il faut sauver » et qui se conclut par la nécessité de sortir de l’Union Européenne.


Paris le 28 novembre 2008
Les secrétaires nationaux du POI
Claude Jenet, Gérard Schivardi, Jean Markun, Daniel Gluckstein

terça-feira, dezembro 09, 2008

O Site do BOBIno Almeida


O Bobino, perdão, o Albino pai dos pais já tem o seu próprio site. Fantástico, aliás, no que diz respeito a piroseira da pior, mas ainda assim com uma carga simbólica aterradora: O Albino em primeiro plano, esforçando-se por parecer boa pessoa, atrás um magnífico pôr do sol, premonitório da longa noite negra que esta seita reserva à escola pública.

Ainda tentei abrir os conteúdos mas o Albino é espertalhaço, não é qualquer Fernão Mendes Pinto que lhe enfia o barrete, pelo que me apercebi temos que nos registar para poder aceder aos conteúdos.

Ai pobre do Movimento Associativo dos Pais... em que ruas da amargura transfigurado. Este governo descobriu a pólvora dando a oportunidade aos representantes dos pais de abrirem negócios dentro das escolas. Como irá agora haver independência para defender os direitos dos alunos, exigir ao Estado a qualidade da escola pública? Quantos Albinos oportunistas irão ainda aparecer neste processo?

Lembro apenas a todos os pais e encarregados de educação e às associações de pais que a CONFAP ou a CNIPE, ou o que quer que seja que ainda venha a aparecer para dividir ainda mais o movimento associativo dos pais, que as confederações são como os sindicatos, pertencem às pessoas e não aos dirigentes, são o nosso castelo. Se o castelo está ocupado por gente obscura, há que voltar a ocupar o castelo e mudar as direcções a soldo. O sistema apropriou-se das organizações criadas pela democracia. Enquanto a voz do Albino Almeida , ou de outros que tais, ecoar pelos meios de comunicação social, o movimento associativo dos pais está entregue, impotente para defender a escola pública e os seus princípios democráticos.


sábado, dezembro 06, 2008

PROPOSTAS DESONESTAS

Image Hosted by ImageShack.us

Imagem Kaótica

(inspirada no Filme Uma Proposta Indecente)

ÚLTIMA HORA:
COMUNICADO DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
21:00h, 5 de Dezembro de 2008

1 – Chegou hoje ao fim o processo de negociação das medidas tomadas pelo Governo no dia 20 de Novembro para facilitar a avaliação do desempenho dos professores.
2 – Os sindicatos, neste processo, não apresentaram qualquer alternativa ou pedido de negociação suplementar, pelo que o ME dá por concluídas as negociações, prosseguindo a aprovação dos respectivos instrumentos legais.
3 – O ME, mantendo a abertura de sempre, respondeu positivamente à vontade dos sindicatos, expressa publicamente, de realização de uma reunião sem pré-condições, isto é, sem exigência de suspensão da avaliação até aqui colocada pelos sindicatos. Foi por isso agendada uma reunião para o dia 15 de Dezembro, com agenda aberta.
4 – Os sindicatos foram informados que o ME não suspenderá a avaliação de desempenho que prossegue em todas as escolas nos termos em que tem vindo a ser desenvolvida.


(destaques meus)

sexta-feira, dezembro 05, 2008

Portuguesinhos

Image Hosted by ImageShack.us

É um sentimento bem portuguesinho esse que leva a que tanta gente frustrada apresente este tipo de argumentação: se eu sou lixado lá no meu serviço, por que não hão-de os professores de serem lixados também?

É triste e revela mesquinhez. As pessoas bem formada antes pensariam assim: os professores estão em luta, tiraram os seus cursos, foram avaliados nos seus estágios, passam horas com salas cheias de crianças nem sempre bem educadas pelos pais que trabalham nas tais empresas privadas sempre a ceder e a trabalhar mais do que de direito com medo da competição do vizinho do lado, com medo da sua situação de cada vez maior insegurança, escravos do patrão, escolhem andar na linha em lugar de lutar pelos seus direitos de ter tempo livre para os filhos.

Os professores o que deviam dizer era que são completamente diferentes do resto da função pública e das empresas privadas, o seu trabalho é diferente, desgastante e sim, necessitam de tempos livres para se continuar a formar e a informar porque senão nunca poderão ser bons professores!

Por isso o que é preciso é unir todos os descontentes, de todas as classes profissionais e com o apoio dos seus sindicatos fazer uma gigantesca nunca vista greve geral, de todos os sectores profissionais, se possível (se as mentalidades fossem mais abertas, seria possível), todos unidos em defesa dos direitos laborais e da escola pública democrática e equitativa, a única capaz de formar cidadãos livres e conscientes sem discriminação e sem elitismo, em verdadeira igualdade de oportunidades. Enquanto as pessoas deste país pensarem só no seu umbigo, colocarem palas e não quiserem ver para os lados, fazendo por ignorar o crescente descontentamento à sua volta, este país não sairá da cepa torta e será um país europeu percursor dos novos escravos assalariados, dos muitos desempregados, e dos novos detentores das falsas aprendizagens de novas oportunidades, para alguns de sucesso que começam a aparecer, são novos oportunismos. Eis o plano que este governo (por obediência à UE) tem para os filhos dos trabalhadores, para as novas gerações e para os da sua prole.


Vocês que dizem essas coisas são um bom exemplo da cidadania deformada que por aí vegeta.


(Comentário deixado aqui)

quinta-feira, dezembro 04, 2008

terça-feira, dezembro 02, 2008

Carta aberta aos encarregados de educação

Esta carta aberta foi elaborada numa reunião de professores, educadores e encarregados de educação, realizada por iniciativa da Comissão de Defesa da Escola Pública, no ano lectivo passado, em Algés. O seu objectivo era ser entregue aos pais nas reuniões de avaliação do final do 2º. período. No entanto, por motivos vários, na altura não chegou a acontecer.
Julgo que em alguns aspectos, se não todos, continua a ser pertinente a sua divulgação, mais que não seja para ajudar os professores no dia da greve (3 de Dezembro) a colocarem correctamente as questões, advertindo os pais e ee para a situação que se coloca aos professores e à escola pública.


Carta aberta aos encarregados de educação

Os professores e educadores estão em luta pela defesa da Escola Pública ! Neste momento delicado do ano escolar, quando a actividade lectiva está em pleno, quando decorre um processo de avaliação dos alunos em que a máxima serenidade deveria pontuar, os professores e educadores estão profundamente inquietos com o futuro da Escola Pública. O Governo e os meios de Comunicação Social querem fazer crer à opinião pública que as recentes manifestações de professores e educadores visam reivindicações laborais egoístas e, muito concretamente, que os professores se recusam a ser avaliados. TAL NÃO CORRESPONDE À VERDADE ! Efectivamente, os professores sempre têm sido avaliados: avaliados pelas provas prestadas, pelo trabalho diariamente desenvolvido e pelos resultados obtidos ; avaliados pelas acções de formação permanente que frequentam e as provas a que aí se sujeitam ; avaliados pelos colegas, pelos funcionários, pelas direcções das escolas e pelos serviços de inspecção do Ministério da Educação ; avaliados, ainda, pelos encarregados de educação que, em permanência, podem acompanhar a actividade desenvolvida pela escola junto dos seus educandos. Para compreendermos a actual situação é necessário perceber que, mais do que um direito à educação e à instrução, a Escola Pública é um dever que envolve o Estado e os cidadãos. O Estado tem, por esse motivo, a pesada obrigação de promover e manter uma Escola Pública com o máximo de ambição e qualidade. Por sua vez, os cidadãos – obrigados que são a frequentar a escola – têm todo o direito de exigir do Estado uma Escola onde as novas gerações possam beneficiar de uma vasta e segura formação que as capacite para o exercício pleno de uma vida adulta em sociedade. Como profissionais do ensino – além de encarregados de educação e de cidadãos atentos que também são – os professores apercebem-se, em primeira linha, dos principais problemas que afectam a Escola e, desde sempre, têm vindo a alertar o Ministério para o tipo de mudanças que julgam ser as mais necessárias. O Ministério da Educação, para além de não ouvir os professores, tem vindo a pôr em prática, desde há muito, reformas que, apesar de terem alterado substancialmente a vida das escolas, nunca foram devidamente avaliadas. Além disso, de há três anos para cá, o Ministério da Educação, confrontado com os fracos resultados obtidos pelos alunos, em comparação com os de outros países – e numa lógica baseada no cumprimento da agenda de Lisboa e dos prazos impostos pela União Europeia (2013) – achou por bem atribuir aos professores a responsabilidade pelo grave estado da educação em Portugal. É nesta linha que se insere uma avaliação do desempenho burocrática, penalizadora e hipócrita que apenas impede a progressão na carreira. O seu objectivo não é o verdadeiro sucesso escolar dos alunos, mas apenas produzir boas estatísticas em termos internacionais. Estas medidas integram-se ainda num plano de contenção de despesas (encerramento de escolas, transferências de responsabilidades de gestão para os Municípios, medidas contra o ensino especial, etc.) de que só pode resultar a degradação da Escola Pública. As leis aprovadas (o Estatuto da Carreira Docente, o novo Estatuto do Aluno, as alterações ao regime do Ensino Especial, a alteração do modelo de gestão das escolas, o recurso a empresas para o fornecimento, em regime de trabalho precário, de monitores das Actividades de Enriquecimento Curricular no 1º Ciclo, a Escola a Tempo Inteiro, o programa Novas Oportunidades) apontam para a preparação de indivíduos para o mercado de trabalho precário, submissos e conformados a uma sociedade não democrática. Os professores estão hoje unidos em defesa da Escola Pública, a única escola que, efectivamente, pode formar cidadãos emancipados e à qual todos, ricos ou pobres, têm garantido o acesso. Apelamos assim aos encarregados de educação que juntem a sua voz à nossa para que, conjuntamente, saibamos definir os caminhos que levem à concretização de uma melhor escola para todos.

Esta carta aberta foi elaborada numa reunião de professores, educadores e encarregados de educação,
realizada por iniciativa da Comissão de Defesa da Escola Pública, no passado dia 15 de Março (2008), em Algés.

Das teses à praxis

Image Hosted by ImageShack.us
Kaótica

Este fim de semana estive praticamente sem internet. Estava tão lenta a abrir fosse o que fosse que depressa desisti e me entreguei a outros passatempos. Tinha levado comigo as teses para o Congresso do PCP, não porque seja do partido - se fosse provavelmente teria lá estado - mas porque acho interessante conhecer as actuais propostas do maior partido de esquerda, já que o PS actualmente não conta (já contou?). Concentrei-me mais na leitura de certas partes que me interessavam mais, por exemplo saber como encara o PCP a União Europeia e que desafios lança à restante esquerda no sentido de realizar uma unidade contra estas políticas do capitalismo global que atentam contra os direitos conquistados ao longo de séculos pelos trabalhadores.

No que respeita à União Europeia, as teses detectam a peçonha, apontando a tendência capitalista que a UE assume e impõe como regra geral. As teses referem que a UE já há mais de duas décadas que põe em prática o plano neoliberalista em sintonia com o imperialismo americano e com a globalização, primeiro desmatelando metodicamente os recursos nacionais e, mais recentemente, com a Estratégia de Lisboa e a sua agenda, disprover os serviços públicos e privatizá-los, entre outras artimanhas que desprotegem os mais desfavorecidos, em favor de uns quantos. Vamos ver como na prática se propõe o PCP a denunciar as nefastas estratégias da UE, levando os trabalhadores a unirem-se contra as suas consequências. Pelo menos já se ouve falar da possibilidade de ruptura (conf. 2.1.8.2. das teses).

Já no que respeita à abertura ao diálogo com outras forças políticas de esquerda, e mesmo "progressistas", existem contradições: nas teses lança-se o êngodo (ver 1.3.27. e 1.3.28), mas depois deita-se tudo a perder na falta de tacto (deliberada?) como se (des)considera essas outras forças, mais afastando do que unindo, o que faz com que na prática a divisão da esquerda volte à estaca zero, o que no momento é muito grave pois é uma forma de deixar que tudo fique na mesma, cada esquerda impotente a lutar no seu quintal, de costas viradas.

Já a luta dos professores é um exemplo. Conseguiram unir-se na luta pelas mesmas causas (mesmo se a avaliação é a causa que mais os une, embora muitos não se apercebam que o que está aqui em jogo é a escola pública e o perigo que os professores correm arrastados na sua destruição). Mas serão só os professores que lutam pelos seus direitos? E as outras classes profissionais, todas afrontadas por estas políticas? Por que não unir as suas lutas numa mesma luta? Com a força da manifestação de 100 000 de 8 de Março, agora reforçada, não tinha sido a altura certa para unir essa força à dos outros trabalhadores, antes da aprovação do código do trabalho? Por que foram os professores logo a seguir desmobilizados pelos próprios sindicatos através do fatídico memorando de entendimento com o ME, para não deixar cair a ministra nem o governo. Por que é que os sindicatos não convocam agora uma greve geral nacional? Ou uma mobilização geral dos trabalhadores de todos os sectores? Não será a luta dos professores comum à dos restantes trabalhadores e cidadãos? Se o momento é de mobilização, por que não fazer já uma mobilização unida, contra as políticas preconizadas pela Agenda de Lisboa da UE, contra a forma como os Estados optam por salvar os que nas suas negociatas inconsequentes provocaram a crise em lugar de proteger os trabalhadores, cujo trabalho gera a riqueza das nações. Ou a riqueza já não precisa dos trabalhadores para ser gerada, bastando-lhe as operações obscuras executadas pelo capital financeiro onde não há trabalho, nem dinheiro, nem impostos, onde tudo é virtual ou falso, como num jogo de Monopólio.

sábado, novembro 29, 2008

sexta-feira, novembro 28, 2008

Nogueira Kung Fu

Image Hosted by ImageShack.us
Imagem Kaótica

Mário Nogueira hoje arrancou palmas dos mais descrentes. Pudera, veio dizer em plena manifestação o que os professores queriam ouvir: Suspensão imediata desta avaliação, menos que isso não é nada, desta vez sem entendimentos, disse ele - revisão do estatuto da carreira docente...
REVISÃO? E Para onde foi a exigência da REVOGAÇÃO dessa lei? Então agora as leis absurdas basta que sejam revistas e segue jogo? Ninguém notou a mudança? É que é diferente exigir que uma lei absurda seja reenviada para a Assembleia da República para ser legalmente revogada (anulada) ou deixar essa lei continuar a existir enquanto tal, fazendo-lhe apenas uns pequenos ajustes. Resta saber que acertos são esses, que propostas têm os sindicatos para essa "revisão"? O ECD é uma das peças mais importantes do puzzle, onde encaixa a avaliação, porque é nela que se funde a aberrante luta de classes que se trava hoje artifialmente dentro de uma classe única, a dos docentes. É ele que veio injustamente determinar quem passa a avaliador e quem passa a avaliado, estabelecendo quotas para os que progridem e para os que estagnam. É por ele que passa a pirâmide hierarquizada que de repente se pretende implementar nas escolas, levada a cabo pela avaliação do desempenho docente, entretanto suspensa. Mário Nogueira esgalhou bem o seu discurso, cada vez mais próximo da massa, mas ainda assim é possível detectar um recuo no ECD. Disposto a limitar os horizontes abertos para a revogação total da lei, eis que a bandeira sindical passa a ser a mera revisão.
Bem me parece que o Ministério está pronto a ceder à suspensão deste modelo de avaliação, em troca de uma qualquer alternativa mal enjorcada que permita contudo prosseguir o plano arquitectado que tem por base o ECD. Cede na avaliação, porque tanto lhe faz o modo como os professores são avaliados, desde que essa avaliação, seja ela qual for, permita a aplicação do ECD. Entretanto, agarrados à grande vitória obtida com a suspensão da avaliação e sua substituição este ano por um simplex auto-avaliativo, os sindicatos parecem prontos a ceder no essencial, refreando a revogação do ECD, convertendo-a numa mera revisão. Assim o papel dos deputados eleitos para a Assembleia da República, lugar por excelência onde estes deviam desempenhar a função de aprovar e revogar leis, é mais uma vez ultrapassado por acordos cozinhados entre ministérios e sindicatos, subvertendo-se assim as regras da Democracia representativa.

Debate-tertúlia: Para uma educação livre ou ministeriada? ( no Domingo, dia 30 de Nov., às 17h30 no bar-livraria Gato Vadio, no Porto)

Prometeu Agrilhoado

Prometeu agrilhoado é uma imagem terrífica e espantosa para permanecer solidamente à entrada de uma Universidade. Trata-se da escultura que supervisiona o campus da U. do Minho, mas poderia estar em qualquer outro centro de ensino.

Mensagem insidiosa? Metáfora escultural da velha palmatória? Bicada-Punição ministerial? O que pode pensar o aluno do (deste) sistema de educação? A escola e a universidade estão pensadas hoje em dia para que o aluno se liberte do pesadelo prometeico?

Os professores do ensino básico e secundário enfrentam actualmente não o pesadelo, mas a realidade política de uma mentalidade preocupada não com o ensino, os alunos, as escolas, os professores, mas com os números, as estatísticas, os índices, a produtividade. Esta visão mercantilista da educação dificilmente pode ter como finalidade estimular a criatividade, a independência, a capacidade crítica e o desenvolvimento global dos alunos. Fazer da escola um comércio passa por cima da possibilidade de imaginar sujeitos livres, cidadãos autónomos, conscientes socialmente e capazes de ver além do estreito funil de tornar cada aluno um mero grão na engrenagem de um sistema de produção em série.

Perante a política educativa das últimas décadas que argumentos temos à vista para refutar que, na sua essência, ela está orientada de tal modo que à medida que o aluno avança do básico à universidade ele passa a ser uma mera mercadoria?

E, suprema ironia deste sistema de educação, à vista estão os factos: quantos alunos que cumpriram o seu percurso escolar vieram parar à linha de caixas do Jumbo? Ao call-center da PT? Ao fato-de-treino da Ikea? Aos subúrbios de Londres ou ao aeroporto de Barcelona? Ou, simplesmente, ao desemprego com canudo. E quem poderá avaliar esta concepção ministerial falhada da Educação?

Além das reivindicações conjunturais e da luta unida dos professores contra as decisões do governo actual, não devemos – professores, alunos, pais, cidadãos – reflectir sobre a orientação geral do sistema educativo? Se os professores não querem uma ministra a vigiar e punir o seu desempenho quotidiano, pode um aluno continuar com um prometeu agrilhoado no seu imaginário?

Debate - Para uma educação livre ou ministeriada?
Domingo, 30 de Novembro, 17h30

Convidados:
António Magalhães (professor universitário/Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da U. do Porto)
António José Silva (professor do ensino secundário)

Café-Livraria-Bar Gato Vadio
Rua do Rosário 281
Porto

Nota: o texto é apenas um ponto de vista para estimular a reflexão e vincula apenas os Vadios…

http://gatovadiolivraria.blogspot.com/

in A Sinistra Ministra

quinta-feira, novembro 27, 2008

quarta-feira, novembro 26, 2008

Popota que a pariu

Image Hosted by ImageShack.us
in Braganza Mothers
ler texto Arrebenta

Motivo do insulto para ouvir aqui

CASO CASA PIA - In Memoriam ad eternum



Não percebo grego mas este video sobre o Caso Casa Pia, em grego, pode ser mais elucidativo do que muita da informação que nos vai chegando sobre este caso. Até porque os depoimentos são em português. Um caso que volta a estar quente, perto do seu desfecho, seria normal que aparecesse "ilustrado" por toda uma panóplia mediática de documentos que se encontram registados e que deliberadamente se ignoram. Como fazem quando morre alguma vedeta do antigamente. Neste caso, o que interessa é o esquecimento absoluto, quanto de menos as pessoas se lembrarem do que souberam, melhor. Assim se diluem os verdadeiros culpados noutros também culpados mas menos apoiados. O sistema é algo demasiado abstracto para os nossos objectivos - é preciso apontar o dedo aos verdadeiros culpados por permitir que um caso destes permaneça impune para tantos tarados aproveitadores que se deram bem. O depoimento das vítimas é ilucidativo: se uns iam em troca de dinheiro ou de coisas, outros foram mesmo obrigados e violados. Imagino a mente desses tarados, deviam ter preferências nesses meninos, talvez pelos ainda não corrompidos. Cada novo que chegava, uma vítima, primeiro experimentada por um e depois usada e abusada pelos outros que pagavam àquele. O Bibi devia ter um negócio de meninos, um proxeneta de rapazinhos, intermediário de cavalheiros bem postos na vida. Favores e cumplicidades, não é isto que ainda vemos por todo o lado, nos governos e nas grandes empresas, e agora entre uns e as outras? Numa ménage a trois com os bancos, e nós, meros voyeurs a ver o nosso futuro ainda mais adiado e empenhado. Enquanto os criminosos se safam. Temos ainda a dor de ver o povo a lamentar: o mundo é dos espertos, ... e quem se lixa é o mexilhão!
Repare-se que mesmo aqui nesta reportagem grega, o Bibi é o mais mau da fita, toda a história incide na sua pessoa, como se os outros fossem meros figuarantes. Aparecem alguns dos figurões: Paulo Pedroso, que já colocou o rabo fora da seringa e limpou o nome com uma indemnização, como se algum dinheiro do mundo pudesse apagar o seu triste passado. Onde param os filmes, as escutas, as fotos, os documentos que constituem prova? Em que tempo longínquo serão encontados e recuperados para que todo o lodo volte ao de cima?

terça-feira, novembro 25, 2008

"Eu sou só uma professora, não sou política"

Jacinta Moreira, vencedora do Prémio Nacional de Professores, recusou tomar um partido relativamente ao conflito entre o Ministério e os Sindicatos:


"Eu sou só uma professora, não sou política"

....

Para Maria de Lurdes Rodrigues, Jacinta Moreira é o rosto e o símbolo do que deve acontecer em todas as escolas e um exemplo para a classe.
Image Hosted by ImageShack.us
Para mim também. Conheço o estilo!
Aqui fica a minha homenagem aos como ela que por aí proliferam...
... como ervas daninhas
.

O ANALFABETO POLÍTICO

O pior analfabeto
É o analfabeto político,

Ele não ouve, não fala,

nem participa dos acontecimentos políticos.

Ele não sabe que o custo de vida,

o preço do feijão, do peixe, da farinha,

do aluguer, do sapato e do remédio

dependem das decisões políticas.

O analfabeto político
é tão burro
que se orgulha

e enche o peito

dizendo que odeia a política.

Não sabe o imbecil que,

da sua ignorância política

nasce a prostituta, o menor abandonado,

e o pior de todos os bandidos,

que é o político vigarista,
aldrabão, corrupto e o lacaio

das empresas nacionais e multinacionais.


(Berthold Brecht)

«Oviamente»

Image Hosted by ImageShack.us
Big Mouth Strikes Again

Este senhor que insiste em ser "a voz dos pais" mais uma vez veio com a sua postura de rato de sacristia, um autêntico jesuíta, apelar ao diálogo que, para ele, oviamente, passa pela cedência dos sindicatos à avaliação proposta pelo ministério. Proponho que os pais façam a sua parte e que para tal se munam da quantidade de ovos necessária (podres de preferência, que ele não merece mais do que isso!) e lhe façam uma recepção digna da ministra da educação.


segunda-feira, novembro 24, 2008

In Memoriam

“Neste processo não há entendimento possível com o ME. Não há solução intermédia entre suspensão e aplicação. Sem suspensão não há qualquer hipótese de negociação com o ME e toda a luta se manterá! A negociação de um novo modelo deve fazer-se no quadro da revisão do ECD e quanto a uma solução transitória para este ano, apenas para quem precise, tem por pressuposto obrigatório a suspensão da avaliação” Mário Nogueira, 23 de Novembro, 18 horas

Que vem a ser isso de "revisão do ECD" se o que os professores querem é a sua REVOGAÇÃO?
Que "novo modelo de avaliação" é esse que os professores não foram tidos nem achados?
Amanhã é que se vai ver a que ponto chega a negociação.
Já há quem tema um novo Entendimento!

domingo, novembro 23, 2008

Uma carta fora do baralho

Image Hosted by ImageShack.us

"POLÍTICA DE EDUCAÇÃO"

Nos últimos dias recebi SMSs de diversos colegas alertando para a presença do Jorge Pedreira, secretário de estado da educação, numa palestra a realizar em Setúbal, no dia 16 de Novembro às 17h. A palestra era subordinado ao tema "Política de Educação", foi promovida pela distrital do PS mas era aberto a não-militantes. Eu lá apareci, pensando que ia encontrar vários colegas da nossa escola, mas fui o único. No auditório da Estalagem do Sado, estávamos oitenta pessoas, o que corresponde a cerca de metade dos lugares. Esperava ver lá mais gente. Quase todos os presentes eram militantes do PS e percebi mais tarde, pelas intervenções, que cerca de metade dos presentes eram, também, professores. Eu, que sou apartidário e feroz crítico de quase tudo o que seja políticos e seus comportamentos, e nada habituado a estas lides, ali fiquei sentado ao lado de um colega de outra escola, na última fila.
Na mesa estava o secretário de estado, ladeado pelo ex-deputado, actual presidente da distrital do PS (e também pintor) Vítor Ramalho, e por um indivíduo que nunca falou e que desconheço. Na plateia reconheci de imediato o Humberto Daniel, ex-presidente da junta de freguesia de S. Sebastião, e o Paulo Pedroso, deputado do PS.
A palestra foi um misto de operação de charme e de apalpar o pulso aos militantes sobre o assunto em causa. O secretário de estado falou durante 50m, ininterruptamente e sem recurso a qualquer tópico escrito. Trazia, natural e obviamente, a lição mais do que sabida. Disse essencialmente disparates, mentiras e até ofendeu os professores. Aquelas coisas que estamos fartos de ouvir: os professores trabalham poucas horas, nunca foram avaliados, não querem ser avaliados, os sindicatos assinaram e agora não cumprem com o que assinaram, os professores eram uns privilegiados porque progrediam automaticamente nas carreiras, o excessivo abandono escolar, a falta de hierarquias, o premiar do mérito, etc., etc., etc.
Depois houve inscrições para expor opiniões. 27 pessoas se inscreveram, entre as quais eu, que falei mais ou menos a meio. Pensei que a generalidade dos militantes aproveitasse a ocasião para tecer elogios às virtudes do ECD e do seu modelo de avaliação, mas não foi isso que aconteceu. Começou por falar o militante Chocolate Contradanças (é esse o seu nome) que foi professor e se disse desgostoso por ver o estado de desmotivação em que a sua mulher está, ela ainda professora, e referiu que o PS iria perder a maioria absoluta devido a esta ME; foi aplaudido. O Humberto Daniel teve uma intervenção bombástica ao começar por dizer que "por muito menos o Correia e Campos foi para a rua"; foi aplaudido. Outros militantes se seguiram. O Paulo Pedroso teceu críticas ferozes, também preocupado com os resultados eleitorais. Disse "a Escola está agora pior" e, referindo-se a uma passagem do discurso do secretário de estado em que este dizia que os últimos dez anos foram uma barafunda (não me lembro se a palavra foi esta ou outra idêntica) nas escolas, Pedroso lembrou que "o PS esteve 7 desses 10 anos no governo"; foi muito aplaudido. Seguiram-se outras intervenções, de professores, alguns membros de conselhos executivos, ex-professores e militantes do PS, cada uma apontando aspectos diferentes das fraquezas deste modelo de avaliação, raramente se apontando virtudes.
Chegou a minha vez e quis partir mais alguma loiça, pois estava revoltado sobretudo com uma frase dita pelo secretário de estado e que não havia sido ainda comentada por ninguém. No final do seu discurso ele havia dito, referindo-se às negociações com os sindicatos, que não estava na disposição de ceder nem de renegociar. Coroou o seu raciocínio com o provérbio chinês "Quando se dá uma bolacha a um rato, a seguir ele quer um copo de leite." Assim, sem tirar nem pôr! Depois de me apresentar, esclareci que sabia o que era uma metáfora mas que não podia ficar indiferente à contextualização dada àquele provérbio, onde os professores eram comparados aos ratos, e salientei:
– Um professor pode até aceitar uma bolacha e pode até beber um copo de leite, mas também sabe desmontar uma ratoeira.

Tensão na sala, com muitos olhos em cima de mim, de pé, com o microfone na mão. Mas não fraquejei e achei que devia ser ainda mais contundente. Depois de referir as fraquezas deste modelo, a má-fé e as reais intenções que estão por trás dele disse:
– Isto é uma palhaçada!
Continuei dizendo que o ME está sempre a passar à opinião pública que os professores trabalham poucas horas e que têm muito tempo de férias. Lembrei que:
– Em relação às horas, não sei como chegam a essa conclusão, pois eu nunca trabalho menos de 40h por semana, e é frequente trabalhar bem mais. Quanto às férias e às paragens, como nos podem atirar isso à cara se nos limitamos a cumprir o calendário estipulado pelo ministério? Até parece que os professores andam a roubar alguma coisa a alguém.
Sabia que estava a pisar terrenos argilosos, mas arrisquei de novo:
– Isto é uma palhaçada!
Às tantas o Vítor Ramalho interveio e disse que não podia admitir esta linguagem, que se tratava de um encontro de militantes do PS onde as pessoas se respeitavam. Eu, que vejo na generalidade dos políticos pessoas que são tudo menos sérias, estive-me nas tintas para os seus pruridos. Perguntei-lhe se os não-militantes não podiam intervir. Ele disse que sim. Perguntei-lhe se me deixava continuar e concluir a minha opinião. Disse de novo que sim, e eu continuei. Para concluir lembrei-me de uma série de ataques que o secretário de estado fez aos professores e às suas formações. A esses ataques respondi:
– Todos os professores têm formação média, superior ou equiparada, alguns têm mestrado, outros têm doutoramento. Fizeram profissionalização dentro dos moldes estipulados superiormente. Fazem acções de formação e actualização com regularidade. Como nos podem atirar também isso à cara? Lembro que mais de 90% dos professores têm habilitações académicas superiores às do primeiro-ministro.
– Aí é que foram elas! Não se podia falar mal do ai-jesus de todos eles, ali. Pateadas da mesa e de muitos dos presentes na plateia. Ainda perguntei, por duas vezes:
– Estou a dizer alguma mentira?
Ninguém me disse que não. Sentei-me; ninguém bateu palmas. Ouvi atentamente as intervenções seguintes. Um psicólogo referiu que a ministra tem, à partida, qualquer coisa contra os professores, e que isso é notório nas suas intervenções. O último a falar foi um colega que referiu conhecer como funcionam as coisas noutros países da Europa, onde esteve várias vezes em trabalho, e de não saber de nenhum onde os professores sejam divididos em duas carreiras. Questionava ele a que país, afinal, tinha ido o ME inspirar-se.
Para terminar, foi dada a palavra ao secretário de estado, que voltou a falar das virtudes deste modelo de avaliação e da importância de o levar à prática. Foi um discurso circular, onde muito pouco se reflectiram as preocupações colocadas pela plateia.
Foi assim a minha aventura de quatro horas numa palestra promovida pelo partido que suporta o governo que está a destruir o ensino público no nosso país.

António Galrinho

Recapitulando...

Image Hosted by ImageShack.us

CONTRA-REFORMAS DO GOVERNO NA EDUCAÇÃO

- Fecho de 3000 escolas do 1º ciclo, sob pretexto de que têm «poucos» alunos. Alunos de tenra idade obrigados a fazerem longos trajectos diários, para «centros educativos» apinhados, com a presença de alunos mais velhos... as aldeias ficam despovoadas, acelera-se abandono do interior rural.
- Fecho de escolas situadas em zonas nobres das grandes cidades. Entrega do património edificado a empresa «pública», primeiro passo para que um futuro governo entregue esses edifícios públicos aos privados. Entretanto, estudantes do ensino secundário de Lisboa e do Porto apinham-se nas escolas secundárias, com instalações vetustas. Escolas de todos os níveis carecem de reparações estruturais urgentes.
- Após mais de um ano de simulacro de negociação com as organizações sindicais de docentes, o governo promulga um Estatuto de Carreira Docente (o «ECD do ME»), que merece o repúdio de toda a profissão, não havendo um único sindicato - entre 13 da Plataforma de Sindicatos Docentes - que tenha aceite assinar acordo com o governo... Actualmente os problemas que se vivem no sector têm origem no referido «ECD do ME».
- Multiplicação de gastos sumptuários com quadros interactivos, provavelmente um excelente negócio para certas empresas que terão obtido contrato com o governo, num contexto em que faltam muitos equipamentos essenciais (não existem em muitas escolas laboratórios para as ciências, cantinas, salas de alunos, pavilhões desportivos, etc.).
- Manutenção de dezenas de milhares de funcionárias auxiliares «a contrato», sendo absolutamente indispensáveis ao funcionamento das escolas.
- Entrega de mais e mais competências às autarquias, nos graus de ensino básico. Tentativa de municipalização completa do ensino.
- Promulgação de lei de Gestão anti-democrática, onde os cargos pedagógicos são todos por nomeação das chefias. Alguém - o director - será uma espécie de «vice-rei», sem haver qualquer controlo democrático sobre a sua gestão. Poderão vir a ser «comissários políticos» ao serviço do ministério e/ou autarquia, poderão ser escolha totalmente contrária aos trabalhadores docentes e não docentes de uma escola ou agrupamento.
- Estatuto do Aluno aberrante, absurdo em muitos pontos, sendo a questão das faltas apenas um deles. O remendo encontrado à pressa, face à contestação estudantil que ameaçava alastrar, é de legalidade duvidosa.
- Utilização de dinheiro público para sustentação da direcção de uma estrutura que se afirma A representante dos pais e encarregados de educação (... que na imensa maioria não delegaram nessa estrutura qualquer mandato representativo!!). Esta estrutura fala sempre a favor da política ministerial.
- Criação de um «conselho de Reitores», chamado conselho de escolas, constituído pelos PCEs que o ME muito bem entendeu nomear. Ainda assim, maioritariamente, veio aconselhar a Ministra a suspender a avaliação de desempenho docente.
- Desestabilização do quadro de concursos, com proposta totalmente inaceitável. Segundo uma das normas propostas para tais concursos, os professores de quadro de zona, são obrigados a concorrer para extensões de território enormes.
- Ameaça de acabar com os «quadros de escola», os únicos que conferem estabilidade verdadeira na profissão docente. Sua substituição por «quadros de agrupamento».
- A não resolução da situação de milhares de professores sem vínculo seguro, precários, que têm dado o seu contributo ano após ano, mostrando que são indispensáveis ao próprio sistema: em vias de ser excluídos, sem nunca o ME ter cumprido as promessas de integração nos quadros.
- Exame de entrada na profissão docente retrógrado e anacrónico, pois as escolas que dão formação específica para a docência são todas certificadas pelo ME. Se estas escolas são competentes, porque motivo os seus diplomados são sujeitos a exame? Se não o são, como é que foram autorizadas a leccionar e a passar diplomas?
- Desautorização dos docentes através de actos e palavras de «guerra», etc. com correlativo aumento das dificuldades no quotidiano das escolas (agressões a docentes e funcionários, por alunos e encarregados de educação).
- Incapacidade manifesta na resolução de problemas práticos, como a vigilância nas escolas. Apenas pensam introduzir sistemas de vigilância caríssimos e totalmente ineficazes contra roubo e vandalismo.
- Manutenção dos desequilíbrios entre escolas, causados por bolsas de pobreza em torno das grandes cidades. Ausência de políticas sociais de integração. Atribuição de culpas do fracasso/ausência das políticas sociais aos docentes.
- Retirada de apoios pedagógicos acrescidos a muitos alunos com atrasos ligeiros ou dificuldades diversas.
- Introdução forçada de crianças com handicaps profundos, sem condições, pretextando hipocritamente «política de inclusão». Na realidade, para poupar em escolas e apoio clínico especializado às crianças com esses problemas. As escolas são «competentes» para gerir a situação.
- Uma campanha de distribuição de computadores portáteis - a preço subsidiado - para docentes e alunos, no início do ano lectivo anterior (2007/2008), seguida da «campanha do Magalhães» em 2008/2009, ano pré-eleitoral. Ambas são meras estratégias de marketing político e portanto abuso de poder clarao por parte dos governantes.
- O primeiro-ministro afirmou e repetiu muitas vezes a MENTIRA de que «agora, sim, os profs vão ser avaliados»... quando sabia muito bem tal ser falso: os profs foram sempre avaliados... pelos instrumentos de avaliação legislados pelo próprio ME e governo !!!
- A maior sangria de docentes de sempre: docentes no cume da carreira, que optam pela reforma antecipada para não terem de se sujeitar a tratamento humilhante, mesmo com penalizações importantes no montante das pensões de reforma. Estes docentes têm elevada competência para exercer a profissão e fazem muita falta ao sistema, porque têm experiência e sabedoria.

... mais haveria a dizer sobre a catástrofe em que este governo transformou um sector já com imensos problemas e mal tratado pelos anteriores governos.


in LUTA SOCIAL

quarta-feira, novembro 19, 2008

Marcha dos Espíritos Livres



by al.margarida.az

Avaliação Online, Avaliação Simplex (Vai lá, vai!)

Image Hosted by ImageShack.us


Exmo(a) Sr(a). Professor.

Com o objectivo de apoiar as escolas na implementação do processo de Avaliação do Desempenho dos docentes, a Direcção-Geral dos Recursos Humanos da Educação disponibiliza a presente aplicação informática a qual irá sendo preenchida à medida que os agrupamentos e escolas não agrupadas vão estruturando o processo.

Nesta fase está já disponível a possibilidade de cada docente apresentar os seus objectivos. Uma vez submetidos e tendo em conta o calendário definido em cada Agrupamento/escola, o avaliador do órgão de administração e gestão acede aos mesmos para efeito de validação.

A aplicação está disponível no seguinte endereço: https://concurso.dgrhe.min.edu.pt/DefinicaoObjectivos2008.
Qualquer dúvida de funcionamento deverá ser colocada ao órgão de gestão, o qual terá apoio através do seguinte endereço:
https://concurso.dgrhe.min-edu.pt/PerguntaResposta2

DGRHE

***************************************************************

ATENÇÃO - A LEI ESTÁ DO NOSSO LADO


Óbvio que este tipo de função deveria estar a cargo da supervisão do CCAP, mas a partir do despacho dos ovos, já estou por tudo.
E como se vê, é tudo em prol da autonomia das escolas.
Para além disso contraria frontalmente o que está no DR 2/2008. Sem diploma legal que cubra esta invenção, penso que ninguém será obrigado a aceder a ela e entregar os seus Objectivos Individuais desta forma." – Paulo Guinote

http://educar.wordpress.com/2008/11/18/qual-dia-27-foi-ja-hoje/#comments

Maria Lisboa Diz: ?Novembro 18, 2008 at 12:49 am

Ilegalidades deles, são como tordos a cair!
Como de costume esta gentinha não sabe as leis com que se cose! São propostas de ilegalidade, em cima de propostas de ilegalidade!!!!
A lei diz tudo! Ninguém me pode obrigar a divulgar um qualquer documento sobre a minha avaliação, mesmo que me garantam sigilo! O sigilo é só entre mim e o avaliador! Não entre mim e o pessoal da DGRHE!

Decreto-Lei nº 15/2007, de 19 de Janeiro?Artigo 6.º?Instrumentos de registo?3 — Sem prejuízo da existência de cópias na posse dos avaliadores ou em arquivos de segurança, os originais dos instrumentos de registo são arquivados, logo que preenchidos, no processo individual do docente, tendo este livre acesso aos mesmos.

Artigo 49º?Garantias do processo de avaliação do desempenho?1—Sem prejuízo das regras de publicidade previstas no presente Estatuto, o processo de avaliação 512 Diário da República, 1.a série—N.o 14—19 de Janeiro de 2007 tem carácter confidencial, devendo os instrumentos de avaliação de cada docente ser arquivados no respectivo processo individual.?2—Todos os intervenientes no processo, à excepção do avaliado, ficam obrigados ao dever de sigilo sobre a matéria.

Para além disto, quer o artº Artigo 3º Princípios orientadores, quer o Artº40º?Caracterização e objectivos da avaliação do desempenho referem que:?1 — A avaliação do desempenho do pessoal docente desenvolve-se de acordo com os princípios consagrados no artigo 39.o da Lei de Bases do Sistema Educativo e no respeito pelos princípios e objectivos que enformam o sistema integrado de avaliação do desempenho da Administração Pública, incidindo sobre a actividade desenvolvida e tendo em conta as qualificações profissionais, pedagógicas e científicas do docente.?E que diz o SIADAP sobre o assunto?

A bota a bater com a perdigota! (ou fora de cena quem não é de cena)

Image Hosted by ImageShack.us


Dissidências: Defendida remoção de MLR em reunião do PS

Lisboa, 18 Nov (Lusa) - O dirigente socialista, Augusto Santos Silva, afirmou hoje que "a avaliação de professores é para fazer" e que a "obrigação" do Governo passa por "apoiar as escolas" para que estas a façam nas melhores condições.

"Só há uma maneira de nós corrigirmos ou melhorarmos aquilo que houver que melhorar, é fazer a avaliação de professores", afirmou o também ministro dos Assuntos Parlamentares, no fim de uma reunião da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, com os militantes socialistas.

Augusto Santos Silva acrescentou ainda que se a avaliação não for feita, "nunca conseguiremos perceber as suas potencialidades e também quais são os pontos em que pode ser melhorada".

A reunião que durou até à madrugada de hoje, faz parte das audições regulares dos governantes pelos militantes socialistas.

O presidente da Pró-Ordem dos Professores, Filipe do Paulo, afirmou ter sido impedido de concluir uma intervenção quando pretendia pedir a demissão de Maria de Lurdes Rodrigues.

"Aquilo que me transmitem é que esta situação só se desbloqueará com a mudança de actores no Ministério da Educação", afirmou Filipe do Paulo, acrescentando ter-se sentido "bastante condicionado" por não lhe terem permitido concluir a intervenção em que pretendia demonstrar "que a política educativa que tem sido seguida, de afrontamento a toda uma classe profissional, falha por ter falta de bom senso".

"Se este modelo de avaliação tinha boas intenções, ele acaba por falhar redondadamente porque cada vez se está a revelar mais inexequível", concluiu.

NM.

Lusa/Fim


***********************************************************************


O ALVO PRINCIPAL DOS PROFESSORES DEVE SER SÓCRATES, pois a ministra da Educação é um "verbo de encher"!

Ora aqui vai uma previsão, para quem consta de sociologia (ou politologia):

A demissão da ministra da Educação é inevitável. Sócrates usou-a para concentrar nela a contestação. Os professores, embalados no canto sindical e na sua própria escolha eleitoral prévia, evitaram atingir o primeiro-ministro. Agora, o trabalho de adesão da inveja reforma está feito e a ministra tem de ser despedida para Sócrates, após autoria, confessar... inocência. A ministra será demitida por Sócrates após o acordo possível com os professores e bem antes das eleições europeias.

Aliás, a demissão da ministra não é apenas uma convicção política minha, baseada no interesse eleitoral de Sócrates: é a própria ministra que se expõe, por deslumbramento e incapacidade de consumo diferido, de quem teve origem muito humilde, na compra de um apartamento, conforme referido pelo 24Horas de 3-11-2008, ecoando notícias que circulavam já pelos blogues. Segundo o 24 Horas de 3-11-2008 (a fonte neste caso), a ministra vive num apartamento da Azinhaga das Carmelitas em Carnide, e na sua idade (52 anos) terá, há pouco tempo, alegadamente comprado um apartamento de cobertura com 160 m2 por 500 mil euros na luxuosa Avenida de Roma em Lisboa, através de uma hipoteca de 883.690 euros que se presumem também para as obras em curso no apartamento ("uma remodelação arquitectónica profunda") a cargo da empresa Tanagra. Faça o leitor a simnulação do encargo e verifique se, sem rendimentos extraordinários, lhe parecem suportáveis as prestações mensais do alegado empréstimo de 883 mil euros (aos 52 anos...) com o salário de ministra (temporário...) ou de professora universitária, mais do companheiro também professor universitário e com idade próxima. Pode a ministra prever a sua contratação por instituição do sector (por exemplo, um grupo económico, como o GPS), mas não se me afigura razoável no período após a função de ministra. Não... a hipótese mais provável é a seguinte: Sócrates já explicou à ministra que ela tem de sair, mas ofereceu-lhe um lugar manifestamente elegível na lista do PS ao Parlamento Europeu, o qual lhe garante, pelo menos, cinco anos de receita principesca, com eventual renovação do mandato (e depois pensão) - e pode até levar o companheiro para assistente. Como as eleições para o Parlamento Europeu são em Junho, e entretanto terá de participar na campanha, Maria de Lurdes Rodrigues será demitida de ministra da Educação até Abril de 2009 - faltam-lhe 5 meses, no máximo, pois pode sair a qualquer momento... Tem, portanto, a ministra a demissão anunciada. Logo, é desnecessário bater em cadáveres políticos: Sócrates deve ser o alvo da luta dos professores.

E a demissão de Sócrates deve começar a ser pedida já!

--
Ludo Rex
"O que importa é transformar o mundo - A Blogosfera é o nosso meio!"
O que faz falta é avisar a malta...O que faz falta é acordar a malta...O que faz falta...
Momentos & Documentos [http://momentosydocumentos.wordpress.com/]



Blog Widget by LinkWithin