domingo, dezembro 31, 2006

Desejos de um FUNtástico 2007!!!

Então, meus amigos, meus heróis da blogosfera,
já está tudo ensaiando os passos de dança
para receber com alegria o Novo Ano 2007?Ou vão ficar feitos sapos a remoer nas tristezas do 2006
e em casa a bater panelas como eu?
Desejo que o Ano de 2007
vos traga momentos de felicidade
passados em boa companhia

e todas as realizações
que vocês tanto merecem!

Isto, apesar de parecer um cliché
Acreditem que é do fundo do coração!!!


sábado, dezembro 30, 2006

SOS Animais de Estimação

Socorro a minha gata está com o cio já desde o Natal!
Alguém sabe como resolver um problema destes sem meter um gato ao barulho? Ou pelo menos alguém sabe quanto costuma durar um pesadelo destes? MIIIIIIIIIIAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAUUUUUUU!!!

sexta-feira, dezembro 29, 2006

Genial

Os génios são aqueles que dizem muito antes o que se dirá muito depois

Autor: Serna , R. in citador

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Kaos - A fama que vem de longe!

Este Natal trouxe-me mais uma alegria: Finalmente o Kaos foi reconhecido pela imprensa escrita (se bem que por um pasquim de qualidade duvidosa!). O blog do Kaos no Sol foi nomeado "blog da semana". Há tanto tempo que eu digo que parece impossível que os jornais, quando se referem à blogosfera, só refiram blogs de políticos e jornalistas conhecidos (deles) e nem uma palavra sobre o Kaos. Realmente já era tapar demasiadamente o sol com a peneira e, o tal pasquim, mais que não fosse para fazer jus ao nome (Sol) e para se mostrar bem mais brilhante do que realmente a gente sabe que ele é, resolveu quebrar o gêlo e dar a conhecer este excelente blog ao público. Parabéns ao Kaos que bem merece ser divulgado e conhecido como um dos melhores da blogosfera portuguesa! Um abraço muito especial para ele!

segunda-feira, dezembro 25, 2006

Reflexões tardias sobre o Natal

Não sou cristã por isso o Natal para mim não tem o mesmo significado que para os que o são. Para mim o Natal é uma tradição familiar, uma altura que as pessoas da família procuram passar juntas. Por isso eu larguei tudo para ficar com elas.
O Natal é, como qualquer aniversário, a celebração do nascimento. Cristo tornou-se numa figura digna de ser celebrada ao longo de mais de 2 000 anos pela cristandade, pelo mito que a instituição religiosa engendrou em torno desse homem que santificou. Mas para mim ele é digno de ser celebrado por ter sido humano, um rei sem trono, representante de uma minoria humilhada por um poderoso Império. Ele, como tantos outros resistentes ao longo da história da Humanidade, ousou correr a pontapé os vendilhões do templo e acabou traído e crucificado, abandonado à sua sorte pelo próprio povo que o preteriu em lugar de Barrabás. Se deu a outra face ou morreu para dar um exemplo aos homens, foi porque acreditou nos homens e num Deus que ele próprio idealizou e que afinal o deixou morrer na cruz às mãos dos impiedosos, donde as suas palavras: "Pai, porquê eu?"
Enquanto criança, o Natal era a magia das luzes, da árvore enfeitada, da família reunida, das guloseimas, da espera ansiosa pela abertura das prendas, dos brinquedos e dos sorrisos de todos. Hoje a festa continua a ser para elas. Para as mães o Natal é fazer comida, lavar continuamente loiça e voltar a pôr a mesa, trabalho exaustivo compensado pela alegria das crianças.
Missão cumprida, agora posso voltar aqui para pedir a todos desculpas por ter estado tão ausente. Voltar aqui para finalmente vos desejar a todos umas boas festas, muita paz, saúde e que esta quadra seja passada em boa companhia.
A todos os visitantes deste blog e a todos os amigos do círculo aqui fica o meu mais sincero voto de BOAS FESTAS!

quarta-feira, dezembro 20, 2006

You follow the leader



Harmlessly passing your time in the grassland away;
Only dimly aware of a certain unease in the air.
You better watch out,
There may be dogs about
I've looked over Jordan, and I have seen
Things are not what they seem.

What do you get for pretending the danger's not real.
Meek and obedient you follow the leader
Down well trodden corridors into the valley of steel.
What a surprise!
A look of terminal shock in your eyes.
Now things are really what they seem.
No, this is no bad dream.

The Lord is my shepherd, I shall not want
He makes me down to lie
Through pastures green He leadeth me the silent waters by.
With bright knives He releaseth my soul.
He maketh me to hang on hooks in high places.
He converteth me to lamb cutlets
For lo, He hath great power, and great hunger.
When cometh the day we lowly ones,
Through quiet reflection, and great dedication
Master the art of karate,
Lo, we shall rise up,
And then we'll make the bugger's eyes water.

Bleating and babbling I fell on his neck with a scream.
Wave upon wave of demented avengers
March cheerfully out of obscurity into the dream.

Have you heard the news?
The dogs are dead!
You better stay home
And do as you're told.
Get out of the road if you want to grow old.

Animals
Produced by Pink Floyd
Released January 23, 1977
Recorded at Britannia Row Studios April through November 1976 Sleeve Design by Roger Waters Photography by Aubrey Powell, Peter Christopherson, Howard Bartrop, Nic Tucker, Bob Ellis, Rob Brimson, Colin Jones Inflatable Pig designed by E.R.G. Amsterdam

Virus "Invitation" - Falso Alarme

Com a preciosa ajuda do Rui Martins, no Quintus, venho desmentir o aviso que me foi enviado por mail e que, julgando que era verdadeiro, divulguei neste blog. A todos quantos deram seguimento a este aviso, as minhas sinceras desculpas.

terça-feira, dezembro 19, 2006

É bom ter amigos famosos!

Outsider

Vale a pena ler uma entrevista a um blogger amigo
aqui!

tlebs....não! Assina a petição On line!

Para impedirem que se concretize mais uma idiotice, para impedirem mais uma experiência, para impedirem que incompetentes continuem a reinar no ministério da educação, assinem a petição contra a tlebs,

aqui.

Se quiserem confirmar que a corja não sabe o que anda a fazer vão ver aqui, e aqui.

Atenção: Aviso de virus informático destrutivo

Atenção!
Fiquem atentos nos próximos dias!
Não abram nenhuma mensagem com um arquivo chamado "invitation", independente de quem a enviou.
É um vírus que "abre" um tocha olímpica que "queima" todo o Disco rígido do computador.
Este vírus virá de uma pessoa conhecida que tem seu nome em sua lista de endereços, por isso você deve enviar esta mensagem a todos os seus contatos.
É preferível receber 25 vezes esta mensagem, do que receber o vírus e abri-lo.
Se receber a mensagem chamada "Invitation" não a abra e apague-a do seu computador imediatamente!
É o pior vírus Anunciado pela CNN e classificado pela Microsoft como o mais destrutivo que já existiu .
Ele foi descoberto ontem à tarde pela McKafee e não existe Anti-vírus para ele.
O vírus destrói o Setor Zero do Disco Rígido, onde as informações vitais do seu funcionamento são guardadas.

DIVULGUE ESTE AVISO A TODOS QUE VOCÊ CONHECE

segunda-feira, dezembro 18, 2006

A quadra de todos os peditórios

«Todos charlatães» - proclamava o budista em dia de peditório

Quando se fechar o círculo
sentir-te-ás agradecido por ali estar
Recolher-te-ás à Índia mãe de todos os budistas
Ciente de que cumpriste a tua missão
Deixarás as obras que ajudaste a erguer
E outros seguirão o teu percurso
Que afinal só a eles já pertence
Passaste o teu ensinamento
A outros que o prosseguirão
Dando seguimento bancário
A todos os cartões de crédito
Aliviadas as almas presas por um fio
Como outras que também ajudaste
Corpos leprosos tuberculosos
Corpos acometidos de doenças terminais
Tudo vos pagarão para partir mais leves
Envoltos nos persistentes odores do incenso
Entorpecidos no seu último espasmo
Em sonolências dormentes
De ervas inócuas
Pegarás então uma última vez
Na moldável substância
Que representa a tua alma
E a tua mão estará fechada
Num último gesto de posse
Querendo guardar para si
O que julga ainda lhe restar

Libertaste os outros
Mas não te libertaste

Nesse peditório o pessoal já deu!


Qual é a tua, ó meu?
(letra de Manuela de Freitas e José Mário Branco)

(Refrão)
Qual é a tua, ó meu?
Andares a dizer "quem manda aqui sou eu"?
Qual é a tua, ó meu?
Nesse peditório o pessoal já deu.

Com trinta por uma linha
Esburacaste a Liberdade
E a Alegria
É só puxar a Pontinha
Cai o Carmo e a Trindade
No mesmo dia

Com tanta Ladra no mundo
O teu Rato andava à caça
de Sapadores
Quanto mais a dor Dafundo
Menos a gente acha Graça
Aos ditadores

(Refrão)

O Intendente semeou
O Desterro e o Calvário
Sem nenhum dó
Mas Santa Justa acordou
Porque a Voz do Operário
Não Fala-Só

Pedes Ajuda e Mercês
Mas só Palhavã vais pondo
No nosso prato
Engarrafa-se o Marquês
E cai o Conde Redondo
Mais o Beato

(Refrão)

Sem Socorro, ardeu-te a tenda
E tu ficas Entrecampos
A ver se escapas
Mas como não tens Emenda
Vais com Baixa de sarampo
Para a Buraca

Não é possível meter
Águas Livres numa Bica,
Como tu queres
Quem pensa assim, podes crer,
Campo Grande onde Benfica
É nos Prazeres

(Refrão)

domingo, dezembro 17, 2006

Lançamento de livro de poesia

Foi ontem lançado o novo livro de poesia Murmúrios Ventos de Jorge Casimiro com a chancela Pássaro de Fogo (passaro.fogo@netcabo.pt). Recomendo a todos aqueles que amam poesia o conhecimento e a leitura deste autor.

De um outro livro, para aguçar o apetite...

PROCURA

procuro o teu olhar 
  redondo
na fresta estreita
  do meu corpo
janela-abrigo no limite da insónia

varro o espaço vazio
da escuridão nocturna
noctívago voo
na vã decisão de seguir-te
do parapeito ao divã
do divã
  ao centro do mundo
   obscuro
desta cegueira de não ver-te

seguro-te talismã
sonho-te amor
neste desastre de ser
   invisível
neste pesadelo de soletrar-me 
   real 
tão improvavelmente real
que me escapo por entre os dedos
de quem me queira
   guardar
 espólio
 relíquia
 tempo passado
                  adiante
 página em branco
   por descuido
   ou improviso 
como um poema desinspirado
que se força ao papel
só pela violência de alinhar palavras
ordenar sílabas
  sem sentido
que não seja este bruto impulso de escrever
como quem de tinta faz sons
por não suportar o silêncio 
   de estar aqui
tão derramadamente só

sem saber
se o que procuro
é ainda
            o teu olhar
 
     
Jorge Casimiro

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Trotsky and the arts: Sculptures, portraits, caricatures,etc

Trotsky in arts

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Vi tanta mentira andar à solta...

«A política do comunismo só pode ganhar ao expor, com toda a clareza, a verdade. A mentira pode servir para salvar as falsas autoridades, mas não para educar as massas. O que os operários necessitam como instrumento de acção revolucionária é a verdade. (...) Já se abusou muito desta palavra (VERDADE), como aliás de todas as outras. Porém é um nome bom e honesto. A verdade é sempre revolucionária. Expor aos oprimidos a verdade sobre a situação é abrir-lhes o caminho da revolução.» [Leon Trotsky]

Coisas começadas noutra mão

António Pimentel

Eu Vim de Longe [José Mário Branco]

Quando o avião aqui chegou
Quando o mês de maio começou
Eu olhei para ti
Então entendi
Foi um sonho mau que já passou

Foi um mau bocado que acabou

Tinha esta viola numa mão
Uma flor vermelha n´outra mão
Tinha um grande amor
Marcado pela dor
E quando a fronteira me abraçou

Foi esta bagagem que encontrou

Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei p´ra aqui chegar
Eu vou p´ra longe
P´ra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos p´ra nos dar

E então olhei à minha volta
Vi tanta esperança andar à solta
Que não hesitei
E os hinos cantei
Foram feitos do meu coração
Feitos de alegria e de paixão
Quando a nossa festa se estragou
E o mês de Novembro se vingou
Eu olhei p´ra ti
E então entendi
Foi um sonho lindo que acabou
Houve aqui alguém que se enganou

Tinha esta viola numa mão
Coisas começadas noutra mão
Tinha um grande amor
Marcado pela dor
E quando a espingarda se virou
Foi p´ra esta força que apontou

Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei p´ra aqui chegar
Eu vou p´ra longe
P´ra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos p´ra nos dar

A Possibilidade da Utopia

Uma utopia é uma possibilidade que pode efectivar-se no momento em que forem removidas as circunstâncias provisórias que obstam à sua realização.

Robert Musil
(in introdução à obra Utopia de Thomas More)

Pedaço de asno

Alguém viu hoje nas Bestas Quadradas do Círculo
um pedaço de asno a zurrar
contra o facto de qualquer pessoa poder escrever livros?

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Petição pela acessibilidade electrónica portuguesa

Foi lançada, no dia 3 de Dezembro, uma petição electrónica à assembleia
da república, a qual tem como objectivo que a Internet, o software, o
Multibanco, a televisão, as comunicações móveis e máquinas de venda de
produtos e serviços, sejam acessíveis a pessoas deficientes e idosas,
cerca de 20% da população portuguesa.

Assine a
petição pela acessibilidade electrónica portuguesa!

terça-feira, dezembro 12, 2006

Não somos ninguém!

Edvard Munch - Manhã

[Fernando Pessoa]

Manhã dos outros! Ó sol que dás confiança
Só a quem já confia!
É só à dormente, e não à morta, sperança
Que acorda o teu dia.

A quem sonha de dia e sonha de noite, sabendo
Todo o sonho vão,
Mas sonha sempre, só para sentir-se vivendo
E a ter coração.

A esses raias sem o dia que trazes, ou somente
Como alguém que vem
Pela rua, invisível ao nosso olhar consciente,
Por não ser-nos ninguém.

(Athena, nº 3, Dezembro de 1924)

domingo, dezembro 10, 2006

Desafio 5ª. Edição: «Teia de Cristal»

Faltavam somente quinze dias para o Natal. Aquele seria sem sombra de dúvidas o Natal mais importante da sua vida. Ele ia chegar e finalmente iam estar cara a cara depois de tantas noites em que ambos se encontravam nos blogs. Não havia dia nenhum em que não se visitassem trocando comentários. Parecia que se conheciam desde sempre e no entanto agora vinha-lhe uma espécie de ansiedade, uma excitação expectante por ver o seu rosto, por saber que faltava pouco mais de uma semana para ouvir o som da sua voz, olhar a cor dos seus olhos, que afinal não sabia qual era. Trocavam sobretudo impressões sobre o que cada um postava, quase sempre poemas ou imagens que os iam revelando. Parecia-lhe terem tanto em comum.
Era chegado o dia de fazer a árvore de Natal. Tinha comprado novos enfeites meticulosamente escolhidos para o pinheiro natural. Não, este Natal nada podia ser artificial, tudo tinha que ser feito com muito bom gosto pois ele parecia-lhe ser uma pessoa de gostos requintados. Nada podia ser deixado ao acaso.

Colocou a árvore num belo pote de rica faiança adquirido propositadamente para o efeito. Abriu as caixas dos enfeites: belas bolas vermelhas de vários tamanhos espelhavam anjos papudos de uma brancura imaculada, fitas bordadas de oiro para ornar as extremidades com laços, brilhantes figuras em miniatura reproduziam as mais altas personagens do presépio, um luzeiro de candeias a acender e a apagar que lhe tinha custado tão caro. Sim, este Natal não tinha olhado a gastos: nada made in China, nada de plástico, tudo comprado nas mais caras lojas de decoração, nos melhores materiais: vidro e metal, sedas e rendas, brilhos e dourados.

Estava pronta, agora só faltava a estrela que os reis magos seguiram para encontrar o caminho que os levaria onde se dera o milagre. Também ela queria que ali na sua casa, repleta agora de luz, brilho e cor, se desse o milagre. Aquele homem era o seu destino, tudo levava a crer.

No dia da chegada ela própria se decorou meticulosamente dando atenção a cada pormenor do seu visual. Afinal não podia ficar atrás das belas divas que ele tinha por hábito colocar no seu blog, sofisticadas ladies que lhe faziam sentir um certo despeito que sempre dissimulava gabando a qualidade das imagens que escolhia. Aquele homem devia apreciar uma mulher que não descurasse dos mais pequenos pormenores. Ela tinha que estar à sua altura. Comprou vestidos nas mais caras boutiques, estonteantes langeries, vários pares de sapatos da melhor qualidade. Foi a um salão de beleza fazer todo o tipo de tratamentos, pintou o cabelo, deixou que lhe fizessem um corte ultra-moderno. Por fim, quando se olhou no espelho mal se reconheceu, era outra mulher. Estava pronta para o encontro.

Chegou cedo ao aeroporto, levando consigo o cartão identificador com o nome do seu blog, conforme o combinado.

O avião aterrou. Uma agitação interior percorreu todo o seu ser. Qual iria ser o cumprimento inicial? Compôs a maquilhagem não exagerando no blush com medo de corar naturalmente ao vê-lo dirigir-se a si. Como seria ele? Como seria?

Começaram a sair todo o tipo de passageiros. Os seus olhos ávidos percorriam os homens mais elegantes, à sua procura. Na mão levantada e ligeiramente trémula o cartão exibia
www.teiadecristal.blog.com
Subitamente um homem demasiado novo surgiu caminhando despreocupadamente na sua direcção. Vinha descuidado, barba por fazer, sem malas, só um saco desportivo ao ombro e a mala do portátil. Sorria despretenciosamente para ela. Incrédula, foi mirando-o de alto abaixo, à medida que se aproximava num passo flexível, ténis e calças de ganga bastante coçadas, blusão descontraído. Parou à sua frente e disse-lhe numa voz que lhe soou inesperadamente irónica: “És mesmo tu?” Inclinou-se para a cumprimentar com dois beijos triviais nas faces. Mesmo do alto dos seus saltos teve dificuldades em lhe chegar a cara. Os seus olhos tinham uma cor indefinida e pareceram-lhe risonhos pela situação.
Começaram a caminhar lado a lado. Tantas coisas que ela tinha encenado para lhe dizer e agora estava ali vazia, sem saber o que pensar. Passaram pela árvore de Natal do Aeroporto. Era um belo pinheiro natural, maior do que o dela, e estava decorado com grandes bolas douradas e enormes laços vermelhos e verdes. Ele olhou-o franzindo o sobrolho e desabafou: “Já viste? O Natal fez mais uma vítima. Que crime fazerem isto à árvore! Todos os anos é a mesma coisa! E os dourados? E os laçarotes? Uma árvore assim decorada perde toda a sua dignidade! Sabes, detesto novos-riquismos, e tu?”

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Este conto participa na 5ª edição dos desafios de criação, cujo ponto de partida é o Natal. Os participantes, que se comprometeram publicar em simultâneo às 21horas de Portugal e às 17 horas do Brasil hoje, são:

Bill - Realidade Torta
Clarissa - Instantes Clarissa
Conteúdo Latente - Conteúdo Manifesto
Ipslon - Tetros
Isa - Piano
Maite - A quilómetros de mim
Parrot - Incomplete
Pedro Pinto - Sexta Feira-Thales
PiresF - A Rua dos Contos
Raquel - (…)
Rui Semblano - A Sombra
Vanessa - Voz Calada

Convidados a participarem pela primeira vez:

Beatriz – Se perguntarem por mim, digam que voei
Kaotica - O Pafuncio
Klatuu - Crónicas da Peste
Legivel - Papel de Fantasia
Luís teixeira - Chama Lunar
Rafaela - Fragmentos de um Espelho
Ruy Soares - Blogdoruy
TB - Linhas de Pensamento
Teresa Durães - Voando por aí

Desafio. (5ª Edição)

Está lançado mais um desafio de criação.

Desta vez, o mote será o tema de natal e estão desafiados todos os membros do Canto de Contos, desafio que foi feito por e-mail.
A publicação, terá lugar em simultâneo como é costume, no dia 10 de Dezembro pelas 21horas de Portugal e 17 horas do Brasil.

Os membros desafiados são:

Bill - Realidade Torta
Clarissa - Instantes Clarissa
Conteúdo Latente - Conteúdo Manifesto
Ipslon - Tetros
Isa - Piano
Maite - A quilómetros de mim
Parrot - Incomplete
Pedro Pinto - Sexta Feira-Thales
PiresF - A Rua dos Contos
Raquel - (…)
Rui Semblano - A Sombra
Vanessa - Voz Calada

Convidados a participarem pela primeira vez:

Beatriz – Se perguntarem por mim, digam que voei
Kaotica - O Pafuncio
Klatuu - Crónicas da Peste
Legivel - Papel de Fantasia
Luís teixeira - Chama Lunar
Rafaela - Fragmentos de um Espelho
Ruy Soares - Blogdoruy
TB - Linhas de Pensamento
Teresa Durães - Voando por aí

Nota 1 – A lista de convidados, pode vir a ser incrementada com novos desafiados.
Nota 2 – Os desafiados, após participação, receberão o logo do Canto de Contos, da autoria do Rui Semblano e a permissão de o exibirem se assim o entenderem nos seus blogs.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Ouvindo Elis Regina...

Salvador Dali, Destino, 1946 an image inspired from Zeus Otricoli , The destiny of Dali's Destino


A Banca do Destino [Elis Regina]
Composição: Billy Blanco


Não fala com pobre, não dá mão a preto

Não carrega embrulho

Pra que tanta pose, doutor

Pra que esse orgulho

A bruxa que é cega esbarra na gente

E a vida estanca

O enfarte lhe pega, doutor

E acaba essa banca

A vaidade é assim, põe o bobo no alto

E retira a escada

Mas fica por perto esperando sentada

Mais cedo ou mais tarde ele acaba no chão

Mais alto o coqueiro, maior é o tombo do coco afinal

Todo mundo é igual quando a vida termina

Com terra em cima e na horizontal

quinta-feira, dezembro 07, 2006

A constatação mais escandalosa do dia...

«Estudo ONU

Mais de metade da riqueza mundial nas mãos de 2%
O estudo do Instituto Mundial de Investigação indica que a riqueza está na América do Norte, Europa, Ásia e Pacífico.

De acordo com um estudo, realizado por um instituto de desenvolvimento das Nações Unidas (ONU) e divulgado esta quarta-feira, mais de metade da riqueza mundial, incluindo propriedades e activos financeiros, está nas mãos de apenas 2% dos adultos do planeta. Para além de os rendimentos globais estarem distribuídos de forma desigual, a distribuição da riqueza é ainda mais distorcida, indica o estudo do Instituto Mundial de Investigação sobre a Economia do Desenvolvimento, da Universidade das Nações Unidas.

«A riqueza está fortemente concentrada na América do Norte, na Europa e nos países de elevados rendimentos da Ásia e do Pacífico. Os habitantes desses países detêm juntos quase 90% do total da riqueza do planeta», revelou o estudo.

O instituto, com sede em Helsínquia, afirmou que o estudo era o primeiro com dimensão mundial sobre esta questão, para a qual há poucos dados disponíveis. «Calculamos que os 2% dos adultos mais ricos do mundo possuem mais da metade da riqueza global enquanto os 50% mais pobres detêm 1%», disse Anthony Shorrocks, director do instituto.

Shorrocks comparou o quadro a uma situação em que num grupo de 10 pessoas, uma teria 99 dólares, enquanto as restantes possuiriam apenas 1 dólar.»

2006-12-06 13:27 http://www.tvi.iol.pt/informacao/noticia.php?id=749224

Não podia deixar passar em branco o escândalo mundial que este estudo revela. Como é possível que a riqueza mundial esteja tão injustamente repartida? Como podem os governos mundiais pactuar com esta imoralidade num mundo acometido pela fome? Como pode a Humanidade saber disto e seguir para a frente sem nada fazer? Como pode aceitar esta desumanidade considerando-a como apenas mais um número, uma estatística? Para quando a constituição de um supra Estado mundial que tome medidas sérias para que a riqueza mundial seja mais equitativamente repartida como única forma de acabar com a pobreza no mundo? Para quando coagir estes 2% a contribuir largamente para a criação de um fundo para prevenir os danos ambientais, para medicar e alimentar as inúmeras crianças que todos os dias morrem de fome e de doença? Para quando a Humanidade?

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Se querem ser felizes, NÃO VÃO AO EL CORTE INGLÉS!

Hoje tive um dia verdadeiramente horrível, para esquecer. Imaginem que me deu para ir tentar fazer compras de Natal ao (nem vão acreditar!) EL Corte Inglês. Foi a terceira vez que lá fui desde que abriu e juro que desta vez jurei nunca mais lá voltar. Uma das vezes fui lá levar as crianças a uma festa de aniversário… no cinema (!). A segunda vez fui directa à secção de desporto para procurar já não sei o quê (não comprei nada!) Hoje foi pior que nunca: os meus filhos tinham apanhado uma daquelas revistas de publicidade a brinquedos para o Natal e tinham lá marcado umas coisas. Isso e o mau tempo foi o que me levou a cometer semelhante asneira. Ainda por cima fui com uma pessoa de família de avançada idade que também queria fazer compras de Natal.

Começou logo mal com a descida aos infernos que é o parque de estacionamento que desce em caracol até aos confins do piso -1. Comecei logo a meio a sentir claustrofobia e a pensar nas catástrofes possíveis de acontecer naquele mesmo instante. Acho sempre estes parques subterrâneos construídos numa cidade como Lisboa um caso grave de hybris (soberba, orgulho desmedido, afronta aos deuses), primeiro por parte dos arquitectos que os conceberam; e depois por todos os aventureiros inconscientes que insistem em frequentá-los. Hoje foi um dia a menos para a morte!

Depois foi começar a subir e a ficar enjoada de ver tantas coisas à venda. Procurava entre outras coisas um vestido para a minha princesa mas estava tudo arrumado por marcas, marcas, marcas e mais marcas e tive que as percorrer para chegar por fim à conclusão que as meninas já não vestem vestidos (a não ser de gala, como me disse uma funcionária). De facto vestidos práticos, nem um. Desisti. Fui então direita à secção de brinquedos. Vi tantos, tantos que perdi a vontade de brincar ao Pai Natal. Finalmente lá me agarrei a um jogo que era filho único e dos poucos que tinha instruções em português (e pode?). É um jogo de cartas, alemão, com a temática das explorações, pareceu-me ter algo de interessante. Agarrei-me a ele e já não larguei. A seguir enfiei-me na prateleira dos kits de ciência e do tipo “faça você mesmo” e decidi-me por uma boneca de pano que é feita pela própria criança. E mais nada! No elevador disse em voz alta: “ainda nos deviam era pagar para vir aqui!” – uma senhora sorriu com um ar cúmplice, de quem pensava mas não dizia.

Perdi horas nisto, não almocei senão às 3 da tarde e ainda me aconteceu mais uma peripécia que me fez ameaçar um funcionário que ia queixar-me à Deco: a máquina de pagamento do estacionamento comeu-me uma moeda de 2 euros, ainda arrotou o cartão inválido e quando eu julgava que me ia pirar dali para fora tive que voltar à caixa e pagar mais 2 euros e 25. Disse-me que se eu quisesse reclamar tinha que ir ao -2! Só não o mandei abaixo de Braga porque estava a trabalhar e eu respeito quem trabalha. Saí de lá a desfazer o caracol por ali acima o mais depressa que podia e a praguejar insolências contra aquele lugar, onde nunca mais me apanham. NUNCA, ouviram ustedes? Estava mesmo lixada ( e com um F dos grandes!). Se ainda levava comigo algum espírito natalício, por lá ficou e não sei se será recuperável. Só quero deixar mais um aviso a todos quantos me lerem: se acordarem a pensar ir fazer umas compras ao El Corte Inglês, virem-se para o outro lado e procurem sonhar com coisas boas!

Se querem ser felizes, NÃO VÃO AO EL CORTE INGLÉS!

segunda-feira, dezembro 04, 2006

O país onde a mentira é uma instituição

Recebi este texto por mail e, por o achar tão verdadeiro no meio de tanta mentira, aqui o reproduzo tal e qual, subscrevendo cada constatação que nele é feita:

«(Texto de um professor (?) que escreve num jornal regional, não identificado. Mas o texto vale por si... apesar de muitos de nós nos esforçarmos por ser dignos de não "enfiar o carapuço").

O atestado médico

Imagine o meu caro que é professor, que é dia de exame do 12º ano e vai ter de fazer uma vigilância.

Continue a imaginar. O despertador avariou durante a noite. Ou fica preso no elevador. Ou o seu filho, já à porta do infantário, vomitou o quente, pastoso, húmido e fétido pequeno-almoço em cima da sua imaculada camisa.

Teve, portanto, de faltar à vigilância. Tem falta. Ora esta coisa de um professor ficar com faltas injustificadas é complicada, por isso convém justificá-la. A questão agora é: como justificá-la?

Passemos então à parte divertida.

A única justificação para o facto de ficar preso no elevador, do despertador avariar ou de não poder ir para uma sala do exame com a camisa vomitada, ababalhada e malcheirosa, é um atestado médico.

Qualquer pessoa com um pouco de bom senso percebe que quem precisa aqui do atestado médico será o despertador ou o elevador. Mas não. Só uma doença poderá justificar a sua ausência na sala do exame.

Vai ao médico. E, a partir deste momento, a situação deixa de ser divertida para passar a ser hilariante.

Chega-se ao médico com o ar mais saudável deste mundo. Enfim, com o sorriso de Jorge Gabriel misturado com o ar rosado do Gabriel Alves e a felicidade do padre Melícias. A partir deste momento mágico, gera-se um fenómeno que só pode ser explicado através de noções básicas da psicopatologia da vida quotidiana. Os mesmos que explicam uma hipnose colectiva em Felgueiras, o holocausto nazi ou o sucesso da TVI.

O professor sabe que não está doente. O médico sabe que ele não está doente. O presidente do executivo sabe que ele não está doente. O director regional sabe que ele não está doente. O Ministério da Educação sabe que ele não está doente. O próprio legislador, que manda a um professor que fica preso no elevador apresentar um atestado médico, também sabe que o professor não está doente.

Ora, num país em que isto acontece, para além do despertador que não toca, do elevador parado e da camisa vomitada, é o próprio país que está doente. Um país assim, onde a mentira é legislada, só pode mesmo ser um país doente.

Vamos lá ver, a mentira em si não é patológica. Até pode ser racional, útil e eficaz em certas ocasiões. O que já será patológico é o desejo que temos de sermos enganados ou a capacidade para fingirmos que a mentira é verdade.

Lá nesse aspecto somos um bom exemplo do que dizia Goebbels: uma mentira várias vezes repetida transforma-se numa verdade.

Já Aristóteles percebia uma coisa muito engraçada: quando vamos ao teatro, vamos com o desejo e uma predisposição para sermos enganados. Mas isso é normal. Sabemos bem, depois de termos chorado baba e ranho a ver o "ET", que este é um boneco e que temos de poupar a baba e o ranho para outras ocasiões.

O problema é que em Portugal a ficção se confunde com a realidade. Portugal é ele próprio uma produção fictícia, provavelmente mesmo desde D. Afonso Henriques, que Deus me perdoe.

A começar pela política. Os nossos políticos são descaradamente mentirosos. Só que ninguém leva a mal porque já estamos habituados. Aliás, em Portugal é- se penalizado por falar verdade, mesmo que seja por boas razões, o que significa que em Portugal não há boas razões para falar verdade.

Se eu, num ambiente formal, disser a uma pessoa que tem uma nódoa na camisa, ela irá levar a mal. Fica ofendida. Se eu digo isso é para a ajudar, para que possa disfarçar a nódoa e não fazer má figura. Mas ela fica zangada comigo só porque eu vi a nódoa, sabe que eu sei que tem a nódoa e porque assumi perante ela que sei que tem a nódoa e que

sei que ela sabe que eu sei.

Nós, portugueses, adoramos viver enganados, iludidos e achamos normal que assim seja. Por exemplo, lemos revistas sociais e ficamos derretidos (não falo do cérebro, mas de um plano emocional) ao vermos casais felicíssimos e com vidas de sonho. Pronto, sabemos que aquilo é tudo mentira, que muitos deles divorciam-se ao fim de três meses e que outros vivem um alcoolismo disfarçado. Mas adoramos fingir que aquilo é tudo verdade.

Somos pobres, mas vivemos como os alemães e os franceses. Somos ignorantes e culturalmente miseráveis, mas somos doutores e engenheiros. Fazemos malabarismos e contorcionismos financeiros, mas vamos passar férias a Fortaleza. Fazemos estádios caríssimos para dois ou três jogos em 15 dias, temos auto-estradas modernas e europeias, mas para ver passar, a seu lado, entulho, lixo, mato por limpar, eucaliptos, floresta queimada, barracões com chapas de zinco, casa horríveis e fábricas desactivadas.

Portugal mente compulsivamente. Mente perante si próprio e mente perante o mundo.

Claro que não é um professor que falta à vigilância de um exame por ficar preso no elevador que precisa de um atestado médico.

É Portugal que precisa, antes que comece a vomitar sobre si próprio.»

Eles andarem aí ou mais encontros do 3º. grau

Ainda me ria para dentro ao recordar um certo encontro de um amigo com o Santanaz Lopes, eis quando eu própria me deparei com outra figura, melhor, outro figurão da nossa praça: Isaltino (sem)Morais. O dito cujo estava pendurado no seu belo charuto rodeado de uma familória que devia ser a sua numa esplanada que fica dentro do que resta do que já foi o jardim do Palácio Anjos. Claro que lhe caíram em cima logo uns quantos algesenses a perguntar-lhe quando é que ele cumpre as coisas que prometeu fazer na freguesia e que continuam por fazer. Deve ser aborrecido, ser assim uma figura pública e não poder sair à rua ao Domingo sem que lhe apareçam logo os fregueses a maçá-lo, mas confesso que neste caso, não senti pena nenhuma. Quem não cumpre as promessas eleitorais que faz em tempo de campanha, tem mais é que ser apertado pela população.

Entretanto uma criancinha que estava no grupo ia martelando com uma pedra os candeeiros novos que devem ter custado uma fortuna à CMO e que devem ter dado uns cobres a ganhar a algum amigo do onça… O autarca lá ia dando uns ralhetes mas albergava o monstrinho no colo visivelmente orgulhosos do bandido ter puxado na malvadeza ao vôvô (isto sou eu a dar o pai à criança!) que estava babadíssimo com o rebento.

Para quem não sabe da missa a metade, o parque Anjos, com o seu palácio era um dos poucos monumentos de que Algés ainda se podia orgulhar. Não há muito tempo ainda parecia um jardim de um palácio e tinha uma vida social considerável, principalmente para a terceira idade que ali se encontrava debaixo de árvores centenárias. Tinha ainda o atractivo do Mini-Golfe que trazia muitos adeptos àquele lugar. Claro que tudo isso acabou ainda durante o reinado da discípula de Isaltino, a ex-autarca do PSD, Teresa Zambujo, que deixou a obra meio (des)feita. Entretanto andou tudo empandeirado, os velhinhos foram jogar às cartas para um abrigo para pombos construído à beira de uma estrada, árvores centenárias foram cortadas e o Mini-Golfe mudou-se lá para Miraflores, lá para as bandas dos condomínios dos novos endinheirados, para um sítio sem árvores, perto de uma ribeira malcheirosa. As pistas acabaram por estalar com o abatimento das terras e foi preciso cancelar um campeonato que já estava agendado: obras bem feitas e bem pensadas, como já se está a ver!

Entretanto no Parque Anjos foi construído um anexo com ar modernaço, com umas passagens de vidro, tipo nave espacial, que saem do palácio do Século XIX e entram directamente no tal anexo dos nossos tempos. Podia estar bonito, mas não está. O pior de tudo é que as árvores centenárias foram tiradas para dar lugar ao betão, porque aqui no Concelho de Oeiras o betão é o que está a dar! Os amigos do betão votaram e apoiaram o Isaltino, e este agora tem que retribuir a gentileza e fazer-lhes o favor de lhes escoar o betão doa à vista de quem doer.

Por isso fez-se um lindo muro de betão, pintado de branco, que não há quem possa justificar (será o muro da vergonha onde o autarca vai bater com a cabeça quando ninguém está por perto? – mas até mesmo estes rituais são para quem tem vergonha na cara, o que não é o caso!). O dito muro tem a função incompreensível de tapar o que dantes se via de jardim, de verde, isto quem passeava pela avenida principal de Algés e ia vendo através do gradeamento para dentro do jardim, agora não vê mais do que… um muro pintado de branco! Já que os engenheiros da Câmara parecem gostar tanto de modernices e o autarca os deixa fazer toda a espécie de barbaridades arquitectónicas (e se as há em Algés!), pode ser que ainda venham a convidar os blacks descontentes dos bairros dos subúrbios para pintar lá uns graffitis! Seria uma maneira de agradar a gregos e a troianos – dentro do anexo, a exposição de pintura; fora a arte de rua! Ou talvez pôr um pincel nas mãos do terroristazinho da família e deixá-lo borratar aquilo tudo para que o vôvô para a próxima possa fumar o seu charuto descansado!

domingo, dezembro 03, 2006

A prova provada de que a política torna os seres mais baixos!

"Antes de entrar para a política eu era alto e espadaúdo."

«Marques Mendes, líder do PSD, bem disposto durante a sua visita ao Brasil»
(retirado da Visão)

sábado, dezembro 02, 2006

Quem espera nunca alcança!

Bom conselho

Chico Buarque/1972
Para o filme Quando o carnaval chegar de Cacá Diegues



Ouça um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
Está provado, quem espera nunca alcança

Venha, meu amigo
Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo
Venha se queimar
Faça como eu digo
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensar

Corro atrás do tempo
Vim de não sei onde
Devagar é que não se vai longe
Eu semeio vento na minha cidade
Vou pra rua e bebo a tempestade

Sugestão para as prendas de Natal

Vem aí o Natal e a azáfama infernal das prendas. Há quem perca completamente as estribeiras e se lance no mais desenfreado dos consumismos, não olhando a gastos. Claro que os comerciantes se aproveitam deste espírito e, principalmente, das carteiras mais abonadas, para ornarem as montras de uma forma mais apelativa e para carregarem nos preços, claro!

Aqui vai uma sugestão que poderá ser útil para todos os que, não se abstendo de trocar presentes, não desejam ver todo o ordenado e subsídio sumir-se nas prendas de Natal:

Fixe uma quantia razoável para cada prenda. Por exemplo determine a si próprio que cada compra não ultrapassará os 10 euros. Desta forma, quando olhar as montras já não estará aleatoriamente à procura de um presente mas sim de uma lembrança engraçada ou útil que deverá rondar esta quantia.

Vai ver que não é tão difícil quanto julga e que não se sentirá nem tão perdido, nem tão explorado. Pode, inclusive, calcular logo à partida quanto lhe custará este Natal. Se tem crianças na família verá com surpresa que elas se sentem tão felizes com uma prenda cara como com uma prenda mais barata e, se souber usar a imaginação, vai ver que o mesmo acontece com os adultos.

Boas compras!

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Dia Mundial da SIDA (AIDS)

Menos preconceitos = Maior Prevenção

Velhos métodos, novas lutas...

Comemorações do 1º. de Dezembro de 1640

Práticas Revolucionárias

Já houve tempos em que todos os métodos eram válidos para defender a Nação dos seus inimigos;

Já houve tempos em que o povo português não se conformava com o rumo da História e moldava-a com as suas próprias mãos;

Já houve tempos em que quem praticava políticas que não agradavam ao povo, via-se em risco de ser simplesmente defenestrado:

«Defenestração é o ato de atirar algo por uma janela. Refere-se, contudo, mais específicamente ao acto de atirar pessoas de uma janela com a intenção de as assassinar ou no caso de suicídio.

A defenestração, no caso concreto da aplicação a pessoas, foi uma prática corrente no século XVII (embora já viesse do século anterior, tendo sido usada na matança de São Bartolomeu), nomeadamente na Guerra dos Trinta Anos. Ficou famoso o episódio da «Defenestração de Praga» (1619), tendo os nobres protestantes da Boémia invadido o castelo da capital e arremessando representantes do Governo Imperial pelas janelas. Este foi, a par da demolição de duas Igrejas Luteranas na Boémia por parte das forças católicas do Sacro Império Romano-Germânico, um dos episódios determinantes na deflagração da guerra pela Europa.

Outra defenestração célebre foi a do secretário de Estado Miguel de Vasconcelos na manhã do 1.º de Dezembro de 1640, personagem odioso aos olhos dos portugueses por colaborar com a dinastia filipina e por isso mesmo assassinado dessa forma pelos conjurados que o atiraram das janelas do Paço da Ribeira para o Terreiro do Paço.

Já antes disso, também em Portugal, nos momentos quentes da crise de 1383-1385, o bispo de Lisboa, D. Martinho, de origem castelhana e por isso suspeito de colaborar com o inimigo, foi atirado pelas janelas da Sé de Lisboa em 1383, pela população enraivecida.» Origem: Wikipédia

Velhos heróis, novas lutas...

Obélix versus Parquímetro

Paletes de lixo e boa vontade

Ontem, a leitura de um blog amigo, despertou em mim a vontade de fazer finalmente um post que estava há muito para fazer.

Moro no concelho de Oeiras, numa das freguesias que não votou em Isaltino Morais para presidente da câmara. Claro que isso traz consequências nefastas à freguesia que, em vez de filha, passou a ser tratada como enteada.

A minha rua e as ruas circundantes foram minadas de novos lugares de estacionamento pago. Todos os dias se vêem carros bloqueados prontos a pagar o tributo. Por todo o lado surgiram as slot machines da Parques Tejo, donde todos os dias são recolhidos os nossos euros. Devem ter custado uma nota, essas caixas electrónicas que tanta vontade dão de sabotar. Mas o povo daqui é reconhecidamente “de brandos costumes” e as ditas cujas lá continuam boas de saúde e implacáveis a cumprir a sua tarefa, quer se venha fazer uma compra, quer se esteja todo o dia a trabalhar num cabeleireiro: leva tudo por medida grande! Tudo isto só me faz lembrar Nottingham, não faltando para tal nem mesmo o xerife…

Entretanto o dinheiro amealhado vai para onde? É usado em benefício de quê? Essas empresas camarárias usam e abusam de taxar as nossas ruas mas será que contribuem em alguma coisa para melhorar a qualidade de vida dos munícipes?

É aqui que entra a questão do lixo. Há dinheiro para colocar uma caixa em cada esquina, várias caixas numa mesma rua mas para contentores de separação de lixo não há dinheiro. O mais próximo da minha casa fica a cerca de dois quarteirões, o que torna obsoletos os separadores domésticos que a junta distribuiu a quem os foi lá buscar. Separa-se o lixo em casa, mas depois não há onde o pôr separado, só os antigos contentores cinzentos onde o lixo é colocado indiscriminadamente. Convenhamos que é preciso ter uma boa dose de boa vontade para andar dois quarteirões com o lixo separado às costas. Ainda hoje coloquei dentro do meu carro um saco enorme com plásticos e latas, um saco com papéis e outro cheio de garrafas e boiões, e fui levá-lo a Linda-a-Velha, a uma rua onde existem vários separadores por quarteirão. Quantos munícipes farão esta peregrinação?

É que aqui no concelho, nesta e noutras coisas, pratica-se cada vez mais a máxima de inspiração bancária: “uns têm, outros, não!”

E a maioria da população que não tem condições para separar o lixo ainda se arrisca a ser vista pelas suas crianças como um anti-herói, pois se não separa o lixo como no anúncio da televisão!

Por este andar, o mais certo é, quando formos velho, irmos acabar no “Velhão”, pois as nossas crianças terão certamente uma consciência ecológica em tudo diferente da nossa e não nos perdoarão o espectáculo triste de tanto desperdício!

quarta-feira, novembro 29, 2006

Errro de Português

Retrato de Oswald de Andrade. Tarsila do Amaral 1922


Errro de Português [Oswald de Andrade]

Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.

Um cheirinho do Pafúncio (BD)

A origem do Pafúncio


PAFÚNCIO E MAROCAS


1884 – 1954


Pafúncio e Marocas foi o nome destes personagens no Brasil, no original "Bringing Up Father", os quadrinhos e tiras, contam a história de um casal classe operária que da noite para o dia se tornam multi-milionários, ganhando sua fortuna em corridas de cavalos. A maior parte do humor contido nestas histórias do início do século, se atém às tentativas de Pafúncio e Marocas de atingir uma posição na Alta Sociedade. Além do contexto e das histórias, as tiras de Pafúncio e Marocas são um exemplo magnífico do período da arte moderna na ilustração.

A clássicas tiras de George McManus - Pafúncio e Marocas - foram inspiradas na peça teatral de William Gill - "The Rising Generation" (algo como Geração Emergente) de 1893. Pafúncio e Marocas foi a primeira história em quadrinhos a atingir repercussão mundial, só tendo sido ultrapassada em longevidade pelos "Sobrinhos do Capitão"; foi adaptada às telas, aos palcos e aos desenhos animados por seis vezes; inclusive teve a imagem de seus personagens eternizada em selos comemorativos nos Estados Unidos. Pafúncio era o melhor dos melhores, descendente de Irlandeses, que sempre tentava agradar sua sarcástica esposa Marocas, usando fraque e cartola e esforçando-se para viver de acordo com a sua nova condição social. Pafúncio tinha olhos voltados sempre para as belas mulheres e adorava programas de "baixo nível" tais como sair à noite com os amigos, freqüentar "pubs" e cassinos. Os seus hábitos sempre o colocavam em conflito com a escalada social de Marocas. A filha do casal, Nora, era belíssima porém insípida, uma verdadeira "patricinha" do início do século, muito popular entre os rapazes.

O cartunista George McManus aplicava detalhes pictóricos altamente detalhados aos quadrinhos, resultando disto, um chistoso retrato de época com seus interiores, cenários e vestuário. Enquanto a maioria dos cartunistas faziam suas histórias com traços rudimentares, George McManus - um mestre da ilustração - era detalhista e requintado; até sua assinatura era elaborada. Seu estilo fino e delicado distinguia as tiras do Pafúncio por cenários com ornamentos e rococós; elementos gráficos eram uma constante, desde as texturas nos vestidos de Marocas até o uso com maestria do recurso de silhuetas. Apreciar os quadrinhos de George McManus, é voltar aos anos 20 e 30. Alguns quadrinhos do início, eram ilustrados com temas e costumes da Era Eduardiana e todo o seu luxo. As tiras do Pafúncio atravessaram diversas épocas e estilos, adentrando a era da Arte Moderna e McManus foi se adaptando aos tempos, como pode ser constatado, observado-se a sua obra. Pafúncio tornou-se extremamente popular, para se ter uma idéia de sua importância para a cultura Norte Americana, no 25º. aniversário do personagem, foi oferecido um jantar em homenagem a George McManus na sede do congresso em Washington. Mc Manus nasceu em St. Louis - Missouri em 23 de janeiro de 1884. Depois de uma rápida passagem pela editoria de moda do jornal St. Louis Republic, McManus foi trabalhar para o Pulitzer's New York World em 1904 e posteriormente foi atraído para o Hearst's New York American em 1912. McManus trabalhou em diversos personagens antes de criar O Pafúncio & Marocas, sua primeira tira - Alma & Oliver - foi impressa quando tinha 16 anos no St. Louis Republic.

Pafúncio & Marocas apareceu em 1913 e era publicado esporadicamente até 1916, quando começou a ser periodicamente apresentado, apesar de McManus ser conhecido pela sua dificuldade em cumprir prazos. Em 1918, as tiras ganham cor na seção de quadrinhos do jornal aos domingos. No início dos anos 20, McManus publicou uma série de livros de quadrinhos pela Leon Publishing Company.

McManus parou de desenhar o Pafúncio em 1940, passando a pena para outros artistas, e inexplicavelmente a tira continua a ser desenhada e publicada até hoje, apesar da imensa diminuição de estilo e substância perpetrada por outros artistas.

George McManus morreu em sua casa em Santa Monica em 22 de outubro de 1954.

in http://www.bricabrac.com.br/pafuncio_historia.htm

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